Continuações são comuns no mundo dos videogames e, muitas vezes, os títulos seguintes conseguem superar os originais. Um exemplo claro é The Witcher 3, amplamente considerado o melhor da série.
Muitas sequências elevam rapidamente o legado dos jogos anteriores e ajudam a consolidar franquias de longa data.
De Half-Life 2 a Mass Effect 2, não faltam exemplos de continuações que superaram suas versões iniciais e conquistaram o público.
Por outro lado, há sequências que, mesmo sendo jogos incríveis, nunca conseguiram sair da sombra de seus predecessores. Esses jogos trazem melhorias notáveis na jogabilidade, desenvolvem bem seus personagens e cenários, mas, por diferentes razões, não recebem o reconhecimento merecido.
Seja por bugs, falhas técnicas ou decisões criativas que dividiram opiniões, esses títulos continuam sendo experiências valiosas e, muitas vezes, subestimadas.
Confira cinco jogos excelentes que acabaram ofuscados pelos seus antecessores:
Max Payne 3
O primeiro Max Payne foi revolucionário em 2001. Inspirado por histórias de detetive noir, foi pioneiro no uso do bullet-time nos games, técnica que havia sido popularizada recentemente por Matrix.
A narrativa sombria, com um toque de absurdo autoconsciente, e a jogabilidade inovadora marcaram época. A sequência, Max Payne 2, chegou em 2003 com boas avaliações, mas sem o mesmo impacto.
Quase dez anos depois, Max Payne 3 rompeu com o estilo da franquia. Ambientado nove anos após o segundo jogo, mostra Max aposentado da polícia e trabalhando como segurança privada em São Paulo.
O título manteve o bullet-time, mas adicionou mecânicas modernas de cobertura e combate. A ambientação trocou a sombria Nova York por nossa querida grande São Paulo ensolarada, criando um contraste visual e temático.
Mesmo sendo considerado o melhor jogo da série por muitos, Max Payne 3 teve desempenho comercial abaixo do esperado. Foi o capítulo mais ambicioso e o último da franquia, e segue como um dos jogos de tiro mais incríveis já lançados, que foi injustamente subestimado.
BioShock 2
BioShock se tornou um clássico instantâneo em 2007, combinando combate envolvente em primeira pessoa com uma narrativa densa e uma ambientação marcante.
Inspirado em temas filosóficos e políticos, o jogo foi aclamado por crítica e público, vencendo inúmeros prêmios e influenciando o gênero.
Em 2010, a 2K Games lançou BioShock 2 com a difícil missão de continuar a história de Rapture. Agora no papel de um Big Daddy, que antes era um dos inimigos do jogo, o jogador explorava novos aspectos da cidade submersa. A troca do vilão objetivista Andrew Ryan pela coletivista Sofia Lamb foi ousada, mas não agradou a todos.
Apesar de não ter sido mal avaliado, o jogo não atingiu o mesmo impacto do original. Ainda assim, trouxe combates melhorados e uma narrativa tão complexa quanto.
Entre o impacto do primeiro e o sucesso de BioShock Infinite em 2013, o segundo jogo acabou esquecido. Um título excelente, mas que continua subestimado.
Ainda assim, a saga Bioshock é composta por três jogos incríveis com uma legião de fãs ao redor do mundo.
Dishonored 2
O primeiro Dishonored, lançado em 2012, apresentou um universo steampunk com toques de horror e poderes sobrenaturais, misturando furtividade, combate e liberdade de abordagem em cada missão. Rapidamente conquistou a crítica e garantiu uma sequência lançada em 2016.
Dishonored 2 aprimorou a fórmula em todos os aspectos. A jogabilidade foi refinada, os visuais ficaram mais impressionantes e a narrativa se aprofundou, inclusive oferecendo dois protagonistas jogáveis. Ainda assim, o jogo não repetiu o sucesso do primeiro.
Mesmo elogiado por suas melhorias, Dishonored 2 recebeu notas mais baixas no Metacritic que seu antecessor e teve vendas medianas.
A expansão Death of the Outsider chegou um ano depois, mas desde então a franquia entrou em hiato. Para muitos fãs, a sequência passou despercebida injustamente.
Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty
Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty foi uma das sequências mais ousadas da história dos games. Lançado para PlayStation 2, trouxe gráficos revolucionários e várias melhorias de jogabilidade. Mas a maior surpresa foi a troca de protagonista.
Após um prólogo estrelado por Solid Snake, o jogo passa a ser protagonizado por Raiden.
Apesar de narrativamente inovadora, a mudança dividiu os fãs. Raiden não tinha o carisma de Snake, o que gerou rejeição logo de cara. Ainda assim, o jogo explorou temas filosóficos e de manipulação da informação que continuam relevantes até hoje.
Entre o sucesso do original e o impacto de Metal Gear Solid 3, o segundo jogo da série acabou ofuscado. Hoje, é cada vez mais reconhecido como uma obra à frente de seu tempo, que merece uma revisão histórica.
Knights of the Old Republic II
Star Wars: Knights of the Old Republic foi um marco nos RPGs e na franquia Star Wars. Desenvolvido pela BioWare, trouxe uma narrativa envolvente, personagens carismáticos e uma reviravolta memorável.
Na sequência, a Obsidian assumiu o desenvolvimento e levou a série para caminhos mais sombrios e filosóficos. KOTOR II questiona os dogmas Jedi, adiciona novas mecânicas e aprofunda o universo. No entanto, o jogo foi lançado às pressas, com bugs e conteúdo cortado.
Mesmo com falhas técnicas, o título é bastante ambicioso. Modders restauraram parte do conteúdo perdido e corrigiram vários erros, permitindo aos jogadores de PC aproveitarem a experiência completa.
KOTOR II segue como uma das melhores histórias de Star Wars nos games, mas ainda subestimada e praticamente ignorada.
Qual sequência de jogo você acha que foi injustamente ignorada? Alguma desses títulos incríveis também está na sua lista de jogos favoritos? Fala para gente nos comentários!