Nas últimas semanas, alguns rumores sobre um novo jogo da franquia God of War circularam pela internet. Dessa vez, o cenário seria a mitologia egípcia, com Kratos enfrentando os deuses das terras do Faraó.
Para corroborar ainda mais a expectativa dos fãs, a HQ “God of War: Fallen God”, lançada em 2021, mostrou um trecho em que Kratos aparentemente passou pelo Egito antes de chegar à mitologia nórdica.
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Além disso, um dos diretores criativos da franquia, Cory Barlog, chegou a apresentar algumas artes conceituais de um jogo baseado na mitologia egípcia.
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Será que Kratos antes de enfrentar o frio da mitologia nórdica passou pelo calor do Egito? Neste especial, o República DG apresenta 7 deuses que podem cruzar o caminho do Fantasma de Esparta, caso o novo jogo seja baseado nesta mitologia. Confira:
Anúbis, o Guardião do Submundo
Na vasta mitologia egípcia, Anúbis emerge como o deus com cabeça de chacal, regente do submundo e mestre da mumificação, portanto, sua figura, envolta em mistério e reverência, ecoa através das eras, assim como Hades na mitologia grega, o qual Kratos enfrenta em “God of War 3” e Hela na nórdica, cada um governando seus respectivos reinos dos mortos.
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Primordialmente, Anúbis era o deus dos mortos, responsável por guiar as almas dos falecidos em sua jornada para o além-túmulo. Com o tempo, sua função se expandiu, abrangendo a proteção dos túmulos e a supervisão do processo de mumificação, um ritual essencial para a vida após a morte na cultura egípcia.
Rá , o Deus do Sol
No panteão egípcio, Rá se destaca como o deus Sol, a personificação da força vital e da criação. Sua figura, envolta em poder e majestade, ecoa através das eras, assim como Hélio na mitologia grega e Sunna na nórdica, divindades solares que, apesar de sua importância, somente o deus do sol grego cruzou o caminho de Kratos em suas jornadas.
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Fundamentalmente, Rá era o deus Sol, a fonte de toda a vida e energia, além disso, ele era considerado o criador do universo e de todas as coisas que nele habitam. Nesse sentido, sua jornada diária através do céu em sua barca solar era vista como um símbolo da renovação e do ciclo eterno da vida.
No mito egípcio, Rá, o deus Sol, é a personificação da luz, da vida e da ordem. Desde tempos imemoriais, sua história se entrelaça com o ciclo diário do Sol, numa batalha constante contra as forças do caos.
Assim, durante o dia, ele navega pelos céus em sua barca solar, abençoando o mundo com sua luz e calor. Simultaneamente, ele se prepara para a batalha que se aproxima. Com efeito, à noite, Rá se aventura no submundo (Duat), um reino de sombras e perigos, onde enfrenta seu maior desafio: a serpente Apófis (ou Apep).
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Essa criatura monstruosa, símbolo do caos primordial, busca impedir o nascer do Sol, ameaçando extinguir a luz do mundo. Dessa forma, a luta entre Rá e Apófis é uma batalha cósmica, que se repete a cada noite, e da qual depende a sobrevivência da ordem e da vida. Consequentemente, cada amanhecer é uma vitória de Rá, um testemunho de sua força e determinação em proteger o mundo da escuridão.
Osíris, o Deus da ressurreição e do renascimento
No coração da mitologia egípcia, Osíris emerge como uma figura central, o deus dos mortos e da ressurreição, filho de Geb e Nut, e irmão de Ísis, Seth e Néftis. Primordialmente, sua importância reside em seu papel como símbolo da vida após a morte e da renovação.
Frequentemente, ele é retratado como um homem barbudo, vestido com roupas reais, empunhando o cajado heka e o flagelo nekhakha, símbolos de seu poder e autoridade. Ademais, sua pele verde ou preta evoca sua ligação com a vegetação e a fertilidade, reforçando sua associação com o ciclo da vida.
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Além disso, Osíris não apenas protege e julga os mortos, mas também representa a renovação, a fertilidade e o ciclo da vida, morte e renascimento, conceitos fundamentais na cosmologia egípcia.
Em primeiro lugar, ele é vítima da traição de seu próprio irmão, Seth, que o mata e esquarteja seu corpo. Em seguida, sua esposa Ísis, com sua perseverança e amor, parte em uma busca incansável para reunir os pedaços de seu amado.
Finalmente, após um árduo trabalho, ela consegue ressuscitá-lo, trazendo-o de volta à vida. Consequentemente, Osíris ascende como o governante do submundo, o reino dos mortos, onde reina com sabedoria e justiça, assim, sua história se torna um símbolo de esperança, mostrando que a vida pode surgir da morte e que a renovação é possível mesmo nos momentos mais sombrios.
Neste sentido, Osíris é visto como o deus do submundo, portanto, ele pode sentir no Kratos uma ameaça para esse equilíbrio, algo que pode ocasionar um conflito entre os dois.
Hórus, o Deus dos céus
Hórus, uma das divindades mais reverenciadas no panteão egípcio, reinava sobre os céus, exercendo sua proteção sobre a humanidade. Os egípcios o veneravam como um deus benevolente, especialmente dedicado aos jovens e à realeza.
Esta última ligação estabelecia um elo sagrado entre Hórus e os faraós, que se consideravam encarnações do próprio deus. Tal crença legitimava o poder dos faraós e reforçava sua autoridade divina. Iconograficamente, Hórus era representado como um majestoso falcão, adotando, por vezes, o nome de Heru.
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Curiosamente, seu nome, Hórus, tem origem no latim, entretanto, os egípcios o chamavam de Hor, uma referência direta à sua posição celestial. Além disso, Hórus desempenhava um papel crucial na manutenção da ordem cósmica, sendo invocado em tempos de guerra para garantir a vitória. Nesse sentido, com Kratos na mitologia egípcia, essa ordem poderia ser afetada, causando um embate entre os dois deuses.
Sekhmet, a Deusa da guerra e da destruição
Na rica mitologia egípcia, Sekhmet, cujo nome significa “a poderosa”, emerge como uma deusa multifacetada, regendo sobre a guerra, assim como Ares, na mitologia grega e Tyr, na mitologia nórdica, além disso, ela também era conhecida como a deusa do sol, as doenças e a cura.
Sua imagem icônica exibe uma mulher com cabeça de leão, envolta em um véu misterioso. Amplamente temida no antigo Egito, ela personifica a punição de Rá, o Deus-Sol, que a enviou para destruir os humanos que ousaram conspirar contra ele.
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Dotada de força e coragem incomparáveis, Sekhmet confere proteção contra inimigos, cumprindo sua missão de proteger Rá e o faraó. Além disso, por ter surgido de Hathor, alguns a consideram um possível aspecto destrutivo e maligno da deusa do amor, beleza, música, maternidade e alegria. Nesse sentido, ela pode combater Kratos ao vê-lo desafiar Rá e os demais deuses.
Bastet, a Deusa dos gatos e da fertilidade
Na mitologia egípcia, Bastet, a deusa da fertilidade, da reprodução, da música, da dança e do amor, personifica a graça e a beleza felina. Representada com um cetro e cabeça de gato, ou em sua forma animal, um gato gracioso, ela simboliza o amor e a sensualidade.
Quando se desejava enfatizar sua fertilidade, Bastet era retratada cercada por pequenos gatos. Inicialmente associada à leoa, como Sekhmet, sua imagem evoluiu para a de um gato por volta de 900 a.C. Também conhecida como Ubasti, Pacht, Bastis ou Bast, ela era considerada filha de Rá ou de Amon.
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Casada com Ptah, com quem Sekhmet também era associada, Bastet era considerada mãe de Mihos, o deus-leão, ou alternativamente, de Horus e Nefertum. Como filha de Rá, ela também era relacionada à fúria vingadora do deus solar. A forte ligação entre o rei e Bastet a estabelecia como protetora da realeza.
Em seus santuários, múmias de gatos eram queimadas em oferenda, e gatos vivos circulavam livremente, sendo considerados encarnações da deusa. Sua popularidade devia-se à sua habilidade como caçadora, que ajudava a controlar pragas nas colheitas.
Seu culto floresceu em Bubastis, no Delta, onde possuía um santuário. Os rituais em sua homenagem incluíam orgias e procissões de barcos adornados com flores.
Com Kratos na mitologia egípcia, Sekhmet seria uma adversária formidável, seja por um motivo pessoal, ou somente para defender seu pai da fúria do fantasma de esparta.
Seth , o Deus do Caos e da violência
Seth, uma divindade egípcia enigmática, apresenta duas faces distintas ao longo da história. Em suas origens, durante a Época Tinita, Seth era cultuado como um deus benevolente. Os egípcios o ligavam ao amor e o invocavam em rituais amorosos.
Ademais, eles o consideravam um defensor de Rá. Set protegia o deus Sol de uma serpente ameaçadora e oferecia ajuda aos humanos em suas necessidades. Entretanto, no Novo Império, a visão sobre Set sofreu uma reviravolta.
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Os egípcios o tornaram um deus do caos, da violência e da desordem. Eles o creditavam como o autor do primeiro assassinato na Terra. Essa mudança, de acordo com estudiosos, pode ter sido influenciada pelos períodos de domínio estrangeiro no Egito. Uma vez que os egípcios associavam Set aos estrangeiros, eles o estigmatizaram com características negativas dos povos invasores.
Nesse sentido, Seth, sendo o deus do caos da mitologia egípcia, certamente não evitaria um combate épico com o Kratos.