A chegada de New Tales from the Borderlands foi uma grande surpresa para os fãs que aguardavam uma resposta após o “encerramento” da Telltale Games, produtora do clássico Tales of the Borderlands. Alguns anos atrás, tive a oportunidade de finalizá-lo e com o lançamento do novo título desenvolvido pela Gearbox Software, as coisas provaram que foram remodeladas. Embora não seja um dos maiores fãs da franquia Borderlands, devo admitir que este jogo me agradou em alguns aspectos, porém, esperava algo mais voltado ao estilo Telltale com uma boa narrativa. Sente aí e se prepare para um mundo de loucura!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de spoilers!
O que é New Tales from the Borderlands
New Tales from the Borderlands é o novo título cinematográfico da Gearbox onde escolhas fazem toda a diferença. Na trama controlamos três personagens, sendo eles:
- Anu – trabalha em seu novo projeto na Atlas Corporation
- Octavio – um garoto extremamente ganancioso que procura dinheiro e fama à qualquer custo
- Fran – dona de uma loja de frozen yogurt que foi atacada pelas armas da Tediore, destruindo totalmente seu estabelecimento
Apesar do título ser focado em uma experiência narrativa, o jogador passará mais tempo assistindo cutscenes do que jogando (assim como já eram conhecidos os títulos da Telltale). Nossos heróis são jogados na cidade de Prometia, onde uma guerra está acontecendo e nosso principal objetivo é controlar esta invasão ao planeta, além de proteger nossos protagonistas realizando escolhas que podem causar impacto no futuro da trama.
O game procura aproximar o jogador dos personagens mas falha miseravelmente neste aspecto. Eu juro que tentei gostar de alguns deles, porém, diversas piadas são extremamente forçadas, deixando totalmente a desejar e afastando ainda mais o público deste universo. É claro que nem tudo é tão ruim assim! Durante nossa jornada, o jogador poderá adquirir dinheiro para trocar por itens cosméticos que estão espalhados em mini lojas pelos mapas. Alguns cenários são limitados mas a empresa tentou “driblar” colocando diálogos adicionais com personagens. Embora estes diálogos não complementem com a narrativa principal de New Tales from the Borderlands, eles podem apresentar novas perspectivas e até mesmo alguns detalhes sobre a vida destes personagens.
Outro problema perceptível é a falta de escolhas que realmente causam impacto na narrativa. Nem todas as escolhas realizadas pelos jogadores são relevantes, tornando algo totalmente vago e que poderia, de alguma maneira, se tornar um grande destaque. Embora o jogo não se desenvolva tão bem, será necessário completar todos os finais para desbloquear as conquistas/troféus presentes. Vale ressaltar que esta pode ser uma tarefa um tanto quanto trabalhosa já que alguns capítulos devem ser repetidos para adquirir Arcadeiros diferentes. Fora esta conquista/troféu, a maioria está ligado a escolhas de diálogos e capítulos.
Jogabilidade
A jogabilidade foi reformulada, dando mais liberdade de exploração para os jogadores. Não pense que isso irá surpreender! Em diversos momentos, realizamos algumas QTE’s (Quick Time Events) que são extremamente fáceis e quase impossíveis de errar. Durante toda a minha gameplay, acabei errando apenas uma já que havia deixado o controle de lado para olhar uma notificação em meu celular. Esse é um grande fator que poderá implicar já que não existe dificuldade na gameplay e nem um sistema que prejudica o futuro dos personagens. Embora seja um game de escolhas, não senti um grande impacto nas decisões como ocorrem nos títulos da Quantic Dream. Pode parecer algo meio óbvio mas este já era um grande problema desde os títulos da Telltale Games.
Como havia mencionado anteriormente, os jogadores coletarão dinheiro em pontos específicos do mapa para trocar por itens cosméticos em mini lojas. Vale ressaltar que cada personagem possui seu item coletável específico mas que não altera em nada durante sua jogatina.
Gráficos
Gráficos cartoonizados simplesmente me apaixonam! Desde a arte visual dos jogos da Telltale até as representações mais recentes que a franquia Borderlands vem recebendo. Mesmo com poucas inovações dos títulos anteriores, é nítido todo o trabalho e empenho que a empresa colocou neste quesito. É possível notar uma paleta de cores muito firme e ativa durante toda a gameplay, evitando que apenas uma única cor predomine no ambiente. Resumindo, seus gráficos são satisfatórios e refletem na escolha do desenvolvedor, tentando aproximar ainda mais com Tales from the Borderlands de 2014!
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros
A trilha sonora é sem dúvidas um dos pontos de maior destaque que New Tales from the Borderlands recebeu! Apesar de apresentar poucos combates, as músicas são memoráveis e perseguem o jogador durante toda a gameplay, dando aquela sensação e “gostinho de quero mais”. Em relação aos efeitos sonoros, é possível notar uma grande variedade com disparos e efeitos realizados por robôs (grande destaque para o robô LOUIE). Não há muito o que falar sobre isso já que a trilha sonora acerta em cheio e merece uma atenção especial de todos os jogadores.
Vale a pena jogar New Tales from the Borderlands MAS ESPERE!
New Tales from the Borderlands tentou tirar proveito de tudo aquilo que já era bom do título anterior mas provou que estas inovações não foram o suficiente para construir uma narrativa de peso e marcante como seu antecessor. Embora apresente personagens que tentam ser carismáticos, o jogo falha na busca de prender o jogador por conta de piadas que não são nem um pouco engraçadas. É claro que o jogo recebeu uma trilha sonora impecável, gráficos belíssimos no melhor estilo cartoonizado, aliada aos efeitos sonoros impressionantes que só a franquia Borderlands é capaz de oferecer. Sim, eu recomendo jogar New Tales from the Borderlands, porém, recomendo aguardar uma futura promoção já que o jogo está custando um valor salgado para aquilo que ele oferece nos consoles e PC’s. Caso você seja um fã da franquia, recomendo retornar ao título de 2014 desenvolvido pela Telltale Games e realizar um comparativo entre ambas as versões para notar se estas diferenças são válidas.
PS: A análise foi realizada em um PS5 através de uma cópia cedida pela 2K