Eu tenho uma relação muito emotiva com a franquia Diablo. Foi o primeiro RPG ocidental que eu joguei. Surpreendentemente, lembro até hoje como foi introduzido ao jogo. Vi meu irmão mais velho jogando Diablo 1 em nosso saudoso PS1 de guerra. Graças à influência dele, a franquia virou um xodó e gastei centenas de horas em Diablo 2 quando foi lançado no PC.
O tempo passou e minha idolatria pela saga não se dissipou, tendo inclusive platinado o Diablo 3. Mesmo com os defeitos apresentados pelo game, eu me diverti horrores sozinho e com amigos e fiquei com o gostinho de quero mais.
Agora, 11 anos depois, a personificação do mal está de volta em forma de Lilith, a “mãe” do terror. Com visuais repaginados e belíssimos, mas doses altas de familiaridade, o jogo pretende resgatar o enorme prestígio que a franquia acabou perdendo com o tempo. Graças à assessoria da Blizzard, tivemos a oportunidade de nos aventurarmos pelo acesso antecipado da beta e o texto foi feito com base nesse teste.
Como bom saudosista que sou, a primeira classe escolhida foi o Bárbaro. Gritar ao vento e sair destruindo tudo pela frente sempre me agradou muito. Logo de cara notamos a roupagem nova da franquia. Graças aos visuais de ponta, a imersão aumenta e o sentimento de pavor consegue ser instaurado com facilidade.
Vilarejos destruídos, cemitérios povoados por demônios e fantasmas, calabouços nojentos.. o jogo flerta a todo momento com o grotesco e o oculto, causando uma sensação genuína de medo. A boa e velha Blizzard de outrora marca presença com cutscenes que beiram a perfeição, ajudando a ditar um clima propício para o jogo.
O núcleo da história ainda é o mesmo, assim como nosso papel no mundo. Impedir que o Mal tome a Terra. A ordem dos Horadrim ainda existe, apesar de estar nas últimas, e contamos com a presença de um personagem conhecido de Diablo 3 pra trazer um tom de lar, doce lar. Infelizmente, não, Deckard Cain não se faz presente, ao menos não na beta, encerrando uma tradição de longa data.
Os diálogos possuem atuação de voz, o que deixa a experiência ainda mais completa e prazerosa. Alguns erros de tradução ou a completa falta dela foi percebido, mas, por se tratar de uma beta, é algo comum de acontecer. Também tive problema em navegar pelos menus (em dois momentos o menu simplesmente congelou), fora dezenas de disconnects e filas para entrar no servidor.
Como mencionei acima, esses problemas já eram até esperados, contudo, é inevitável não acender o alerta para o assunto servidores. A Blizzard tem um histórico terrível nesse quesito e seria algo inaceitável para uma empresa desse porte em pleno 2023. O sistema de loot continua o mesmo e os devs buffaram a quantidade de lendários dropados pra dar um gostinho de quero mais. Um outro alerta que é necessário levar em mente é a economia do jogo. O assunto ainda é bem nebuloso e trouxe muita dor de cabeça na época de Diablo 3.
No quesito jogabilidade, temos uma dinâmica bem parecida com o terceiro jogo. Ao mudar de nível, conquistamos um ponto de habilidade que nos permite aprender “magias” novas, trazendo a construção de builds para os jogos. Essas habilidades mudam o ataque básico, trazem efeitos de área, bônus passivos, supremas e muito mais. A quantidade, apesar de limitada, possibilita uma boa extensão de builds. Cada classe funciona de uma maneira bem particular e com exceção do Bárbaro, todas as outras quatro opções estão bem equilibradas.
O Bárbaro foi minha primeira escolha mas a classe no early game é bem decepcionante, causando bem menos dano do que as outras opções. O mapa, mais aberto e mais extenso, vai manter os jogadores ocupados por muitas horas. Pra ajudar na locomoção, temos a existência de montarias que infelizmente não estavam disponíveis no beta para serem testadas. Outro ponto que queria ter a chance de ter testado é o sistema do Passe de Batalha. A ideia dos devs é tratar o jogo como se fosse um live game, trazendo temporadas e recompensas para os jogadores que investirem seu tempo no projeto.
As impressões iniciais de Diablo 4 não poderiam ser melhores e mal posso esperar pela chegada do jogo em Junho. A Blizzard parece estar nos trilhos pra resgatar todo o prestígio de uma das sagas mais amadas no meio gamer.
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