Criar uma história é um sonho que acaba atravessando as nossas mentes em algum momento. Fantasiar reinos, mistérios e aventuras é algo comum e que está no cerne do que nos faz humanos, posto que somos seres criativos. Ao nos depararmos com livros, encontramos histórias curiosas que podem conter ilustrações que ativem nossa imaginação. E quando estes elementos são transpostos para os jogos? É esta a proposta de Storyteller, game da Annapurna que mistura contação de histórias com quebra-cabeças lúdicos.
Visuais
Storyteller possui desde já um visual muito convidativo ao jogador, sendo um game fácil de se simpatizar. Os personagens possuem desenhos engraçados, divertidos e que contribuem para uma rápida familiarização. É como se estivéssemos conhecendo histórias de contos de fada ou de suspense em uma repaginação. Até mesmo elementos um pouco mais sérios, como fantasmas e maldições, possuem um tratamento visual ameno. Convém, porém, informar que o game possui conteúdos que podem não ser adequados a todos os públicos, como se vê por exemplo com a inclusão de armas de fogo.
Jogabilidade
Storyteller funciona em um estilo muito interessante: uma história em quadrinhos interativa que se desenrola a partir da resolução de quebra-cabeças por parte do jogador. É preciso usar a lógica e também criar a história com coerência.
A partir de um certo número de quadros, temos de encaixar personagens e cenários em situações que o enredo pede. Torna-se uma tarefa muito interessante colocarmos rainha, duque, príncipe, bruxa, mordomo, detetive e outros nas mais distintas variáveis. É possível fazer os cenários modificarem estes personagens, tornando-os mais alegres ou ranzinzas. Da mesma forma, é interessante verificar que os personagens podem afetar uns aos outros. Por exemplo, um amor não correspondido ou uma desfeita podem gerar consequências à frente.
Em se tratando de consequências, é importante observar que a história segue um ritmo linear, exigindo uma sequência com início, meio e fim. Para chegar ao objetivo, é importante colocar todos os cenários e personagens em um alinhamento determinado. É possível usar vários elementos para isso, até mesmo os espíritos de personagens mortos.
Embora existam objetivos pré-definidos para que se concluam as fases, é possível inverter personagens e, em alguns casos, usar menos quadros do que o necessário para compor as cenas.
A elaboração das histórias é divertida e bem-feita, gerando um senso de satisfação ao jogador sempre que um novo trecho do jogo é concluído. As narrativas são divididas em três grandes “arquivos” (subdivididos em capítulos) e existem, ainda, objetivos opcionais para os jogadores mais perspicazes.
História
Temos várias histórias aqui não ligadas umas às outras. Enquanto algumas fazem menção a livros como Romeu e Julieta ou invocam clichês como o caso de um mordomo assassino, outros são bem originais. É interessante perceber que aqui personagens podem se relacionar livremente com quaisquer outros, não importando seus gêneros. É um elemento positivo.
As fases mostradas transitam em cenários fictícios que possuem algum período como base. Temos, por exemplo, a Idade Média ou a Era Vitoriana.
Desempenho, trilha sonora e localização
Storyteller se comporta de maneira muito suave no PC, rodando até mesmo em máquinas menos potentes e sem placa dedicada. No que se refere à trilha sonora, ela é tranquila e suave, permitindo que o jogador tenha uma boa experiência. Já no quesito da localização temos um trabalho competente, com textos corretamente traduzidos para PT-BR.
O veredito para Storyteller
Storyteller é um excelente game de quebra-cabeça que com certeza deve fisgar o interesse de muitos jogadores. Trazendo uma maneira peculiar de unir criação de histórias e quebra-cabeças, o jogo se destaca e é uma ótima pedida para quem quer uma experiência simples, porém rica e altamente recompensadora.
Obs: Esta análise foi feita através de uma cópia para PC cedida pela Annapurna Interactive, a quem agradecemos.