A história está repleta de heróis, muitos deles não tão famosos quanto deveriam. Em períodos sombrios, muitos destes salvadores podem aparecer e auxiliar pessoas ou famílias inteiras. E, no talvez período mais obscuro da história da humanidade, com a Segunda Guerra Mundial e o auge do alcance da ideologia nazista na Europa, escolhas foram a diferença entre vida e morte.
É aqui que temos O Falsificador (original: The Forger), filme baseado em fatos reais que mostra as ações de Samson Schönhaus, mais conhecido como Cioma. Cioma é um jovem judeu que sente as opressões do regime nazista, mas, mesmo enredado em um mundo cada vez mais sufocante, nem por isso se deixa abalar.
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Morando sozinho na casa dos pais, cujos bens agora são propriedade do governo nazista, Cioma logo se mostra interessado na habilidade de falsificar identidades, usando este artifício para driblar as restrições aos judeus. Sendo anteriormente um artista gráfico, Cioma tem facilidade para realizar o trabalho.
Assim, o jovem presta serviços à Igreja Confessional, um grupo religioso que se opõe ao partido nazista e auxilia pessoas consideradas inimigas do Estado. Trabalhando para o advogado Kaufmann, Cioma é o responsável por criar centenas de identidades falsas que salvam vidas de judeus.
Ao longo de suas atividades um de seus disfarces é descoberto por uma mulher, cujo nome não é dito. Apenas sabemos que um dos nomes que ela poderia adotar caso recomeçasse em uma nova vida seria Gerda. Gerda e Cioma formam um par romântico, imbuindo ambos com forte sentimento. Tais ações, entretanto, marcam deslizes que põem Cioma em risco.
E Cioma está longe de ser um herói perfeito. Além de derrapar em problemas, ele também não começa o trabalho de falsificador de identidades com perfeição. No início do longa, Cioma estabelece que uma falsificação é uma pequena obra de arte, e até que ele consiga chegar a esse nível a tentativa e erro o fazem um artista incansável.
Como um drama situado na época de guerra, temos uma ambientação que corresponde de maneira fidedigna a Berlim em 1942 e 1943. Prédios inteiros, ruas e demais espaços são construídos de forma a representar a época. Notável também é o figurino, de muita qualidade.
O ritmo é lento e não temos tantas reviravoltas, com o filme por vezes se assemelhando mais a um longa biográfico. A presença nazista é retratada sem mostrar cenas de violência física que tanto marcaram o abjeto regime, mas isto não se prova uma escolha errônea. Afinal, existem diferentes tipos de violência que podem ser cometidos contra uma pessoa ou todo um povo, e o filme mostra isso a partir de palavras e atitudes antissemitas.
Um ponto alto de O Falsificador é o próprio protagonista, interpretado por Louis Hoffmann. Hoffmann ficou mundialmente famoso com a série Dark, da Netflix, onde dá vida a um jovem frustrado e perdido ao tentar reescrever a linha do tempo de sua realidade. Em O Falsificador, Hoffmann interpreta um personagem diametralmente oposto: o de um jovem espirituoso, animado e alegre, que gosta de viver a vida e aproveitá-la. É este senso de juventude que o faz um personagem fácil de se simpatizar.
No geral, O Falsificador é um bom filme que retrata parte da trajetória de uma pessoa real que se tornou um herói e salvou a vida de muitos judeus no contexto do genocídio perpetrado pelos nazistas. Embora não seja marcado por grandes reviravoltas e tenha certa lentidão, é um longa com uma premissa curiosa, cenários bonitos e uma ótima atuação por parte do ator que interpreta o protagonista. Vale a pena para descobrir um pouco mais das infinitas histórias de pessoas comuns que se arriscaram durante a Segunda Guerra e que jamais devem ser esquecidas.
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O Falsificador é um bom filme que, embora com poucas reviravoltas, ilustra bem mais uma das faces do obscuro período que foi a Alemanha sob jugo nazista.
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