Remasters e Remakes estão na moda, consumindo a maior parte da mídia de games durantes os últimos anos no mercado. A chegada de Dead Space e Resident Evil 4 Remake fizeram com que a indústria se aproveitasse desse material para renovar sua narrativa e buscar incluir novos jogadores que não tiveram a oportunidade de explorar este “mundo”, seja em sua época de lançamento ou anos depois. É claro que este assunto se tornou polêmico conforme novos jogadores se manifestaram nas redes sociais para discutir a pauta de relançamento, entretanto, a chegada de System Shock poderia mudar essa visão do consumidor final e dar uma oportunidade para este clássico de 1994.
Lançado recentemente pela desenvolvedora Prime Matter, o game conta com visuais aprimorados em HD e uma trilha sonora refeita do 0. Embora o jogo não seja tão popular, sua premissa é interessante e apresenta uma narrativa muito bem construída. Conheça System Shock, o clássico cult lançado em 1994 para PC!
Obs: Esta Review foi produzida graças a um código de PC cedido pela Prime Matter!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Perdidos no espaço
Antes de começar a falar sobre a narrativa intrigante de System Shock, preciso reforçar que o game carrega a mesma essência do clássico de 1994. Embora não tenha jogado em seu lançamento, tive a oportunidade de jogá-lo em 2023 para fornecer as minhas impressões iniciais para esta Review. Felizmente, a Prime Matter fez um trabalho EXCEPCIONAL, elevando a franquia e oferecendo um Remake belíssimo para os padrões da época! Bom, não pretendo me estender neste aspecto já que os leitores preferem colocar “as mãos na massa”.
Em System Shock controlamos o protagonista Hacker, um jovem que invade a rede TriOptimum para obter informações especiais. Durante a invasão, os soldados representantes da empresa invadem o seu apartamento para interromper o processo e raptar Hacker e evitar que seus planos sejam descobertos. Sem saber para onde foi levado, o jovem é encaminhado a uma estação espacial em Saturno e sofre um procedimento cirúrgico que será descoberto meses após sua chegada indesejada. Ao despertar, Hacker percebe que seu corpo sofreu alterações, utilizando recursos cibernéticos que foram implementados em seu corpo.
Enquanto exploramos a estação espacial e encontramos armas para se proteger das anomalias, os jogadores descobrirão que estão correndo perigo já que um laser foi fixado em direção a Terra. Cabe aos jogadores eliminar as ameaças e proteger o planeta em que habitamos para manter a vida de forma segura. Ah, antes que eu me esqueça… os jogadores terão lidar com a ameaça SHODAN que controla todas as áreas da Estação Citadel!
Simples e direto, System Shock apresenta sua narrativa de forma simplificada e intuitiva, sem deixar pontas soltas que afetem em sua progressão. Dito isso, o game surpreende até mesmo aqueles que nunca tiveram contato ou que não conheciam a franquia (meu caso).
Jogabilidade aprimorada
Quando um jogo antigo é relançado, diversas dúvidas se tornam presentes na cabeça dos jogadores e entusiastas das franquias. De certo modo, System Shock conseguiu incluir este sistema com maestria, aperfeiçoando suas mecânicas básicas e tornando-as acessíveis a primeira vista. Seguindo o “padrão de Resident Evil 4”, o jogo oferece um inventário que pode ser utilizado como uma maleta para organizar os itens coletados em missões ou cenários secundários. O que chama ainda mais a atenção é que este sistema permite coletar quase TUDO que está presente na Estação Citadel. É importante ressaltar que o inventário é limitado e deve ser utilizado com cautela para não sobrecarregar e deixar itens especiais de lado. Dito isso, o sistema de combate foi aprimorado com armas de fogo e itens secundários que podem ser utilizados como canos para atacar os ciborgues. Por se tratar de uma área isolada e com diversas portas, é possível (e importantíssimo) utilizar um mapa para não se perder durante o trajeto. Tudo isso torna a experiência ainda mais divertida em um mundo complexo e de fácil aprendizado. Não pense que isso é um ponto negativo! O jogo oferece uma dificuldade balanceada e permite que o jogador selecione o nível de dificuldade para aproveitar ainda mais a história.
É aquele velho ditado: “O que era bom, ficou ainda melhor”. Isso é um fato! System Shock não inova apenas em gráficos e efeitos sonoros, mas em todos os aspectos quando se trata de jogabilidade!
A mistura do novo e do velho
Gráficos nem sempre ditam se um jogo vale ou não a pena jogar mas neste caso preciso abrir uma exceção! Apesar de System Shock evoluir na parte gráfica, não podemos considerá-lo um jogo high end ou de nova geração. É claro que isso não é um ponto negativo já que a proposta inicial do game é seguir os parâmetros do clássico, revivendo o jogo maestria. Dito isso, o game é surpreendente e utiliza a mescla de cores vivas que se tornam agradáveis mesmo após horas de jogatina, algo que já era tendência desde 1994 em seu lançamento oficial.
E falando em belíssimos gráficos, preciso mencionar o Level Design agradável do game! Embora System Shock seja um jogo focado em sua exploração, a busca cautelosa poderá recompensar os jogadores mais pacientes. Com a ajuda do mapa localizado no canto superior esquerdo, os jogadores irão se perder inúmeras vezes durante a gameplay já que as áreas são interligadas umas nas outras. Tudo isso causa uma estranheza inicial mas que será resolvida em breve ao progredir na história!
Os problemas presentes em System Shock
Com uma evolução significativa em sua jogabilidade, infelizmente não poderei dizer o mesmo sobre os mini-games shooters presentes em System Shock! Embora estes mini-games surjam em momentos pontuais do game, tudo se torna cada vez mais irritante por conta de sua movimentação travada, mira pouco responsiva e inimigos repetidos enquanto estamos atirando. É claro que este aspecto não impacta no resultado final da obra mas poderá se tornar um verdadeiro tormento conforme progredimos e exploramos o espaço.
Um ponto que me deixou incomodado foi a trilha sonora mesmo após 30 anos de seu lançamento. Mesmo com efeitos sonoros e uma trilha sonora reformulada, o jogo não surpreende neste aspecto, tornando-se algo completamente esquecível horas após sua gameplay. Os efeitos sonoros só estão presentes nas armas ou quando um inimigo recebe dano, seja ela de uma pistola ou até mesmo de armas secundárias. Com tantos acertos, este é um problema que pode ser facilmente contornado!
Vale MUITO a pena jogar System Shock!
System Shock é a prova de que bons jogos precisam de Remakes! A desenvolvedora foi capaz de unir o velho com o novo e trazer uma experiência única para os veteranos e novatos da franquia. Mesmo com seus problemas na jogabilidade e trilha sonora, o Remake faz jus ao seu nome e garante horas e horas de diversão. Embora o preço do jogo seja um pouco salgado, os jogadores que garantirem a cópia do game durante a pré-venda receberão System Shock 2 através da Steam. Vale ressaltar que o jogo já está disponível apenas para PC e chegará em breve para as outras plataformas via PlayStation Store e Xbox Store!
Com um sistema intuitivo e inovador, System Shock é a prova de que bons jogos exigem Remakes!
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho