Junho de 2023 está sendo um mês e tanto de lançamento para os games, Street Fighter 6, Diablo 4 e Final Fantasy XVI certamente roubam a cena, o que pode fazer alguns ótimos jogos passarem despercebidos pelo público, então para tentar trazer luz para outros bons jogos, hoje falaremos de Nocturnal. Jogo que eu garanto que se você for fã de jogos 2D você vai ter uma experiência muito satisfatória. Nocturnal se trata de um jogo de Ação, Linear, em 2D, desenvolvido pela SunnySide Games e publicado pela Dear Vellagers, lançado em 7 de junho de 2023.
Enredo atiça a curiosidade
Pois bem, nesse jogo você encarna a persona do Ardeshir, um soldado da chama eterna, que após uma jornada difícil por um mar turbulento, você volta para sua ilha, Nahran após alguns meses fora, porém no retorno você percebe Uma névoa peculiar está cobrindo a ilha e a única forma de cruzá-la é brandir-se como fogo para abrir caminho. Mas a Névoa também pode revelar lugares incríveis e conceder habilidades poderosas àqueles dispostos a explorar seus mistérios, ao adentrar no templo, você percebe que seus irmãos e sacerdotes foram corrompidos pela névoa, e passa a se preocupar com a sua irmã, que também fazia parte da mesma ordem, a partir daí o jogo vai lhe incumbir de tentar purificar o que restou do seu templo além de tentar entender tudo que aconteceu e achar sua irmã.
Antes de me aprofundar um pouco mais no enredo eu gostaria de falr que em alguns momentos esse jogo me fez lembrar duas obras, um filme e uma série. O filme seria “quando as luzes se apagam”, que brinca muito bem com a dinâmica de luz e trevas como poucos filmes de terror fazem, inclusive é um filme bem legal, fica ai a recomendação. E a série foi Game of Thrones, mais especificamente a religião do Senhor da Luz em que se adora o fogo, lá da Melisandre e do Thoros de Myr, que eles vivem repetindo que “a noite é escura e cheia de terrores”. Porque aqui nesse game isso é muito bem aplicado. Quando a luz se vai, sobra somente o terror!
É preciso dizer que o enredo do jogo é bastante operante em criar um ambiente de mistério e com uma proposta narrativa que serve muito bem ao gameplay, além disso, o game possui uma narrativa quase que fragmentada, em que o jogador terá que interpretar muita coisa da história a partir de pequenos diálogo com os poucos NPCs do jogo além de encontrar algumas cartas e paginas de manuscritos que ajudam a entender e desvendar a mitologia do jogo.
Ajuda à atiçar a curiosidade do jogador não apenas de entender aquela história mas também explorar o cenário do game, o que pode ser um desafio e tanto devido ao seu grande diferencial: a me mecânica de brandir o fogo!
Gameplay casa muito bem com a proposta narrativa
Como ja dito anteriormente, a proposta narrativa coaduna muito bem com a proposta de gameplay, que resultar em uma me mecânica diferenciada dentro do gênero: brandir o fogo não possibilita ao jogador apenas poder enxergar o cenário, mas também concede a ele habilidades, que também são evoluídas em um arvora além de também resultar em mais dano aos inimigos e alguns inimigos são apenas acertados a partir do fogo. Tudo no game se desenvolve em cima disso, inclusive alguns puzzles de cenários que podem render varias tentativas até finalmente serem vencidos.
O jogo faz lembrar muito os Castlevanias mais clássicos, principalmente em seu combate e movimentação, que é bem simples, é possível andar, pular, atacar, atacar no ar, usar um dash que também pode funcionar como esquiva e após certo momento arremessar facas, basicamente isso. O jogo se encarrega de criar o desafio a partir daqui. Contudo não é possível afirmar que se trata de um metroidvania, porque um dos elementos essenciais ao gênero não está presente aqui: falo do mapa interligado e a necessidade de adquirir habilidades para acessar determinadas áreas do mapa, ou seja: Backtraking.
No caso, o backtraking não é possível pois se trata de um jogo 2D linear, o mapa aqui não é interconectado, e isso não é uma crítica, é apenas uma constatação, porque não precisava ser, pelo proposta do jogo de contar uma história simples e curta. E aqui talvez more um dos defeitos do jogo: ele é bem curto. É possível zerar em um dia para os mais dedicados. Eu demorei dois e meio com um total de 5 horas.
E essa duração resulta em um game de ação com poucos chefes e um último chefe pouco memorável e com ausência de uma apresentação e preparo melhor. Parece na verdade que o último terço do jogo foi feito com medo ou pressa, poderia ter se alongado porque ainda tinha lenha pra queimar (trocadilho).
O fim parece repentino, e apesar do jogo tentar passar essa mensagem de um final agridoce, o que incomoda na verdade é o ritmo. Mais uma ou duas horas de jogo seriam muito bem vindas pra ajudar a contextualizar melhor o clímax além de apeoveitar mais o gameplay. Mas isso não estraga a experiência como um tudo.
Visuais
E é possível ressaltar outras questões técnicas do game como seus gráficos que entregam uma experiência muito satisfatório, com um estilo que faz lembrar animes, o jogo se sai muito bem em sua ambientação, apesar de eu não gostar tanto da paleta de cores que após um tempo fica um pouco saturada, entendo que faz parte da proposta e ambientação que é bastante convincente e coaduna muito bem por exemplo…
Trilha sonora que valoriza o silêncio
Com a trilha que sabe aproveitar muito bem os momentos de silêncio, ressaltando a missão solitária do protagonista que não sabe se vai lograr êxito em sua empreitada, mas que cresce em momentos chave, como em momentos de fuga mas principalmente nas lutas contra os chefes, em que a trilha se torna muito mais viva e épica. Ja o design de som é apenas operante. Vale destacar que mesmo jogando antes do lançamento na versão 1.0 nao tive nenhum bug de nenhuma natureza.
Nocturnal – Vale a Pena!
Vale ressaltar que esse jogo é mais indicado aos amantes dos jogos 2D que buscam uma experiência um pouco mais “soft” que os metroidvanias mais tradicionais, mas que ainda assim reserve um desafio razoável, mesmo que sem muito backtraking é exploração, pois se trata de um jogo que vai direto ao ponto, você precisa chegar até o final, a proposta é essa e o jogo sempre se apresenta assim. Então é uma experiência que se torna mais satisfatória pra quem goste ou ja esteja acostumado com esse gênero. Mas ainda assim um bom jogo com um bom desempenho e muito bom em suas nuances técnicas que deixa a desejar apenas em sua duração e parte do seu desenvolvimento.
Nocturnal é uma experiência objetiva e satisfatória, que oferece um ótimo desempenho, gráficos satisfatórios, um som que casa muito bem com a proposta de contar uma história de uma jornada solitária e que seu defeito mais pungente é apenas ser curto.
ótimo game para os amantes de jogos 2D!
- História
- Gameplay
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho