Cyberpunk 2077: Phantom Liberty está quase entre nós! Agendado para 26 de setembro, a expansão promete trazer uma revolução para o game base que vai impactar como todos nós experienciamos o título. Mas como foi a jornada até aqui? E como Phantom Liberty pode promover uma mudança radical no conteúdo?
Em 2012, a CD Projekt Red afirmava estar trabalhando em um novo jogo. O título, baseado no RPG de mesa Cyberpunk 2020, mais tarde foi apresentado em um impressionante trailer, confirmando seu nome: Cyberpunk 2077. Naquele momento, a desenvolvedora polonesa possuía já uma grande respeitabilidade por conta principalmente de sua principal IP, consolidada após The Witcher 2: Assassin’s of Kings. Se o entusiasmo já era grande, tomou ares de um ânimo febril com a estreia de The Witcher 3: Wild Hunt, em 2015. O terceiro capítulo da saga de Geralt conquistou amplos elogios e o título de jogo do ano pela The Game Awards, consagrando-o como um dos medalhões da oitava geração. A partir daí, formou-se um consenso de que Cyberpunk 2077, até então ainda com informações escassas, seria um marco para os videogames.
O tempo passou e Cyberpunk 2077 apareceu em grande estilo na E3 2018, com um trailer apoteótico que elevou o hype às alturas. Night City, gigante em sua estrutura, era mostrada como um playground que seria capaz de entreter de uma maneira nunca vista antes. As promessas eram boas de mais para ser verdade… E talvez fossem.
A régua de qualidade para os videogames AAA subiu exponencialmente nos últimos dez anos. Mais do que nunca, é preciso saber contar uma história e adaptá-la a uma gameplay prazerosa e que faça sentido. Quando tivemos o lançamento de Red Dead Redemption 2, em 2018, tornou-se claro que a indústria de videogames havia chegado a outro nível no qual o fotorrealismo aplicado a um brilhante mundo aberto deixou de ser apenas um sonho intangível. Embora não se soubesse como Cyberpunk seria lançado, imaginou-se que ele ao menos superaria The Witcher 3, joia da CD.
Infelizmente, após sucessivos adiamentos, Cyberpunk 2077 tornou-se um dos lançamentos mais desastrosos da indústria. Inúmeros bugs e problemas no jogo foram uma grande surpresa para os fãs que esperavam um novo megahit da CD Projekt Red.
Posso dizer que tive “sorte” em minha experiência, tendo jogado o game em um PlayStation 5 em seu lançamento. E Cyberpunk 2077 me agradou, com uma história robusta e um mundo de encher os olhos. Mas apenas isto não bastava: para aquele que deveria ser o maior jogo de todos os tempos, eu me deparei com uma cidade vazia, um enredo sem ramificações e um mundo sem grandes possibilidades de interação. Ou seja: Cyberpunk 2077 sempre foi um bom jogo (em suas versões que apresentaram menos bugs e problemas técnicos), mas acabou não sendo o que todos esperavam.
Contudo, Phantom Liberty é a oportunidade para virar o jogo.
Sendo anunciada como um novo e importante capítulo do game, a expansão possui uma grande responsabilidade, uma vez que seus criadores afirmam que ela mudará sensivelmente áreas do jogo. Mas quais são estas mudanças que serão promovidas?
Primeiramente, Phantom Liberty será um thriller de espionagem que nos levará a uma nova área do game. Dogtown é um distrito que fica nas violentas entranhas de Pacifica. O veículo que transportava a presidente dos EUA cai no local e a missão de V é um resgate em um lugar extremamente perigoso. No elenco temos, além do retorno de Keanu Reeves, a presença do fantástico Idris Elba.
Mas o que torna a chegada da DLC como algo valioso para os fãs é muito mais do que uma boa história. São os diversos ajustes que a CD promete. Entre eles estão a reformulação de diversas mecânicas do jogo base o que, em teoria, transformaria Cyberpunk 2077 em praticamente um novo jogo.
As mudanças em Cyberpunk 2077: Phantom Liberty
Uma das coisas que foram notadas pelos fãs no game é a ausência de combate em veículos. Enquanto está dirigindo, V não pode usar armas e é isso que vai mudar com a chegada de Phantom Liberty. Será possível disparar, usar armas brancas e também ter armamento embutido em carros.
O mundo de Cyberpunk se tornará diferenciado, com mais dinamismo em missões que envolvem quests que podem ser infinitamente repetidas, guerras de gangues, perseguições de carros e drops de itens através de entregas realizadas por veículos aéreos. Em suma, o mundo ficará muito mais vivo e possibilitará uma sensação de que mais coisas estão acontecendo ao redor do jogador. É algo muito importante para aumentar a possibilidade de imersão.
Uma mudança muito interessante vai envolver a reorganização das habilidades, distribuindo-as melhor e com mais usos. Por exemplo, será possível desviar balas usando armas corpo a corpo. Até mesmo os implantes terão um maior cuidado por parte da desenvolvedora do game, podendo tornar o jogador um cyberpsicopata. A noção de cyberpsicopata é algo que estava presente no game desde o início e foi aprofundada em Cyberpunk: Edgerunners, anime da Netflix baseado no game.
A inteligência artificial também será retrabalhada. Lembro que, ao jogar no lançamento, fui seguido durante boa parte da campanha por um NPC da Maelstrom, algo que realmente foi bem estranho. Com os NPCs possuindo uma IA melhor podemos esperar comportamentos melhores e ações mais lógicas incluindo no combate.
Quem também não se satisfez com o sistema de polícia pode comemorar: o sistema de procurado será repaginado e possibilitará o jogador enfrentar novas táticas dos agentes da lei e até a própria MaxTac, a famosa força de elite que patrulha a cidade e luta contra elementos mais perigosos.
A cereja do bolo é que as ações que V realizar em Phantom Liberty poderão reverberar no fim de sua história, criando novos finais para o game. Interessante, não?
É o bastante?
É verdade que hoje em dia Cyberpunk 2077 é um jogo muito diferente do que em seu lançamento. Pude presenciar várias dessas mudanças e hoje em dia posso dizer que a minha experiência está realmente muito melhor. É possível, por exemplo, comprar apartamentos novos e interagir em seus interiores de uma maneira relativamente livre. Os bugs foram amenizados. A física do jogo foi melhorada. Com tudo isso, posso dizer que Cyberpunk 2077 é, sim, um bom jogo. Mas sabemos que ainda há espaço para mais melhorias e esperamos que Phantom Liberty traga isso. O que se espera, também, é que as atualizações que não sejam relativas à história da DLC e à área de Dogtown possam ser liberadas para todos os jogadores, independentemente de terem ou não comprado a expansão.
De todo modo, Phantom Liberty é muito promissora e se encaminha para representar uma mudança sensível no mundo de Night City. Talvez não seja o suficiente para trazer todos os jogadores de volta ao mundo do game, mas é um caminho para mostrar ao público que Cyberpunk é uma ideia na qual vale a pena investir e que nunca foi uma ilusão, entregando uma visão mais próxima do que todos almejavam e consagrando sua redenção.
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