Durante a Brasil Game Show (BGS) de 2023 tivemos a alegria de entrevistar Mounir Radi, diretor de Prince of Persia: The Lost Crown. Confira como foi:
República DG: Você lembra como foi seu primeiro contato com os jogos? Você tem algum título preferido?
Radi: Cara, eu tenho muitos jogos em mente. Eu não sei por que, o primeiro que pensei foi o primeiro Metal Gear Solid. Eu me lembro de Contra, Mega Man, Double Dragon 2, Double Dragon 2. Muitos jogos assim.
República DG: Você tem uma experiência bem extensa. Você trabalha com IPs como Rayman e Ghost Recon e jogos como Zombie U e Valiant Hearts. Qual foi o seu projeto mais difícil que você trabalhou?
Radi: Prince of Persia. Não pelo motivo, porque voltar a fazer Prince of Persia foi fácil para nós, porque eu trabalhei com Jordan McNer e tivemos muitas discussões sobre o game. Mas foi o gênero. Metroidvania, como gênero, é super difícil. Muitas pessoas não estão esperando as mesmas coisas. Algumas não querem se perder. Outras querem seguir uma história.
República DG: Prince of Persia está de volta, finalmente. Como é ser capaz de trabalhar com um IP tão amado?
Radi: Eu estava jogando os primeiros e eu nunca pensei que eu faria um novo. Para mim, é uma honra. Mas também, você não tem que… Você não deve se enganar com esse jogo. Então, nós colocamos nele todo o nosso amor, toda a nossa cara, para fazer algo verdade para o Ubisoft Montpellier. O Ubisoft Montpellier é um estúdio à parte. Nós somos um pouco doidos. E nós gostamos de fazer jogos que são super frescos e diferentes. É por uma razão específica que eu trabalho em jogos diferentes. Um survival horror, um shooter, etc: porque nós queremos sempre fazer coisas diferentes. E você pode sentir isso também com o Rayman. É tipo um jogo de plataforma louco. Então, com esse jogo [Prince of Persia], nós queremos mostrar o que é Prince of Persia para nós. Esse é o resultado.
República DG: Quem teve a ideia de criar um jogo de Metroidvania como o Prince of Persia? Quem veio com a ideia de criar um jogo de Metroidvania como o Prince of Persia?
Radi: Fui eu. Sim, 4 anos atrás, o meu produto senior, Adela Kergas, me pediu para voltar para a França. Eu estava no Canadá, trabalhando para um outro jogo. E ele disse para mim: “esse é o momento certo. Temos a equipe certa. Por favor, venha voltar para trabalhar nisso.” Porque no passado, fizemos duas tentativas, as pessoas não sabem. Mas nós tentamos. Essa é a terceira tentativa, cara. Nós somos super fãs do gênero Metroidvania. Castlevania Symphony of the Nights e Super Metroid são dois jogos assim que amamos. Para mim é super natural fazer Metroidvania com essa marca [Prince of Persia]. E eu tive muitas ideias que eu testei no passado. Então, novamente, esse é o resultado.
República DG: O gênero Metroidvania está recebendo muitas grandes jogos recentemente. Como o Lost Crown está planejando se diferenciar dos outros jogos?
Radi: Os jogos que inspiraram esse jogo primeiramente são os Prince of Persia. Porque quando você trabalha em uma franquia assim, você tem que respeitar o legado e não ser um traidor para as pessoas que amam esses jogos. Mas nós também queríamos fazer algo que não é o mesmo jogo. Você não sabe o quanto é fácil criar a mesma coisa. Se eu quisesse ter uma boa vida, eu faria remakes e remakes. Então nós tomamos um risco com esse jogo, sabendo que as pessoas estavam esperando um game 3D, e nós trouxemos várias deias nossas.
República DG: Você pode nos dar um tempo extremado para terminar a história e completar o jogo? 100%? Ou não é possível falar sobre isso agora?
Radi: Nós tomamos muitos esforços para que os segredos estivessem lá. Há muitas coisas para descobrir nesse jogo. Claro que todos os pilares do gênero metroidvania estão lá. Muitas habilidades, muitos bosses escondidos… Somos autênticos para o gênero. Mas nós sabemos que algumas pessoas não gostam de se perder. Não gostam de… Quando elas só querem seguir uma narrativa, elas não gostam de não serem guiadas, etc. Nós damos um modo específico para elas, só para terminar o jogo rapidamente. Por isso há dois modos de jogo no início. O modo de exploração, que é verdadeiro para o gênero metroidvania. Sem guia, sem nada. Você está perdido. E você também tem o modo de guia. E nesse modo, você tem um marco específico na mapa para saber onde o próximo objetivo está. E marcas específicas no ponto de interesse. Então, quando você vê algo que está bloqueando o seu caminho, você vê um marco com uma cor específica. Se é vermelho, você não tem a habilidade [para ultrapassar]. Se é verde, você tem a habilidade. E isso ajuda muito para pessoas que não gostam de metroidvania.
República DG: A última pergunta. Muitos brasileiros têm sonhos de trabalhar na indústria dos jogos. Você tem alguma dica para eles?
Radi: Eu acho que os brasileiros gostam dos jogos e gostam muito de trabalhar nisso. Eu tenho amigos brasileiros e eu trabalho com eles. Eu tenho a sensação de que agora é fácil trabalhar em uma empresa como a Ubisoft ou outras. Apenas tenha certeza do que você quer fazer. Programação, design de jogo ou gráficos. E tenha certeza de que você trouxe algo único. Não copie, não tente copiar o seu jogo. Tente ser verdadeiro com você mesmo e fazer o que você gosta. E se você for verdadeiro com você mesmo, será fácil.
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