Muito antes de ter meu primeiro console de videogame, ainda na infância, lembro-me de que um dos primeiros gêneros da indústria que conheci foi o Tower Defense, onde precisávamos proteger nossa base contra enxurradas de inimigos que apareciam e, ameaçadoramente, tentavam destruir os jogadores. O tempo passou e mais e mais games nessa temática surgiram, beneficiando-se da evolução tecnológica e trazendo novos ares. Ao mesmo tempo, outros jogos que rodavam em meu computador na época eram shooters mais simples. Destaque-se Alien Shooter, game com câmera isométrica que nos coloca na pele de um exterminador de alienígenas. Uma terceira forma de jogabilidade que também consumi baseava-se em explorar áreas subterrâneas, as dungeons, no lendário e saudoso RuneScape. Foi impossível não lembrar destas três características ao jogar Endless Dungeon, jogo desenvolvido pela Amplitude Studios e publicado pela SEGA. Vamos falar um pouquinho do game e detalhar o que pode ser uma experiência punitiva, mas também divertida. Confira nossa review!
Visuais
Primeiramente, vamos nos ater aos visuais de Endless Dungeon. Tratando-se dos personagens, são amigáveis e buscam representar pessoas espertas que estão tentando se aventurar e garantir a própria sobrevivência. Já no visual do mundo em si temos um cenário mais monocromático, com cores escuras e detalhes sombrios. Contudo, a dinâmica e organização visual não torna o ambiente ríspido. Pelo contrário, há um incentivo a descobrirmos o que há atrás de cada porta.
História e jogabilidade
A história de Endless Dungeon possui um quê de simplicidade e é por meio disso que o mundo é construído. Estamos em um mundo sci-fi, com pessoas que exploram o espaço e são acometidas por um cataclismo em sua nave. A partir disso devemos controlar um grupo de heróis que se encontra em uma sala segura, chamada de Saloon (a exemplo do Velho Oeste).
Em uma jogabilidade isométrica e com uma câmera superior, logo nos acostumamos com os detalhes do game. A partir daí, nos lançamos em uma jornada rogue-lite que mistura tiros e o modo tower defense, como o leitor deve ter deduzido. Devemos avançar em labirintos de salas, verdadeiras masmorra sci-fi, e proteger um cristal para que ele acesse o núcleo da área. As áreas são geradas proceduralmente em diferentes ambientes à medida que se avança, e cada jornada nesse meio é chamado de “expedição”. Como uma dungeon tradicional temos passagens escondidas, chaves e claro, muitos, mas muitos inimigos.
Sair atirando para todos os lados não é uma opção aqui. Como estamos falando de um game que prioriza a proteção do cristal, o que temos aqui é a composição de um ambiente que permita a travessia segura até a próxima área. Por isso podemos montar armadilhas e também armamentos que nos ajudem de maneira secundária. Por exemplo, há como se montar torretas e também iscas para os inimigos.
Ao longo de todas as salas temos terminais que podem criar suprimentos. Também podemos desenvolver geradores que criam mais recursos, embora em algum momento eles possam ser alvo dos inimigos. Ao usar um terminal ou abrir determinada sala podemos desencadear uma onda, que é uma enxurrada de inimigos que vão tentar destruir nossas construções e atacar o cristal. Nossa missão é protegê-lo, então podemos usar um comando rápido para chegar perto do cristal e nos mantermos atentos à movimentação adversária.
Existem diversas armas a serem compradas e também bônus em variadas salas que abrimos. Ao nosso lado contamos com um personagem extra e, quando avançamos um pouco no game, podemos ter até dois personagens conosco, tornando tudo menos punitivo. Importa dizer que o game também possui um modo cooperativo, algo muito bem-vindo.
Quanto aos inimigos existem variados tipos, como robôs e insetos, cada um com uma fraqueza em específico. Em grande número eles são realmente uma dor de cabeça, ainda mais nas dificuldades mais altas. Portanto, é importante prestar atenção na estratégia a ser definida para enfrentar os adversários e mantê-los longe dos cristais. Os bosses são casca grossa e podem oferecer vários danos como poderosos ataques em área.
Quando morremos retornamos ao Saloon e perdemos quase tudo o que conquistamos na área explorada, algo esperado para um rogue-lite. Porém alguns recursos continuam conosco e podem ser utilizados em diferentes estações e NPCs para criarmos aprimoramentos, algo que vem bem a calhar.
Um destaque positivo é o mapa, fácil de ser acessado e que pode ser usado enquanto nos movemos, facilitando a identificação de possíveis entradas e auxiliando na orientação do jogador dentro das masmorras que podem contar um grande número de salas.
No geral o mundo do jogo é bastante rico, com muitas informações e detalhes reconhecíveis e que tornam a experiência mais palatável. Há até mesmo um glossário de forma a organizar o que conhecemos até então.
Convém também mencionar que existem quatro modos de dificuldade, cada um com possibilidades em relação ao game e tornando a experiência mais ou menos punitiva.
Localização, trilha sonora e desempenho
No quesito localização, a Amplitude fez bem e trouxe todos os menus e legendas traduzidos para PT-BR. O porém é que como há muita informação em tela, por vezes os textos ficam pequenos e a leitura se torna difícil ou cansativa. No meu caso, joguei à distância em uma TV, mas jogadores que utilizam um monitor podem sentir menos este problema. Na parte da trilha sonora, pelo que pude verificar do game, realmente ficou algo a desejar e uma composição que poderia ser melhor acertada. Já no que se refere ao desempenho, não tive problemas, com o jogo se mantendo estável na maior parte do tempo.
O veredito para Endless Dungeon
Endless Dungeon é um game que pode ser punitivo, mas também agradável. Ele nos traz uma experiência nostálgica e ao mesmo tempo desafiadora, nos fazendo refletir sobre uma perspectiva mais racional ou de tomar decisões rápidas. É um ótimo título que exige dedicação e estratégia, mas que também é recompensador na medida certa. Para os amantes de rogue-lite, um prato cheio. Mais que recomendado, vale a pena!
Obs: Esta análise foi feita a partir de uma cópia cedida pela publisher.
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Endless Dungeon é um bom jogo rogue-lite, sendo desafiador porém também recompensador. Vale a pena!
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha sonora