Com o Nintendo Switch em sua “reta final”, muitas pessoas chegaram a afirmar que Zelda: Tears of the Kingdom seria o último grande lançamento exclusivo do console, contudo, a Nintendo tem provado que ainda tem muita lenha pra queimar no “vovôzinho” híbrido. Mario vs. Donkey Kong faz parte dessa leva “pós-Tears” que vem surpreendendo positivamente os donos de Switch.
O jogo se trata de um remake de um título lançado originalmente para Game Boy Advanced em 2004. E aí que entramos no campo da expectativa x realidade. Muitos fãs esperavam um jogo novo de Donkey Kong. Esse processo gerou uma certa aversão ao remake. Contudo, após seu lançamento, e passado o estranhamento, Mario vs. Donkey Kong se mostrou ser um jogo agradabilíssimo e que reserva 130 fases incríveis e que garantem, acima da expectativa, a diversão.
Essência do que é video game!
Em um resumo simplificado do enredo: Donkey Kong estava assistindo TV quando viu o comercial do “Mário de brinquedo”, ficou animado para adquirir um mas ao chegar na loja o brinquedo já tinha sido esgotado. Donkey Kong então tem a ideia de invadir a fábrica de brinquedos, roubando todos os mini-marios de brinquedo da fábrica. Esse é o contexto para que Mario saia em uma aventura com a finalidade de recuperar os bonecos.
Mario vs. Donkey Kong se trata de um jogo lúdico e essa ausência de história jamais pode ser vista como algo negativo, seu foco é inteiramente no gameplay, e com uma classificação indicativa LIVRE, o jogo é claramente direcionado para o público infantil, ou pelo menos, pode muito bem ser jogado por ele, sem maiores entraves e interpretações complexas. O foco do jogo é justamente esse, ser simples, ter um contexto para que as missões do jogo se desenrolam.
Isso faz dele ser um jogo muito bom justamente por sua simplicidade. É uma proposta que faz lembrar os primórdios e a essência dos video games em que de fato era tudo mais simples. Antigamente a história era um mero contexto para a jogabilidade: uma princesa raptada em perigo, um gorila gigante jogando barris em um construção, e nesse caso em específico, o roubo de brinquedos.
Novidades à vista!
A jogabilidade é bem simples, pense nos jogos antigos de Mario. jogos 2D de plataforma em side scrolling em que sua principal arma é o pulo do seu personagem, aqui não existe uma significativa mudança desse raciocínio, mudando apenas o fato de que o jogo deixa de ser um side scrolling para apresentar puzzles de cenário ao jogador, fazendo com que esse precise observar o cenário e planejar seus movimentos para poder resolver os quebra-cabeças, recuperar os bonecos e seguir adiante para o próximo desafio.
Logicamente existem algumas adições de jogabilidade, como o fato de que Mario agora desempenhar pulos acrobáticos que o levam mais longe, “plantar bananeira” para evitar ser acertado por itens que vêm da parte de cima do cenário, além de também existir uma interação com o cenário com botões de diferentes cores que mudam a forma como o cenário se apresenta, fazendo sumir algumas seções do mesmo e adicionando outras, fazendo com que o jogador analise qual botão apertar para criar a melhor rota possível.
Além disso, ao completar os 6 níveis de cada mundo, o jogador habilita uma fase extra em que você deve guiar os brinquedos coletados através de uma fase para conseguir a recompensa de vidas extras e além dessa fase também é habilitado uma luta contra o chefe do mundo, que basicamente são “boss fights” temáticas de acordo com as nuances do mundo que você acabou de passar.
Por exemplo, no primeiro mundo, que é tudo ainda muito básico, o jogador precisa basicamente jogar presentes no Donkey Kong no centro da fase enquanto desvia de itens que caem do teto.
Já no segundo mundo que tem uma temática de selva e introduz cordas nos cenários, o jogador precisa derrubar frutas do Donkey Kong, que fica em uma plataforma móvel abaixo do seu nível. Ele joga brinquedos de jacaré que, caso acertem você, tira uma vida e o jogador tem que tentar desviar disso enquanto tenta acertá-lo. Essas frutas estão penduradas em cordas que se encontram no topo do cenário.
Além dos mundos já conhecidos do jogo original, o remake traz ainda a adição de dois novos mundos: Merry Mini-island (com a temática de parque de diversão) e Sliperry Summit (Que é uma montanha congelada).
O remake traz ainda a possibilidade de jogar todas as fases em co-op local. O segundo player assume a persona de Toad e isso faz com que algumas fases se tornem um pouco mais desafiadoras, o que é bem interessante de se notar, e pode trazer um fator replay bem interessante.
A parte sonora é impecável e, assim como os jogos antigos da saga Mario, as músicas de Mario vs. Donkey Kong trazem e evocam todo aquele senso de aventura e diversão descompromissada. Cada mundo apresenta uma variação interessante de sons e até mesmo os menus do jogo além de serem esteticamente bonitos possuem as músicas animadas e legais, é até mesmo reconfortante abrir o jogo e já ouvir a melodia de aventura do jogo.
Na parte gráfica é de fato um do jogos mais bonitos desse “fim de geração” do Nintendo Switch e possui um desempenho extremamente estável, rodando quase que o tempo todo nos 60 FPS, seja no modo portátil com uma resolução em 720p (o que é amenizado pela tela pequena e dá a sensação de que a resolução é até mesmo superior) ou mesmo no modo dock em HD (1080p), e em ambos os casos os gráficos são muito bonitos.
Foco na diversão!
Mesmo o jogo tendo seu foco completo no gameplay de resolução de puzzles das fases e com um história bem rasa que funciona apenas como plano de fundo, não é possível ignorar o fato de que mais um jogo exclusivo da Nintendo não está localizado em PT-BR. De fato são poucas linhas de texto, e quem possui inglês básico não terá dificuldades, o que corrobora ainda mais para a facilidade que seria localizar o game.
Um dos poucos pontos negativos do game é que ele não traz novidades marcantes em relação ao gameplay, ou seja, as fases são basicamente iguais as do game original, o que pra quem jogou o game antigo pode dar aquele ar de um “remaster de luxo” do game atual, mas acima disso, como são muitas fases com level design bem semelhante, jogar esse jogo por muitas horas pode torná-lo repetitivo.
A dica aqui seria: este é um jogo casual, jogue de maneira casual. Procure amigos, a experiência será mais interessante e divertida, mas caso vá jogar sozinho, não passe muitas horas, deixe este jogo para ser jogado como ele deve ser jogado: casualmente, em partidas curtas. Termine algumas fases e volte depois, a experiência será muito mais agradável.
Contudo, ainda assim, se trata de um jogo que tem por escopo proporcionar uma diversão descompromissada ao jogador, seu foco, de fato, é a diversão. O jogador não tem que se preocupar com farm, xp, chefes muito difíceis, fases com um grau realmente muito alto de dificuldade ou complexidade, todo aqui é feito para o jogo ser casual e divertido e isso pode ser sentido nos primeiros minutos de gameplay até os últimos.
Review de Mario vs. Donkey Kong: uma aventura divertida e atualizada!
Mario vs. Donkey kong é um jogo que serve tanto pra quem é “velha guarda” e jogou o jogo original lançado para game Boy Advance em 2004, porque pode muito bem ter aqui a mesma experiência e reviver boas memórias mas com toda a parte técnica melhorada, quanto pra quem nunca tinha tido contato com a franquia reservando vários encontros com um mundo que de forma despretensiosa garante uma diversão quase que lúdica e infantil nos melhores aspectos que essas palavras podem expressar.
Apesar de inovar pouco em comparação ao jogo original, é uma experiencia extremamente válida para os dois públicos, o escopo do jogo não é reinventar a roda e der um jogo hardcore, é de fato trazer novamente aquela experiência de 2004 para o console híbrido da Nintendo, coisa que o jogo faz muito bem, com uma parte técnica impecável no console vovozinho proporcionando um jogo que surpreende de forma positiva por tudo que entrega.
- enredo
- visual
- jogabilidade
- som
- desempenho