Se você era um jovem nas décadas de 80 e 90, você certamente conhece o Robocop. O policial “de metal” se tornou um ícone dos filmes de ação da época, inspirando diversas obras.
Infelizmente o tempo passou e um dos principais símbolos do gênero foi perdendo sua relevância, mas ainda presente na mente e coração das pessoas que vivenciaram sua época de ouro.
Foi diante desse contexto que o estúdio Teyon se uniu à Nacon para desenvolver Robocop: Rogue City, um jogo que busca honrar o grandioso legado do personagem.
A História
Protagonizado por Alex Murphy, Robocop segue a cartilha da “mitologia” da franquia. Precisamos resolver crimes e colocar um fim nas gangues de Old Detroit.
Uma mecânica interessantíssima do jogo é que podemos usar as habilidades cibernéticas de Murphy para resolver pequenos crimes, tomando decisões próprias que visam manter a ordem pública. Deixar um pequeno delito passar com uma advertência ou prender o culpado? Essas decisões, apesar de não impactarem a narrativa, concedem um charme extra ao jogo!
Os interrogatórios determinam o destino de alguns personagens secundários e o desfecho da missão em específico. No geral, senti uma grande linearidade nas missões, mas isso acaba sendo mais um ponto positivo do que negativo. O protagonista é um tanque de guerra ambulante equipado com uma Auto-9, logo, investigar e interrogar não é o propósito principal do gameplay.
Um tanque ambulante
Graças à carcaça blindada de Alex, temos o principal cerne do jogo: usar um vasto arsenal de armas pra despachar as gangues inimigas. A jogabilidade funciona quase como um DOOM só que de movimentação cadenciada.
Podemos desmembrar os inimigos atirando neles, temos um super soco e diversos aspectos dos cenários podem ser destruídos, mas calma que se trata de um AA, logo, a destruição do ambiente não chega no nível de um Battlefield da vida.
Apesar da blindagem de ponta, o personagem sofre um dano considerável e qualquer descuido causa facilmente a morte do protagonista. Precisamos usar coberturas constantemente, além de usar o consumível capaz de recarregar a vida do Robocop.
Para a minha enorme surpresa, Robocop: Rogue City conta com um sistema de progressão que flerta com um RPG simples. Ao abater inimigos, concluir missões e recuperar itens como drogas, ganhamos pontos de experiência.
Através do XP, mudamos de nível, ganhando pontos de habilidade que podem ser aplicados em categorias como Vida, Dedução, Engenharia e mais. Cada atributo concede bônus passivos e ativos que facilitam a vida do jogador.
O sistema é simples mas funciona bem, servindo como um ótimo incentivo pra explorar um pouco mais e concluir atividades secundárias. É uma maneira inteligente de estender um pouco a duração do jogo.
A parte técnica
Apesar de Robocop: Rogue City ser um AA, o jogo é extremamente competente em sua parte técnica. Os dois modos, performance e qualidade, cumprem muito bem os seus propósitos específicos.
Como de costume, por ser um shooter, o game funciona bem melhor no modo performance. No qualidade, a imagem fica mais nítida, contudo, a movimentação de Robocop fica ainda mais truncada.
A genialidade da parte técnica se dá nas técnicas de iluminação e de som. O time conseguiu passar com maestria a sensação de controlar um tanque de guerra ambulante e podemos sentir isso até ao conversar com os personagens.
A iluminação é de ponta e faz com que alguns takes e cenários passem tranquilamente como os de um jogo AAA. A única parte negativa vai pras texturas e expressões dos personagens, principalmente os secundários. É nessa parte que lembramos que se trata de um projeto de orçamento “baixo”.
Robocop: Rogue City – Vale a pena!
Mexer com um ícone, mesmo que de outra época, sempre é um desafio. Apesar dos percalços, a Teyon fez um trabalho formidável, alcançando uma nova audiência que certamente jamais ouviu falar em Alex Murphy. Se você adora os filmes ou gosta de jogos de tiro, pode se aventurar sem medo no título da Nacon!
Robocop: Rogue City faz jus ao legado de Alex Murphy, apresentando um jogo eletrônico de um dos maiores ícones do gênero ação pré-anos 2000.
- História
- Jogabilidade
- Conteúdo Secundário
- Desempenho
- Visuais
- Som