Quando Foamstars foi anunciado, a reação praticamente imediata dos jogadores foi: acho que eu já vi isso em algum lugar. Munindo-se de conceitos vistos em Splatoon, Foamstars misturou sabão e estrelas do rock pra construir sua identidade própria.
Mas será que a tentativa da Square Enix no espaço dos live service deu certo? É isso que você vai descobrir neste review de Foamstars!
Conheça as Estrelas
Sem nenhum tipo de introdução ao mundo do jogo e suas particularidades, somos direcionados rapidamente a um hub. É nos preparativos entre partidas que conhecemos as 8 estrelas iniciais que compõem o elenco do game.
A quantidade é bem pequena para um jogo que se enquadra como um “hero shooter”. Pra melhorar a situação, Mel T, uma das 8 personagens do jogo, só pode ser desbloqueada através do Passe de Temporada.
Um problema rapidamente notado por qualquer pessoa que jogue é que falta uma certa clareza sobre o “tipo” de cada herói, algo que Overwatch define muito bem.
Existem personagens que funcionam como uma espécie de suporte, servindo pra segurar a linha de defesa da equipe, algo crucial quando o Star Player do time fica exposto, mas o game falha em apresentar essas informações de maneira clara.
Um ponto positivo é que a jogabilidade é bem intuitiva e divertida, permitindo que jogadores de todas as idades aproveitem o game. É vital manter o chão com o sabão “aliado” pra facilitar a movimentação, deixando o time adversário em situação vulnerável.
Como já era de se esperar pra um game desse tipo, os personagens podem ser customizados, alterando os visuais da prancha, da roupa, da arma e das costas. A quantidade de opções de cosméticos é até generosa pra um projeto lançado com pouco conteúdo substancial. O grande problema deles é o preço.
Temos pacotes simples que custam um valor superior ao de títulos já estabelecidos no mercado. A precificação incorreta só reforça o desconhecimento da equipe com jogos desse modelo.
Sabonetando
Como mencionei mais acima, Foamstars tem modos voltados pro PvP e pro PvE. Vou falar primeiro sobre a vertente jogador vs. jogador.
Antes de entrar nos pormenores de cada modo, preciso citar um problema sério presente no jogo. Tive que trocar de servidor pra encontrar partidas. O server brasileiro está vazio demais, causando longas filas que vão de 3 a 4 minutos. Pensando que o título está na PS Plus, é uma situação alarmante.
PvP
As partidas contra outros jogadores são chamadas de Festas. No lançamento, existem apenas 4 modos diferentes de PvP, confira:
Smash the Star: O tradicional 4v4 e o mais jogado do servidor. Nesse modo, precisamos reduzir a contagem inimiga de sete até zero, fazendo com que um jogador se transforme no Jogador Estrela. Após isso, precisamos eliminar o “Star Player” para obter a vitória. Esse é o modo mais original e divertido de Foamstars e envolve um ótimo senso de estratégia.
Rubber Duck Party: Precisamos escoltar um pato de borracha até o gol adversário. O carrinho com o pato segue uma rota pré-determinada. Podemos fazer uma dança acelerando o progresso do pato. É o conhecido Escolta, modo bem batido nos games do gênero.
Happy Bath Survival: Rounds de 2v2. Dois membros da equipe ficam na arena duelando e dois foras. Vence a partida quem ganhar 2 rounds primeiro. Os que ficam fora possuem habilidades específicas, focadas em criar um caminho pros aliados.
Ranqueadas: Segue a cartilha tradicional dividida em tiers. Cada tier concede uma recompensa de temporada.
Além dos modos citados, podemos criar salas privadas pra jogar com amigos. No fim das contas, a estrutura de Foamstars é bem engessada, evidenciando a falta de experiência da equipe com games do gênero.
Não temos opção de continuar na “sala” pra puxar outra partida, são pouquíssimos modos de jogo, as recompensas são pífias. Em suma, o projeto falha em manter o jogador no loop e não recompensa bem quem dá uma chance pra ele.
Com dezenas de opções melhores e mais robustas, vai ser difícil não esquecer Foamstars na fila do pão.
PvE
A estrutura PvE é dividida em duas missões: as Foamstars Missions, jornadas para um jogador, destinadas a se habituar com personagens e as Squad Missions, missões cooperativas pra até 4 jogadores.
Apesar delas apresentarem um pouco da história de cada personagem, as missões solo são bem desinteressantes. Precisamos impedir que ondas de inimigos ataquem o Núcleo. Porém, elas são tão fáceis que acabam sendo entediantes. No fim das contas, o modo acaba servindo apenas para conseguir Miracle Dust de maneira rápida e fácil.
O Miracle Dust é uma “moeda” usada para aprimorar os Foamstars, aumentando coisas como o dano do tiro, cadência e outros.
Nas missões de Esquadrão a situação muda um pouco. São duas dificuldades disponíveis, a Normal e a Difícil. A Normal é um passeio no parque e apenas equipes ociosas não vão conseguir vencer as 10 ondas. Contudo, na dificuldade mais elevada a situação é exatamente o oposto, demandando que a equipe esteja bem equipada e composta por jogadores experientes.
Parte Técnica
Nesse review de Foamstars eu preciso deixar claro que o jogo não esconde que se trata de um projeto idealizado para a geração passada. Apesar de sua identidade própria ter um charme interessante, as texturas, efeitos de partículas e modelagem deixam claro que se trata de um projeto com DNA na geração passada.
A navegação entre os menus é engessada, com delays notáveis. Outro defeito é a falta de localização em PT-BR. Um ponto fortíssimo, ainda mais se tratando de um projeto multiplayer, é a qualidade da conexão. Não tive lag ou disconnects mesmo jogando no servidor dos Estados Unidos.
No quesito loadings, as partidas carregam rápido mas era o esperado para um game tão leve. A versão de PS5 poderia ter usado melhor o DualSense visando tornar a experiência mais imersiva mas não é o caso aqui.
Review de Foamstars: Não vale seu tempo
Em seu estado atual, não consigo pensar em um único motivo pra recomendar Foamstars. O conteúdo é raso. O loop de gameplay é péssimo, o jogo não recompensa bem o tempo investido.. é difícil até de acreditar que os servidores vão durar muito tempo aberto.
Cada minuto que eu passei com ele fez com que eu me sentisse em um museu interativo, tendo contato com um jogo eletrônico de uma era anterior. Foamstars não é de todo ruim, mas penso que ele foi lançado anos depois do momento certo.
Com dezenas de opções mais atrativas no mercado, ao meu ver, ele não vale o tempo e o dinheiro de quem joga.
- Jogabilidade
- Conteúdo
- Desempenho
- Visuais
- Som