Robin Hood era um dos personagens mais emblemáticos da cultura global. No auge de sua popularidade, o personagem lendário serviu de inspiração para filmes, séries e jogos. É em um contexto parecido que surgiu Gangs of Sherwood, jogo eletrônico publicado pela Nacon que faz uso da mitologia do personagem para tentar abocanhar uma fatia do mercado de live services.
Mas será que o jogo faz jus ao honroso legado de Robin e cia.? É isso que você vai descobrir neste review de Gangs of Sherwood.
A história
O jogo da Appeal Studios se mune de doses cavalares de fantasia para construir os alicerces de sua história. As tropas do implacável Xerife de Nottingham estão usando as propriedades da pedra Coração de Leão para se tornarem mais poderosas, deixando um rastro de terror por onde passam.
Apesar de usar a mitologia de “Sherwood” como alicerce, a lore do jogo tem bastante identidade própria, ganhando leves tons de ficção científica. Graças aos poderes da joia, a Inglaterra atingiu patamares inacreditáveis no que diz respeito a evolução bélica. Esse tempero extra na trama deixa o jogo cheio de surpresas até para os fãs mais extremos do personagem.
A história é dividida em atos e as missões podem ser jogadas com qualquer um dos 4 membros do grupo: Robin, Marion, Frei Tuck ou João Pequeno. Cada personagem tem suas próprias armas e habilidades, adicionando bastante variedade no combate. Como a ideia central do jogo é a repetição, a campanha é curtinha, demandando apenas 6 horas para ser concluída por completo.
A jogabilidade
Gangs of Sherwood não esconde que sua principal proposta diz respeito ao gameplay frenético. Para não restar dúvidas em quem joga, a HUD exibe de maneira gigante os marcadores de combo. E, falando nos combos, quanto maior a variedade de golpes usados, melhor o ranque no combate e consequentemente melhor as recompensas obtidas.
O sistema de ranqueamento das lutas lembra bastante Devil May Cry. Eu particularmente não gosto da ideia, contudo, se construir cadeias de golpes for sua praia, saiba que você deve se divertir em Gangs of Sherwood. O jogo brilha em não destacar apenas Robin, mas seus outros três companheiros. O principal é claro que usa um arco. João Pequeno, apesar do nome, é robusto. O Frei Tuck usa um martelo gigantesco e Marion usa um par de adagas.
Cada personagem também apresenta habilidades de “travessia” que abrem passagens “secundárias” nos cenários das missões, permitindo que o jogador acesse baús e obtenha ouro, o principal recurso para melhorar os personagens e comprar novas habilidades. Vale destacar inclusive que o ouro não é compartilhado entre eles, demandando que você jogue as missões várias vezes com cada um.
A progressão acontece entre missões, onde os jogadores podem comprar melhorias, roupas e artefatos com NPCs no Hub que serve como base do grupo. Diferente do que se espera, os personagens não possuem um nível tradicional. Começamos a missão com o nível de poder resetado e ele vai aumentando de maneira gradativa na medida que avançamos pelo cenário.
O problema é que o jogo diverte nas horas iniciais e depois se torna extremamente repetitivo e, memso nas dificuldades mais elevadas, dificilmente consegue representar um desafio formidável. E com a presença frequente de checkpoints, o nível de dificuldade cai ainda mais. Essa repetição acontece por que Gangs of Sherwood funciona como um brawler inspirado nos Vingadores. Essa é a definição mais precisa que consigo pensar. A cada passo dado pelas missões, acionamos um momento de “arena” onde o combate acontece.
Apesar dessa estrutura fornecer um saudosismo gostoso dos títulos dos anos 2000, que eram extremamente focados na diversão, ela enjoa rapidamente, principalmente quando você joga sozinho.
E por falar em sozinho, o jogo foi pensado propositalmente para o multiplayer. Graças a isso, a dificuldade escala mediante a quantidade de jogadores presentes na equipe. Isso torna a jogatina em co-op mais interessante e justa. E sim, apesar de ser possível desfrutar do jogo sozinho, recomendo fortemente que encontre um amigo pra jogar o game junto com você. A experiência muda completamente e, arrisco dizer, que deveria ser vivenciada apenas dessa forma.
A parte técnica
Desenvolvido na Unreal Engine 4, Gangs of Sherwood impressiona com seus visuais. Mesmo com a pegada cartoonesca, a direção de arte do game combina muito com a proposta e as técnicas de iluminação realçam os cenários medievais.
Eu só senti que o jogo fica menos bonito quando percorrermos os trechos steampunk e acredito que o motivo é a menor incidência de iluminação. As texturas estão ótimas, principalmente as das armaduras inimigas. O design dos chefes também é digno de nota.
A trilha sonora e os efeitos sonoros poderiam ser mais presentes no jogo e a HUD certamente é uma parte negativa. Por conta do sistema de combos e de ranqueamento dos encontros, muitas vezes temos um excesso de informações na tela que prejudicam a visibilidade durante as lutas.
No quesito desempenho, não tive do que reclamar. Não notei nenhuma queda de frame, bug ou crash. É o lado positivo de jogar um game após os patches de correção!
Review de Gangs of Sherwood – Chame um amigo!
Gangs of Sherwood é um ótimo jogo pra juntar a galera e se divertir despretensiosamente. Inclusive, como mencionei acima, eu apenas indico o jogo caso você pretenda desfrutar dele em grupo. Caso não tenha ninguém pra jogar, é melhor passar longe.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som