Filmes infantis carregam um peso muito grande na indústria cinematográfica, principalmente com o sucesso absoluto de Alice no País das Maravilhas. Mas você já parou pra pensar que este sucesso estrondoso seria capaz de gerar novas continuações e narrativas voltadas para o gênero terror? Bom, esta fórmula está se popularizando cada vez mais na indústria (incluindo games), explorando um universo que havia sido deixado de lado, mas que pode conter boas histórias em trechos que ainda não foram aproveitados.
Apesar de Alice no País das Trevas sair completamente da curva com um roteiro mal desenvolvido e inacabado, precisamos destacar nesta análise que outros filmes como Ursinho Pooh: Sangue e Mel tentam seguir o mesmo padrão e falham em todos os aspectos. Mas nem tudo está perdido… Se você é apaixonado por trash, com certeza poderá tirar proveito de algo transmitido pelo filme!
Obs: Esta crítica foi produzida graças a um convite de cabine de imprensa cedido pela equipe da A2 Filmes!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
O caótico início
Alice no País das Trevas inicia apresentando pequenos flashbacks da memória de Alice, uma garota que havia perdido os seus pais em um incêndio misterioso. Sem saber para onde ir, a jovem parte para a casa de sua tia para tentar esquecer os problemas causados pela perda de seus entes queridos. Como uma forma de “protegê-la”, a tia de Alice informa que a garota não deve seguir a trilha da floresta por conta de caçadores que estão matando animais e até mesmo pessoas.
Embora o alerta tenha sido em vão, nossa jovem rebelde decide frequentar a floresta e sentir uma energia muito pesada pairando pelo ar. Ao retornar para Wonderland (residência da tia), diversos eventos perturbadores começam a mexer com a mente da jovem, onde seremos transportados a um universo paralelo com personagens misteriosos que vivem na mansão. Como um pedido de ajuda, Alice procura uma forma de escapar do local para descobrir quem está causando estas alucinações terríveis, além da descoberta dos impactos que isso pode causar em sua vida.
Mesmo que o estúdio tenha trabalhado muito bem com os sentimentos e sensações de Alice, podemos notar um grande deslize em trechos da narrativa, deixando pontas soltas que geram pouquíssimas interpretações. Como se não bastasse, o filme também oferece pouquíssimos trechos assustadores, criando alguns jump scares em momentos óbvios. Vale ressaltar que esta experiência se torna ainda mais decepcionante após descobrir quem é o verdadeiro vilão que está causando todas estas alucinações na garota (primeiros 20 minutos de filme).
Como uma experiência técnica geral, o filme apresenta ótimos takes com planos detalhe (focados em objetos de cenário), iluminação baixa para causar uma certa tensão no espectador, implementação de uma paleta de cores com poucas cores vibrantes e efeitos sonoros que procuram causar arrepios (falham até mesmo neste aspecto).
Alice no País das Trevas – Vale a pena?
Definitivamente não! Alice no País das Trevas é um filme lento e completamente arrastado, gerando um certo desconforto para aqueles que buscam momentos de suspense, ação ou até mesmo alguma atitude impactante da protagonista, ou de seus inimigos. A experiência não é competente, desperdiçando um grande potencial de trazer um clássico infantil que cause impacto na vida de adolescentes, jovens e até mesmo adultos.
A única vantagem que podemos extrair de toda essa experiência são as possibilidades para futuros títulos que planejam mergulhar neste universo infantil e torná-lo ainda mais sombrio. Em suma, a experiência não justifica o tempo investido, tornando-se até menos significativa que Pooh!
Alice no País das Trevas é uma experiência cinematográfica que foge totalmente do terror, criando um cenário desastroso em um universo popular.
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