Jogos de sobrevivência com foco em construção são bem comuns hoje em dia. Para algum se destacar, é necessário ter algo que o diferencie. V Rising, da desenvolvedora Stunlock Studios, pode ser considerado um desses casos. Além do tema do jogo, que mesmo sendo relativamente normal, atrai os jogadores, suas mecânicas e propostas, aliado a um polimento muito bom, mostram que há espaço para esse tipo de jogo ser conhecido. Confira neste review.
Sede de sangue
A temática vampírica é algo extremamente corriqueiro na cultura pop. Vários estúdios, seja de jogos ou de filmes, vivem tentando emplacar hits pois existe uma demanda que gosta desse tipo de ambientação e lore. O Stunlock Studios aplica a sua maneira de ver os vampiros em V Rising, construindo um conjunto de gameplay e lore.
Basicamente, V Rising é um jogo de sobrevivência com elementos de construção e mecânicas de aRPG no estilo Diablo. Ao ler isso, você pode pensar que o jogo parece não ter um foco direto. Entretanto, todos os sistemas propostos pelo estúdio conversam muito bem entre si, deixando o gameplay divertido e ao mesmo tempo interessante, pois a cada avanço, você consegue sentir que o seu personagem fica mais forte.
Falando em personagem, como na maior parte dos jogos de sobrevivência, V Rising te deixa construir seu personagem desde o criador, que tem boas opções de customização. Particularmente, não foquei muito nisso quando criei o meu porque eu não ligo tanto, mas pra quem gosta, vai se sentir bem com isso.
Outro ponto digno de citar com relação a customização tem a ver com a parte do craft. Logo que o jogo inicia, o tutorial do jogo é meio que guiado, até o momento em que você precisa criar o Coração do Castelo, que de forma bem geral, é a base do seu castelo. Para se ter algumas outras funções no decorrer do jogo, tem que se evoluir esse Coração com os Extratos de Sangue que se consegue durante os combates e exploração, que falarei mais a frente.
O Castelo ao se ir avançando no jogo tem tantas opções de criação que na minha jogatina, eu não cheguei perto de concluir tudo que se pode fazer nele, desde móveis e decoração, a refinarias e elementos de construção para se fazer novos itens.
E como todo vampiro, o sol é um inimigo natural. Como o jogo possui ciclos de dia e noite, durante a noite é onde a exploração é mais fácil e rápida. Já na parte dos dias, se você fica 5 segundos no sol, é morto automaticamente. Nesse caso, devemos sempre buscar as sombras nas estradas, florestas e etc. Mas ai tem algo que eu considerei muito intrigante.
Pelas mecânicas de craft, você tende a minerar os itens o tempo todo, só que ao fazer isso, vai destruindo pontos de geração de sombras, o que gera enormes transtornos se você estiver num lugar muito difícil de se ter isso. É algo que pelo tema de vampiros, seria natural de ter, mas aplicado ao gameplay em si do jogo, me deixou bem atento e isso, eu gostei bastante.
Gameplay e Progressão
O loop de gameplay de V Rising é onde o jogo realmente brilha. Depois de uns objetivos tutoriais iniciais, chega-se um momento em que se libera uma aba no menu chamada de Sangue V.
É aqui que o jogo realmente começa, pois o objetivo final é você derrotar o Drácula (desculpa, não poderia deixar de citar isso aqui, mesmo o jogo já estando disponível desde 2022 no PC), só que para você chegar até ele, será necessário ir subindo de nível, e o sistema que o jogo propõe pra isso é ir eliminando uma sequência de chefes, que liberarão novas habilidades, tanto de combate como de locomoção pelo mapa, e receitas de novos itens que sempre serão atrelados ao nível, ou seja, o primeiro boss que o jogo indica para se caçar tem o nível recomendado de 16, e o Drácula (boss final), tem o nível recomendado de 90.
O Stunlock Studios desenvolveu cerca de 50 chefes para se chegar ao Drácula com todas as habilidades possíveis.
Sobre as habilidades, elas vão desde transformações para facilitar a locomoção, até habilidades de combate com inúmeros atributos e elementos diferentes. Temos golpes de gelo, elétricos, de próprio sangue, e por ai vai. Tudo isso pro jogador encontrar as melhores opções pro seu estilo de jogo, o que convém a dizer que no combate, se assemelha a um ARPG nos estilos de Diablo e Path of Exile, até por causa da câmera isométrica.
Os controles foram bem adaptados ao controle sendo fácil de se aprender a utilizar todas as mecânicas que o jogo tem. O único ponto que pode atrapalhar os jogadores na versão do PS5 é a forma de controlar a câmera, que foi escolhida para ser ao se segurar o botão L2 apertado e o analógico direito para mexer. Isso no combate pode dificultar um pouco, principalmente em alguns chefes, mas é possível lidar e não ser assim tão problemático.
Um ponto a mencionar sobre a questão do nível e itens é que cada item novo, precisa-se de matérias prima diferentes, sejam naturais, ou refinadas. Isso significa que o jogo sempre irá indicar as construções necessárias para seguir progredindo e etc.
Componentes multiplayer
Preciso confessar aqui que não sou dos fãs de jogos multiplayers. Dito isso, V Rising é um dos poucos que eu recomendo que você tente jogar em coop com amigos, pois no meu jogo, eu fiz uma sala privada para jogar solo e senti que a progressão foi excessivamente lenta, de forma que em um caso de com um aliado ajudando a minerar os itens necessários para as construções e equipamentos seria muito mais rápida, além de alguns chefes terem certas situações que são facilmente mais maleáveis jogando em coop.
Além do coop, o jogo também disponibiliza a opção de invadir castelos e terrenos de outros jogadores no Multiplayer, focando no PVP. Eu não cheguei a testar como é, mas preciso dizer que é possível e que para os jogadores que gostam, terão muita diversão aqui.
Efeitos sonoros e visuais
Os efeitos sonoros de V Rising são ótimos. Percebe-se um trabalho em tentar transmitir a imersão do mundo do jogo aos jogadores. Já a parte gráfica, considero satisfatória. Não é um jogo que vislumbra ou impressiona nisso, mas a forma como a direção de arte do jogo trabalhou para deixar a caracterização, os inimigos e o mundo alinhados ao tema de vampiros, no geral, é bem competente e tem seu destaque também.
Review de V Rising: Vale a pena!
V Rising é uma boa experiência de vampiros que vale a pena ser jogada ou pelo menos testada. Não sou um super fã de jogos de sobrevivência e craft, mas o trabalho do Stunlock Studios aqui é tão bom e polido, que eu recomendo fortemente a você, leitor, que dê uma chance pra ele, e aconselho a jogar com um amigo, porque a experiência vai possibilitar uma diversão a mais.
- História
- Jogabilidade
- Som e Visuais
- Desempenho