É difícil explicar com palavras o que é Kunitsu-Gami: Path of the Goddess! Quando joguei pela primeira vez, fiquei em dúvida sobre as suas mecânicas de combate e a evolução durante a gameplay. Apesar de parecer um tanto quanto complexo, o jogo é intuitivo e introduz os jogadores em um sistema de estratégia onde controlamos aldeões para proteger o vilarejo e expurgar a maldição.
A nova aposta da Capcom foge completamente de tudo aquilo que já estamos acostumados em jogos convencionais, implementando um combate divertido e estratégico. Embora pareça engraçado, o jogo transmite uma “sensação” de um clássico perdido na era do PlayStation 2, que recebeu pouca visibilidade quando foi lançado.
Conheça Kunitsu-Gami: Path of the Goddess, um jogo peculiar e repleto de ação com combate estratégico!
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Limpando o território
Em Kunitsu-Gami controlamos Soh, um guia espiritual que recebe a missão de proteger a deusa Yoshiro para realizar um ritual e expurgar as forças demoníacas que controlam os vilarejos e aldeões. Intitulados de Coléricos, os demônios surgem de portais dimensionais e pretendem acabar com a humanidade, transformando-os em uma espécie de casulo que está prestes a se romper.
Na busca implacável de proteger o vilarejo, Soh e os guerreiros aliados devem levar Yoshiro em segurança para realizar rituais e enfraquecer os portais que controlam os Coléricos. Para enfrentar os chefes de cada região, os jogadores devem limpar o vilarejo com a ajuda de guerreiros que são contratados utilizando cristais que são coletados ao derrotar os inimigos.
O que torna a experiência ainda mais divertida é que os jogadores podem conceder classes para os aldeões, entretanto, é necessário gerenciar os recursos para contar com a ajuda de novos guerreiros. Além disso, é possível coletar recursos ao destruir objetos de cenário, atacar animais que foram afetados pela maldição e até mesmo expurgar inimigos realizando um ritual com Soh.
O jogo também conta com um sistema de ciclos, onde o período matinal deve ser utilizado para coletar cristais, libertar aldeões do casulo, criar barreiras para se proteger dos inimigos e transportar Yoshiro para uma área segura. Enquanto isso, o período noturno irá afetar os jogadores com portais dimensionais e hordas de inimigos.
Ao expurgar uma maculação, um vilarejo será liberado, onde podemos concluir missões secundárias utilizando os aldeões. Esta é a melhor forma de coletar recursos, além de desbloquear talismãs que podem ser utilizados para fortificar o guerreiro durante o combate. Estas missões não possuem muita interatividade, o que pode acabar frustrando os jogadores que procuram desafios.
Durante as missões secundárias, nossa única ação é direcionar os aldeões para que eles se dediquem às construções da aldeia. Este processo é semelhante aos jogos de crafting, onde os jogadores precisam aguardar a finalização das construções fechando portais ou derrotando os chefes.
Um aspecto positivo do jogo é o desenvolvimento da narrativa, que destaca de forma clara a cultura e o folclore japonês, trazendo à tona criaturas perturbadoras da mitologia. Mesmo sem contar com diálogos entre os personagens e NPCs, é possível compreender a história com o impacto das ações de Soh.
Mecânicas de combate
Como mencionado anteriormente, o sistema de combate é dividido em 3 partes, sendo eles:
- O combate com Soh ao pressionar os botões quadrado e triângulo para realizar combos poderosos. É possível utilizar a esquiva pressionando o botão L3 ou desbloqueando habilidades especiais que serão concedidas ao comprá-las na árvore de talentos;
- Criando seu exército ao coletar cristais e conceder habilidades aos aldeões;
- Coletando cristais para purificar o trajeto de Yoshiro e expurgar a maculação dos portais.
Ao pressionar o botão R1, podemos controlar nossa equipe e mover os aldeões pelo mapa. Controlando os guerreiros, os jogadores poderão proteger Yoshiro ou ordenar ataques para criaturas e chefes.
Outras habilidades também serão desbloqueadas na base do Vilarejo, onde podemos conceder novos ataques especiais para os aldeões e até mesmo para Soh. Desta forma, gerenciar seus recursos pode ser uma grande oportunidade para desbloquear habilidades importantes para facilitar no combate contra os chefes.
Para aqueles que já estão familiarizados com as mecânicas de tower defense, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess poderá se tornar um passeio no parque, já que o jogo não oferece um grande nível de dificuldade. Isso acabou me incomodando bastante já que alguns chefes sequer apresentaram qualquer desafio.
Cada cenário também conta com uma infinidade de armadilhas e áreas de proteção, onde colocamos os aldeões para trabalhar antes do pôr do sol. Essas áreas são cruciais para a proteção de Yoshiro e para prevenir a diminuição de seu HP, o que resultaria na tela de Game Over.
Para aqueles que nunca tiveram contato com jogos do gênero, novas mecânicas serão implementadas conforme os chefes forem derrotados. Isso garante que os jogadores compreendam o processo, mesmo com a adição contínua de novos conteúdos.
Um ciclo contínuo
O fator replay também está presente em Kunitsu-Gami, permitindo que os jogadores concluam missões secundárias ao derrotar os chefes em um curto período de tempo ou até mesmo concluir missões sem restaurar o HP de aliados.
Para aqueles que pretendem se aventurar mais uma vez para platinar ou miletar, o jogo oferece um New Game+ após a conclusão da campanha.
Mesmo com a repetição de inimigos em alguns trechos da gameplay, Kunitsu-Gami não se torna um jogo enjoativo, onde cada sessão poderá se tornar uma nova experiência com novos níveis de dificuldade.
Aspectos técnicos
Gráficos
Apesar de não ser um dos jogos mais bonitos da geração, Kunitsu-Gami cumpre muito bem o seu papel com efeitos 3D que estão presentes em todo o cenário. Além disso, o jogo também oferece uma variedade de cores que pode ser presenciada em novos biomas, inimigos e vilarejos.
O game oferece 2 modos gráficos, sendo eles:
- Priorizar performance – Com esta opção ativada, os jogadores contarão com maior desempenho durante a gameplay, garantindo 60 FPS constantes;
- Priorizar qualidade – Com esta opção ativada, os jogadores contarão com belíssimos gráficos e cores mais vibrantes durante toda a gameplay.
Trilha Sonora
A trilha sonora do game também surpreende! Com o uso de um headset, soundbar ou home theater, podemos sentir as melodias melancólicas do game, bem como músicas tradicionais japonesas com instrumentos de sopro e corda.
O combate também surpreende, onde podemos sentir a transição das músicas e efeitos sonoros para cada tipo de inimigo.
O maior problema de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess
Um dos principais problemas que notei em Kunitsu-Gami é a ausência de interação e vínculo com os personagens. Ao longo de toda a gameplay, não consegui estabelecer uma conexão emocional com Soh e Yoshiro, mesmo com todo o drama vivido pelos guerreiros. Este problema se torna ainda maior já que os personagens não se comunicam (não existem diálogos).
Outro ponto que incomodou é a falta de balanceamento durante o combate. Apesar do jogo ser extremamente fácil, um único chefe (Mukadejoro) pode acabar frustrando completamente já que seus ataques são ridiculamente poderosos. Mesmo reforçando o seu exército, as estratégias podem acabar se tornando inúteis. Um verdadeiro tormento!
Review de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess – Vale a Pena?
Kunitsu-Gami é a prova que fugir do padrão pode ser uma alternativa em meio a um mercado amplo com tantos lançamentos repetitivos. É difícil explicar Kunitsu em palavras, entretanto, minha experiência foi muito positiva com as quase 25 horas de gameplay. Com mais pontos positivos do que negativos, é inevitável não recomendar o jogo para os jogadores, especialmente considerando seu preço acessível nas lojas digitais.
Além disso, o jogo é um prato cheio para os amantes da cultura e folclore japonês, introduzindo criaturas mitológicas que surpreendem com suas belíssimas representações. Eu diria que Kunitsu é uma carta de amor para os jogadores e uma nova tendência no mercado de games.
Não restam dúvidas… a Capcom acertou mais uma vez!
Compre o jogo:
Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é uma carta de amor da Capcom para os jogadores, criando uma nova tendência no mercado! Com mais pontos positivos do que negativos, é impossível não se emocionar com a riqueza da cultura japonesa em um universo repleto de mistérios e combates frenéticos.
Pontos Positivos
- Mecânicas de fácil aprendizado
- Combate frenético
- Representação do folclore japonês
Pontos Negativos
- Personagens sem carisma
- Falta de balanceamento em combate
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho