Faz bastante tempo que eu comecei a acompanhar o desenvolvimento de Akimbot. Desenvolvido pela Evil Raptor, a empresa por trás de Pumpkin Jack, tinha grandes expectativas em relação ao jogo e, claro, a sua proposta.
Os desenvolvedores são apaixonados pelo gênero de plataforma e a essência que predominava em títulos como MediEvil e Ratchet and Clank. Se Pumpkin Jack serve como uma homenagem incrível à MediEvil, Akimbot trilha um caminho similar, contendo várias semelhanças com Jak & Daxter e Ratchet and Clank.
Mas será que isso por si só é o suficiente para justificar sua compra? É isso que você vai descobrir nesse review de Akimbot!
Uma nova vida?
Nossa jornada é protagonizada por Exe, um robô de combate letal que atua como um mercenário e por Shipset, um drone incrivelmente irritante que lembra MUITO o Claptrap de Borderlands.
Os dois acabaram sendo capturados pelos Robottones, robôs mafiosos e estavam sendo levados para o Algoritmo, uma espécie de regime que manda no planeta. Logo nos minutos iniciais da trama, a dupla inusitada se une e consegue escapar, contudo, o destino reservava algo maior para ambos.
Um vilão nefasto chamado Malignotron invade a Baía de Dados e manda tudo para os ares. Isso serve de contexto para que Exe e Shipset sejam recrutados pelo Algoritmo para colocar um fim na ameaça e receber – merecidamente – a liberdade.
O ponto mais forte da narrativa é a dualidade da personalidade dos protagonistas. Shipset é cheio de piadinhas ácidas e é extremamente convencido. Exe é rabugento e direto ao ponto. Ao longo da exploração e progressão na campanha, podemos ouvir vários diálogos hilários entre eles.
E, felizmente, o ritmo está muito bem dosado, logo, não chega a incomodar em nenhum momento. A história se desenvolve bem, num bom ritmo e ela é mirabolante. Parece um sonho de criança se tornando realidade. Controlamos máquinas gigantes que lembram Megazords, temos combates espaciais contra naves gigantescas e chegamos até a controlar um tanque de guerra. É sério!
O estúdio, mesmo que diminuto, não poupou esforços para entregar uma campanha repleta de ação frenética misturada com trechos de plataforma. Se você adorou Ratchet and Clank: Rift Apart, vai se sentir em casa aqui!
No quesito duração, eu consegui concluir o jogo em 7 horas jogando na dificuldade Normal. Além da campanha, não existe o que se fazer no game, logo, seu valor de replay é consideravelmente baixo ou até mesmo nulo.
Salvando o Mundo
Em sua jornada para salvar o mundo, Exe empunha várias armas. Começamos com uma espada letal e, aos poucos, vamos coletando armamentos como um Fuzil de Assalto e um Rifle de Precisão. Uma solução inteligente do estúdio foi remover a necessidade de munição para essas armas.
Os disparos possuem uma espécie de medidor de calor e, quando ele se enche, precisamos esperar um pouco para que a arma esfrie um pouco. Além das armas comuns, temos as Supremas. Essas armas especiais são acionadas usando um medidor que é preenchido ao eliminar os inimigos. Temos Akimbos, armas duplas explosivas, Arma de Laser e outras duas variações.
Para melhorar essas armas, precisamos coletar orbes azuis que são obtidos ao destruir os caixotes que ficam espalhados pelo cenário.
Para a minha surpresa, o jogo é surpreendentemente desafiador no Normal e se você não se mover constantemente, a morte é certa.
Um ponto negativo do combate para mim é uma certa falta de responsividade ao dano nos inimigos. Você pode fatiá-los com a espada, atirar neles, mas eles continuam correndo em sua direção sem nenhum esboço de reação.
Além do tradicional “run and gun”, onde ficamos atirando e esquivando. Por falar em esquivar, o dash do jogo é um dos melhores que eu já experimentei e é extremamente prazeroso ficar acionando-o!
A jogabilidade é altamente responsiva, o que acaba sendo um fator crucial, levando em consideração que o jogo conta com várias seções de plataforma. Indo além dos trechos de pular, Akimbot não poupa esforços para entregar grandiosidade e loucura na campanha.
E isso se dá através de passagens especiais ao longo da aventura. Controlar uma nave, um tanque de guerra, destruir naves inimigas usando uma arma antiaérea.. Temos trechos mirabolantes que se conectam profundamente a nossa criança interior e arrancam bons sorrisos.
Isso já estava presente em Pumpkin Jack, o título anterior do estúdio, mas agora a equipe elevou ainda mais o escopo e esses trechos não estão mais tão scriptados quanto antes. Temos um nível maior de liberdade.
Além dessas passagens com os veículos, temos as tradicionais lutas contra os chefes. Eles parecem ter saído diretamente da mente de uma criança, mas no bom sentido da coisa. Como mencionei mais acima, os chefes mesmo na dificuldade Normal demandam bons reflexos dos jogadores.
Um ponto forte da jogabilidade é que a todo momento ela entrega variedade. Ora brincamos de luta 2D controlando Shipset, ora estamos pilotando algum veículo ou destruindo tudo em nossa frente com Exe. Isso colabora bastante para que o jogo não se torne enjoativo em nenhum momento.
Uma galáxia linear
Olhando por cima, é natural que alguém diga que Akimbot é um tanto quanto simples. Mas eu particularmente vejo a simplicidade do jogo como um de seus principais atrativos.
É uma aventura repleta de ação que é direta ao ponto e, felizmente, isso é refletido no level design. Ele é relativamente linear, com exceção de algumas bifurcações que levam aos Dados Perdidos, itens colecionáveis que adicionam mais contexto ao mundo e a história do game.
Quando não estamos atirando em inimigos ou pulando em plataformas, estamos hackeando painéis. E, surpreendentemente, temos vários minigames de hackear que vão desde a pressionar botões na ordem certa até snake. Sim, o clássico jogo da cobrinha!
Os biomas variam bastante e são belíssimos graças a explosão de cores expressivas que Akimbot apresenta. Os cenários não são tão detalhados, mas isso dá pra relevar, afinal, o estúdio é pequeno e fez o jogo com um orçamento bem compacto. Algo que me incomodou bastante em relação ao visual é que o jogo apresenta uma espécie de névoa que esconde todo o fundo e isso incomoda muito ao longo da gameplay.
Um ponto negativo em relação ao desempenho é que toda vez que um save automático acontece, o jogo congela por um breve momento e rapidamente volta ao normal. Como os saves automáticos acontecem de maneira frequente, isso acaba incomodando durante a jogatina.
Tratando-se de sons e efeitos sonoros, o game está dentro do padrão para um jogo desse escopo, mas a qualidade da dublagem me pegou de surpresa. As vozes de todos os personagens estão excelentes e não devem nada aos AAAs.
Graças ao poder do SSD no PS5, os loadings praticamente inexistem e, mesmo que você morra, é possível voltar a ação de maneira quase que instantânea.
Review de Akimbot: Vale a Pena!
Se você gosta de jogos como Ratchet and Clank e Jak & Daxter, Akimbot é um pedido certeiro. A aventura protagonizada por Shipset e Exe cumpre bem o que promete, entregando diversão frenética e boas risadas. Caso a Evil Raptor consiga um orçamento maior em seus próximos jogos, não tenho dúvidas de que um clássico do gênero vai acabar surgindo pelas mãos deles.
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som