Eu gostaria muito de fazer uma análise positiva sobre o Copycat, porém, alguns aspectos me deixaram extremamente incomodado, especialmente por cuidar de muitos animais (inclusive gatos) que foram resgatados em situação de abandono/maus-tratos. Antes de iniciar, gostaria de esclarecer que o jogo promove a ideia de ser algo “reconfortante”, mas não se deixe enganar!
Este é um jogo que pode desencadear muitos gatilhos por abordar temas sensíveis, especialmente para jogadores que estão enfrentando dificuldades ou lidando com a perda de um animal querido.
Embora compreenda a intenção do desenvolvedor, sua execução foi completamente inadequada, resultando em uma narrativa que sugere que o abandono é a melhor maneira de cuidar de um animal. Essa ideia implica que, mesmo que o animal seja abandonado ou maltratado, ele sempre encontrará o caminho de volta para casa.
Para aqueles que estão curiosos e querem entender um pouco mais sobre esta análise, recomendo assistir nosso vídeo opinativo. Confira abaixo:
Obs: Esta Review foi produzida graças a um código de PC cedido gentilmente pela Nuuvem!
Esta análise poderá conter SPOILERS.
Intenção nobre com falhas gravíssimas
Copycat é um jogo que aborda temas sensíveis como amizade, lealdade, abandono e até mesmo maus-tratos. No jogo, controlamos Dawn, uma gatinha recém-adotada por uma senhora debilitada que busca “anular” o sofrimento causado pela perda de sua antiga amiga felina.
Dias se passaram e a senhora foi ficando ainda mais doente, até que uma ambulância foi chamada por sua filha para resgatá-la no quarto. A gatinha permaneceu dias e dias presa na casa, sobrevivendo com o restante do pacote de ração, até que a senhora recebeu alta e acabou retornando.
Indignada com a situação e a sujeira na casa, Mae, a filha da senhora debilitada, retira o gato da residência e o abandona na rua. Nesse momento, Dawn encontra um gato muito parecido com ela, o que acaba confundindo a senhora, levando assim o animal errado para casa. A partir desse contexto, nossa gatinha é obrigada a sobreviver na rua, enfrentando os perigos dos veículos, cachorros de rua, fome, frio e muitos outros obstáculos que apenas os animais abandonados sofrem.
No entanto, as coisas começam a sair completamente do eixo devido a péssimas decisões no roteiro, o que sugere que os animais sempre irão procurar por você, mesmo que tenham sido abandonados. De fato, o mundo é cruel e o ser humano é capaz de fazer qualquer coisa pelo seu bem-estar e ego, negligenciando outras vidas. Mesmo assim, a ideia da conscientização acabou ficando de lado já que a própria senhora a abandona na rua (acredite, isso acontece).
Como se não bastasse todo o sofrimento do animal, o jogo continua insistindo nesta mensagem e encerra de uma forma completamente irracional. Outro ponto que acabou me incomodando muito é que o jogo é vendido como algo “leve”, deixando até mesmo a classificação etária como “LIVRE”. Se você tem amor aos seus animais, recomendo ficar muito longe de Copycat, jogo com ideias que não se sustentam e deixam a entender que o abandono é algo “positivo”.
Aspectos técnicos gerais
Partindo para o lado técnico e fugindo do ponto emocional, Copycat não apresenta gráficos de última geração, mas são suficientes para proporcionar uma experiência imersiva no papel de um gato. Durante toda a gameplay, enfrentei pequenos engasgos em momentos pontuais, especialmente nos trechos em que caminhávamos pelas ruas ou andávamos pelos muros. Estas pequenas quedas de frame não impactam na experiência final do usuário.
Por se tratar de um jogo focado em sua narrativa, podemos vivenciar momentos únicos com um narrador observador que compartilha curiosidades sobre os gatos. Para isso, recomendamos a utilização de um headset, já que o jogo também foca em pequenos efeitos sonoros, como os passos de um gato, arranhões em sofás e até mesmo ronronados.
Embora não conte com dublagem em português do Brasil, o jogo oferece legendas em PT-BR, o que é extremamente importante para um jogo que pretende focar em toda a sua narrativa. Vale ressaltar que o jogo pode ser concluído em aproximadamente 2 horas para aqueles que não pretendem realizar o 100%.
Review de Copycat: Não RECOMENDADO!
Talvez muitas pessoas não compartilhem da minha opinião, entretanto, quero deixar claro que a ideia dos desenvolvedores é nobre, mas acabou sendo mal executada devido a escolhas narrativas que não condizem com a conscientização sobre o abandono.
O jogo proporciona uma experiência imersiva na pele de um gato, permitindo sentir a dor e o vazio do abandono. Para aqueles que possuem animais, não recomendo a compra do jogo, pois esta não é a melhor forma de abordar o tema, considerando todos os furos que causam desconforto e criam gatilhos desnecessários.
Veja bem… o jogo cria um misto de sensações que com certeza poderiam ter sido melhores desenvolvidas. Antes de adotar um animal, pense bem na escolha e seja consciente. Animais não são brinquedos e nem descartáveis, eles precisam de muito amor e cuidado, onde procuram abrigo e conforto em nossos braços.
Antes de concluir esta análise, gostaria de REPETIR: ADOTE ANIMAIS DE FORMA CONSCIENTE E ENTENDA QUE NÓS SOMOS TUDO PARA ELES.
ONGS focadas no cuidado dos animais:
Você também pode indicar outras instituições que cuidam de animais abandonados nos comentários.
Copycat aborda temas sensíveis e importantes para a humanidade, mas acaba sofrendo com falhas graves que resultam em interpretações negativas sobre o abandono dos animais. O abandono e maus-tratos devem ser abordados com mais seriedade!
- História
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho