Originalmente lançado para o PS Vita, Freedom Wars conquistou uma base de fãs considerável, especialmente no Japão. Curiosamente, foi um dos maiores lançamentos da Sony no país. Será que o jogo envelheceu bem e ainda continua divertido? Ou as mudanças apresentadas não foram suficientes? Venha descobrir neste review de Freedom Wars Remastered.
Pode ficar tranquilo(a), esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Similar, mas nem tanto
Freedom Wars faz parte do gênero “Hunting Games”, predominantemente representado pela franquia Monster Hunter da Capcom. Esses jogos focam em derrotar chefes gigantes repetidamente, seja sozinho ou com outros jogadores. Embora Freedom Wars compartilhe dessas características, ele apresenta mudanças e conceitos bem diferentes de jogos como Monster Hunter, Dauntless, God Eater, entre outros, como veremos a seguir.
Literalmente 1984
A história e a construção de mundo não são o foco desse gênero, servindo mais como pano de fundo para a gameplay e missões. Mas a lore e a premissa de Freedom Wars foram o que mais me chamaram atenção e surpreendentemente me fizeram gostar mais do jogo.
O game se passa no ano de 102014, no Japão, em um futuro pós-apocalíptico sem um governo centralizado. Vários Panopticons, conceito criado pelo jurista inglês Jeremy Bentham, funcionam como cidades-estado independentes, que mais parecem prisões gigantes, vigiando seus integrantes 24 horas por dia e guerreando entre si por territórios e recursos. Além de água e comida, esses recursos incluem “cidadãos”, indivíduos livres, na maioria cientistas, engenheiros ou ocupantes de cargos valiosos na sociedade.
Ao contrário da realidade, as pessoas não nascem como cidadãos. Todos nascem com um milhão de anos de sentença e são chamados de pecadores. Eles são enviados para celas com o objetivo de contribuir compulsoriamente para o “bem maior” do Panopticon, reduzindo suas sentenças missão após missão, para um dia se tornarem cidadãos ou morrerem tentando.
Entre armas e espadas
Freedom Wars é dividido em duas partes: exploração e customização no Panopticon, e missões de combate. No Panopticon, podemos descobrir salas escondidas, recursos espalhados, comprar e vender itens e conversar com companheiros, que podemos chamar para nos acompanhar nas missões. Estas missões incluem resgatar cidadãos capturados por abdutores, máquinas gigantes especializadas em abdução e combate, e enfrentar diretamente pecadores de outros Panopticons, até mesmo em um modo PvP multiplayer, algo inédito no gênero.
O jogo oferece vários tipos e modelos de armas equipáveis, como espadas gigantes, facas para arrancar partes dos abdutores rapidamente, metralhadoras, rifles de precisão, entre outros. Essas armas podem ser adquiridas em combate e melhoradas com novos danos, munições estendidas, elementos de status e várias outras opções.
Antigo, mas charmoso
Apesar de ser um jogo de PS Vita e ter um envelhecimento geral nos gráficos, Freedom Wars apresenta uma boa qualidade de imagem e texturas, contando com resolução 4K disponível no PC e consoles. Os abdutores são especialmente impressionantes quando suas peças explodem e ficam no chão durante a batalha. Os efeitos de armas de fogo e habilidades também são muito positivos.
O design de som e a trilha sonora não são marcantes, mas são variados e apresentam toques de JPOP ao longo do jogo, uma escolha inesperada, mas bem-vinda para o tom do jogo. A dublagem em inglês está impecável e parece que usaram até IA para dar voz aos andróides, aumentando a imersão.
No quesito perfomance, como esperado, praticamente perfeito, joguei a maior parte do jogo no Steam Deck nas configurações máximas a 60 FPS.
Review de Freedom Wars Remastered – Vale a Pena?
Freedom Wars é um daqueles jogos que nos lembram o quão bizarros e diferentes os jogos podem ser. O conceito e a premissa do mundo do jogo merecem ser inspiração para novos jogos ou até mesmo um spin-off ou continuação da IP. Contudo, tratando apenas do jogo em si, vejo dificuldade em recomendar. As melhores partes do jogo não são suficientemente trabalhadas, e o foco do jogo é inferior a outros da mesma época ou até mais antigos, como Monster Hunter Portable 3rd e God Eater 2.
Todavia, pessoalmente, gostei das 16 horas que passei jogando e completando o jogo, e vou acompanhar de perto o possível futuro dessa franquia!
Pontos Positivos
- Premissa muito original
- Visuais bonitos e performance impecável
- Missões rápidas e diretas
Pontos Negativos
- História não alcança seu potencial
- Mecânicas simples e nada inovadoras
- Campanha com alguns pontos entendiantes
- Narrativa e Lore
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho