Ender Magnolia: Bloom in the Mist serve como sequência do ótimo Ender Lilies: Quietus of the Knight. Ambos os jogos foram desenvolvidos pela Binary Haze, um estúdio japonês.
O jogo anterior, Quietus of the Knight, fez bastante sucesso, vendendo mais de 1 milhão de unidades e posteriormente acabou sendo adicionado em serviços como a PlayStation Plus.
Em virtude disso, as expectativas para Bloom in the Mist eram naturalmente maiores, afinal, se o estúdio fez um jogo ótimo com poucos recursos, que dirá após ganhar milhões de dólares com as vendas do primeiro.
Você vai descobrir todas as minhas opiniões sobre o jogo nesse review de Ender Magnolia e se eu recomendo ou não que você jogue ele!
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Uma narrativa mais acessível
Ender Lilies: Quietus of the Knight contava uma boa história no maior jeitão FromSoftware de ser. A narrativa era fragmentada em diálogos desconexos, descrições de itens e colecionáveis.
Para a sequência, a Binary Haze decidiu seguir um caminho mais direto e expositivo. A jornada de Lilac, a nova protagonista, é contada em detalhes através de diálogos mais simples e cutscenes que explicam a história.
A lore que envolve experimentos científicos, transmutação e homúnculos retorna, expandindo o universo que foi apresentado em Quietus of the Knight. Eu não achei a história ruim, contudo, a falta de voice acting (atuação de voz) causa um impacto enorme na narrativa.
É difícil se conectar emocionalmente com os personagens secundários e com o que está acontecendo na tela. Eu posso estar sendo exigente aqui, afinal, eu joguei Nine Sols recentemente, mas penso que a parte narrativa do jogo poderia entregar mais impacto e emoção.
As missões secundárias são bem básicas e não adicionam quase nada ao jogo. Coletamos itens específicos e precisamos advinhar para quem entregar eles através de uma descrição vaga no menu.
Contando com dois finais, um a menos do que o jogo anterior, a história pode ser concluída em 8 a 10 horas. A platina leva entre 15 a 20 horas.
Jogando no seguro
Existem sequências ousadas que acabam dando errado e existem aquelas que apostam no seguro, fugindo de inovações e optando por aprimorar o que já era bom. Ender Magnolia é um caso muito claro da segunda opção.
A jogabilidade funciona da exata mesma forma que o anterior. O jogo se comporta como um metroidvania, com várias habilidades de travessia. Os golpes são acionados através de habilidades equipáveis que são obtidas ao sintonizar Lilac com os homúnculos. Ao todo são 30 habilidades distintas.
Graças à isso, podemos montar estilos diferentes de jogar. A progressão do jogo é simples: eliminamos inimigos para obter XP e coletamos fragmentos para aumentar a nossa quantidade máxima de HP. Como equipamentos temos slots para dois braceletes, para um totem e para um escudo.
Além das habilidades, a personalização de builds também acontece através do sistema de relíquias. Esses itens apresentam bônus passivos que fazem uma certa diferença na batalha. Aqui o jogo peca por excesso. Temos várias relíquias inúteis e poucas que são de fato efetivas e que vão ser de fato usadas pelo jogador.
Outro ponto digno de nota é a reciclagem de inimigos e chefes que em sua maioria não são nada memoráveis. Sendo sincero, eu só devo lembrar de dois chefões, os dois que mais me deram trabalho: o No. 7 e Gilroy na forma final. Os outros deixam a desejar tanto no design visual quanto nas mecânicas na luta.
Um ponto de destaque é o quanto os controles são responsivos, fator esse que acaba ajudando a trivializar várias lutas contra chefes. O parry e a esquiva funcionam tão bem que eu fiquei praticamente imortal em boa parte do jogo. E olhe que eu joguei no Difícil para ganhar mais XP.
Indo de encontro à responsividade, temos um design de mapa que é intuitivo em sua maior parte mas peca na quantidade de checkpoints. Existem áreas com 2-3 checkpoints relativamente próximos uns dos outros e outras zonas mal apresentam 1.
Vale destacar que existe uma zona, chamada de Floresta Carmesim, que é facilmente um dos piores mapas em um metroidvania. O local é extremamente irritante cheio de teletransportes sem sentido.
Um ponto alto da exploração e que deveria ser implementado em todo metroidvania é que existe uma indicação visual in-game quando todos os itens de uma sala foram coletados. Para completistas como eu, isso é um recurso fabuloso!
Aquarela Japonesa
Uma coisa que não dá pra negar é que Ender Magnolia é cheio de identidade. Feito na Unreal Engine 5, o jogo segue uma estética de anime, lembrando um Code Vein 2D.
Os cenários são bem variados, com construções tradicionais do Japão, cavernas, florestas, trechos aquáticos, fábricas, cidades e muito mais. Felizmente, o ritmo da campanha introduz essa variedade de ecossistemas de maneira gradativa, o que ajuda a afastar o sentimento de repetitividade.
Eu joguei no PS5 Pro e não tive nenhum bug, crash ou queda de frame. E, felizmente, todos os troféus pipocaram corretamente. O hitbox, algo que costuma ser um problema em jogos deste gênero, funciona muito bem.
Minha única ressalva pra parte artística do jogo vai para o design dos inimigos em geral. Até o visual da maioria dos chefes deixa a desejar, falhando em causar impacto. Como não estamos mais falando de um projeto feito por devs inexperientes e com orçamento diminuto, é um problema que é difícil de relevar.
A parte sonora está fantástica, principalmente a trilha. As músicas, com tom melancólico, combinaram muito bem com o tom do jogo. Existe urgência, existe pavor e receio. Todos esses detalhes são reproduzidos de maneira magistral através do som do jogo.
Review de Ender Magnolia: Bloom in the Mist – Vale a Pena!
Ender Magnolia: Bloom in the Mist é um ótimo jogo do gênero metroidvania. Ele não reinventa a roda e aposta no seguro, seguindo fielmente o DNA do primeiro. Não há nada de errado nisso, contudo, esse fator acabou segurando o projeto e impedindo que ele furasse uma grande bolha como Hollow Knight fez.
Recomendo ele tanto para fãs do gênero quanto para novatos que buscam um jogo mais acessível para conhecer como metroidvanias funcionam! A Binary Haze fez um bom trabalho.
Ender Magnolia: Bloom in the Mist é um ótimo metroidvania que não reinventa a roda mas que aprimora tudo que vimos no primeiro.
Pontos Positivos
- Mapa intuitivo
- Combate prazeroso
- Boa variedade de cenários
- Indicação visual para completistas
Pontos Negativos
- Picos de dificuldade estranhos
- Missões secundárias ruins
- Design dos chefes deixa a desejar
- Narrativa
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som