Nos últimos dias todos nós fomos surpreendidos com o ressurgimento de uma franquia amada que estava na “geladeira”: Ninja Gaiden. A Xbox se aliou a Team Ninja para anunciar Ninja Gaiden 4. Para celebrar o retorno da franquia, Ninja Gaiden 2 Black foi lançado imediatamente.
Após jogar sem parar o jogo, tendo zerado ele, trago a vocês como foi a minha experiência jogando Ninja Gaiden pela primeira vez!
Isso mesmo, eu infelizmente nunca joguei nenhum jogo da franquia, esse foi o meu primeiro contato com ela. Com isso, meu relato será baseado em um jogador tendo contato pela primeiríssima vez com a saga. Se aconchegue mais, pegue um salgadinho e venha ler o meu review de Ninja Gaiden 2 Black.
Ninja Gaiden de volta
Um ponto bastante peculiar que pude observar logo no início do jogo, foi que infelizmente a Koei aparentemente não se importou em conquistar novos corações. Não temos nenhuma retrospectiva da história do primeiro e somos “jogados” no meio do plot.
Após a primeira cutscene, sabemos apenas o nome do personagem, que somos um ninja e partimos direto pra “pancadaria”. Se você se importa com o aspecto narrativo de um jogo, esse pode ser um ponto negativo.
Esse aspecto passa a ideia de que Ninja Gaiden 2 Black foi pensado especificamente para os fãs da saga. Isso é compreensível, afinal, podemos considerar a franquia como algo nichado. Contudo, penso que uma recapitulação não faria mal e não daria tanto trabalho.
Overdose de adrenalina
O gênero hack’n slash era um dos mais cultuados na época do PS2 e PS3, era em que a franquia Ninja Gaiden brilhou. Contudo, ao longo do tempo, esses jogos foram perdendo espaço para um combate mais cadenciado, principalmente após a popularização do gênero Souls.
Diante desse contexto, é incrível poder jogar algo que se baseia num dos momentos mais fantásticos dos jogos. Ninja Gaiden é extremamente frenético e é difícil se desgrudar da tela.
Em todos os momentos eu era afunilado com vários inimigos na tela, e em cada passo que dava, vinha mais uma leva de 10 inimigos. Nesse quesito gostei bastante. A variedade é ótima e a descarga de adrenalina é tão grande que mal percebi o tempo passar.
Para mim esse é um fator fundamental de um jogo: o fator diversão. Se você procura uma experiência despretensiosa e que não faz rodeios pra divertir quem joga, Ninja Gaiden 2 Black é uma ótima pedida.
Dificuldade, nós temos!
Como um bom gamer que gosta de jogos desafiadores, Ninja Gaiden Black nos presenteia com ótimas lutas. E claro, graças a sua variedade de inimigos, e pela quantidade que vem em cada luta, consegui ter momentos que me fizeram bolar uma estratégia para poder avançar na história.
As lutas de chefes são relativamentes simples. Eles apresentam um move set que acaba sendo fácil de decorar. O problema vem quando o jogador erra. Os combos dos chefes são devastadores e arrancam uma quantidade generosa de HP. Se você não esquivar e bloquear no momento correto, o jogo te pune sem pena.
Outro ponto é que ao acionar o ataque especial da arma, não existe iframes. O chefe vai tomar dano mas vai continuar te batendo, demandando precisão e estratégia na hora de usar esses ataques especiais.
Algo que me chamou a atenção foi a dificuldade elevada nas missões tag (secundárias). Nessas missões, os inimigos se mostram mais agressivos e os combates são significativamente mais desafiadores, proporcionando uma boa dose de adrenalina para quem busca um maior nível de dificuldade.
Quanto à estrutura do jogo, ele segue uma abordagem bastante linear. Apesar de cada área oferecer pequenas seções para explorar recursos, não há conteúdo secundário integrado à narrativa principal. O foco é exclusivamente no objetivo principal, sem missões paralelas ou subtramas que expandam a história.
Embora a linearidade mantenha a experiência direta e objetiva, senti que a inclusão de missões secundárias dentro da campanha principal poderia enriquecer o mundo e dar mais camadas ao enredo, além de diversificar ainda mais a jogabilidade.
O arsenal de um ninja
Indo para o nosso equipamento, contamos com um arsenal bastante generoso para enfrentarmos os inimigos, com 9 armas. Todas elas podem ser aprimoradas no Ferreiro, permitindo assim dar mais dano, e consequentemente alterar também o seu visual. Cada arma possui 2 upgrades para fazermos.
Além das armas, temos habilidades ninjas que complementam o combate. Entre elas, estão os pássaros de fogo e um vórtex destrutivo capaz de dizimar grupos de inimigos. Essas habilidades são especialmente úteis contra grandes grupos e se destacam em lutas contra chefes, trazendo uma boa dose de estratégia para os confrontos.
No entanto, uma parte que me decepcionou foi a ausência de personalização do personagem. Apesar de o sistema de equipamentos ser bem detalhado e variado, senti falta de um sistema de atributos que permitisse moldar o personagem ao meu estilo de jogo.
Visuais belíssimos
Inegavelmente, um fator bastante presente nesse remaster foi o nível gráfico presente e também o nível de detalhes presentes durante o desmembramento. Sair arrancando cabeças e ver o sangue jorrando é uma marca registrada de Ninja Gaiden.
Até quando arrancamos a perna, o inimigo fica deitado ainda tentando nos atacar. Achei esse fator do NPC sofrer as consequências da perda do membro bastante vívidas e claro muito bem vinda.
Graças à Unreal Engine 5, eu fiquei apreciando os cenários em vários momentos. A iluminação e as texturas foram muito aprimoradas, deixando o jogo mais charmoso e com cara de geração atual.
A exploração foi um dos aspectos que mais me agradou. Ela não apenas destaca a riqueza de cada área, mas também nos força a usar nossas habilidades ninjas para alcançar locais específicos. Essa interação com o ambiente reforça a sensação de estar em um mundo ninja autêntico, onde cada detalhe parece pensado para mergulhar o jogador na experiência.
Poder da nova geração marca a presença
Eu joguei Ninja Gaiden 2 Black no PS5 e temos alguns recursos interessantes aqui. É possível limitar os FPS em 60 ou 120, o que é uma opção fantástica considerando a intensidade e velocidade dos combates.
Uma coisa que a equipe poderia ter aproveitado melhor são os recursos do DualSense. Isso tornaria a experiência sensorial fantástica, ainda mais se tratando de um jogo onde as armas brancas dominam.
No quesito bugs, glitches e quedas de frames, eu não tive nenhum problema com esses aspectos. O jogo está muito bem polido, o que indica que a Team Ninja trabalhou bastante nele para poder lançar como um shadowdrop.
No aspecto técnico, a coisa que eu mais detestei no jogo foi a câmera. Ela é quase o maior inimigo de Ninja Gaiden 2 Black. O estúdio optou por deixar a visão similar aos jogos antigos do gênero e ao Ninja Gaiden 2 original, o que pra mim foi uma decisão péssima.
Review: Ninja Gaiden 2 Black – Vale a Pena?
Eu zerei o jogo e completei algumas missões tag, logo, já posso dar o meu veredito sobre Ninja Gaiden 2 Black.
Apesar de nunca ter jogado nada da franquia antes, eu gostei bastante do jogo. Fiquei meio perdido em relação à alguns detalhes da história mas não é nada que torne a experiência pior, pelo contrário, só fiquei ainda mais curioso sobre esse universo.
A maior parte negativa do jogo pra mim foi a câmera. Inclusive, ela me faz recomendar cautela na hora da compra. Existem trechos que chegam a ser irritantes por conta do posicionamento da câmera.
Se você é um fã da franquia ou do gênero, pode ir sem medo pois a diversão é certa. Os jogos do gênero estão cada vez mais raros e ele é importantíssimo para revitalizar esse gênero que já nos trouxe tanta alegria e histórias épicas.
Contudo, se você não tem tanta aproximação com hack’n slash, eu recomendo que você aguarde por uma promoção ou pela possibilidade de testar o game antes de comprar.
Ninja Gaiden 2 Black pode ser o recomeço da era de ouro dos hack'n slash. Apesar de não ter sido tão modernizado, o jogo recebeu vários incrementos visuais e de jogabilidade.
Pontos Positivos
- Habilidades ninjas são legais
- Cenários lindíssimos e diversificados
- Jogabilidade viciante
Pontos Negativos
- Sem recapitulação da história para novatos
- Câmera péssima
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Trilha Sonora