Lançado originalmente em 2019, Spirit of the North chamou a atenção por sua abordagem única: uma aventura em terceira pessoa sem diálogos, centrada em uma raposa vermelha que viaja por terras inspiradas nas paisagens da Islândia, guiada por uma entidade espiritual ligada à aurora boreal. O jogo da Infuse Studio se destacou pela sua atmosfera contemplativa, trilha sonora imersiva e forte inspiração na lenda finlandesa de Tulikettu — a “raposa de fogo”, que, segundo o mito, cria a aurora boreal ao correr pelas montanhas e levantar faíscas com sua cauda flamejante.
Agora, seis anos depois, a continuação chega expandindo tudo o que o primeiro jogo oferecia — desde o mundo até a história.
Pode ficar tranquilo(a): esta análise é totalmente livre de SPOILERS!
Uma história envolvente e emocionante
Em Spirit of the North II, a fórmula ganha fôlego novo com um vasto mundo aberto ambientado em uma ilha cheia de vida, habitada por sete tribos místicas: Cervo, Corvo, Loba Solar, Loba Lunar, Raposa, Carneiro e Urso. Cada região tem suas próprias características, desafios e segredos, com florestas densas, montanhas cobertas de neve, criptas escondidas e cavernas antigas que ajudam a contar a história de uma civilização perdida.
A exploração é ainda mais recompensadora: mensagens ocultas, pinturas rupestres e pistas deixadas para trás revelam aos poucos o passado desse mundo e dos guardiões lendários ligados à aurora.

Dessa vez, a jornada começa com uma tragédia. Grimnir, um antigo xamã da tribo da Raposa que caiu em desgraça por causa da sua ganância, retorna dos mortos. Ele toma posse do guardião da tribo do Urso e, tomado pelo ódio, incendeia a aldeia da Raposa. A protagonista — uma raposa vermelha, agora com opções de personalização — consegue escapar e acorda em BrumaFúgio, uma terra cinzenta e abandonada que se torna seu novo lar.
Isolada, mas não sozinha, ela encontra um novo companheiro: um corvo, animal sagrado no folclore nórdico, associado à sabedoria e ao deus Odin. Juntos, eles partem em busca dos guardiões da aurora, que foram capturados e corrompidos por Grimnir.

Um novo sistema ganha vida
Se o primeiro jogo apostava na simplicidade, a sequência se aprofunda. Agora é possível personalizar a aparência da raposa, escolhendo detalhes como olhos, pelo, cauda, garras e orelhas. O combate também ganhou espaço: os confrontos com os guardiões corrompidos funcionam como batalhas de chefe, exigindo uso criativo das habilidades da protagonista.
Essas habilidades são desbloqueadas ao longo da campanha por meio de runas místicas. A raposa pode aprender a dar super saltos, planar por curtas distâncias ou ativar sua forma espiritual para resolver puzzles mais complexos. Há também uma árvore de habilidades que cresce conforme o jogador coleta itens especiais espalhados pelo mundo — como as estátuas douradas da Raposa Vermelha.

Mesmo com seu clima contemplativo, o jogo não deixa de lado o senso de aventura. Espalhados pelo mapa estão pequenos guaxinins comerciantes que trocam cristais brilhantes (a moeda do jogo) por itens raros e úteis. Para se manter viva, a raposa se alimenta de vagalumes amarelos, enquanto fragmentos vermelhos chamados Fogo-Fátuo restauram sua energia espiritual.
E, como é tradição nos mundos abertos, o jogo também oferece portais de teletransporte que facilitam a movimentação entre regiões já exploradas — uma ajuda e tanto, considerando o tamanho da ilha.
Os pequenos problemas do game
Apesar de todas as qualidades, o game não está livre de tropeços. O jogo não se propõe a reinventar a roda — e isso fica claro em alguns momentos. Durante a jornada, é comum notar pequenos engasgos e quedas de desempenho que quebram um pouco a imersão. Em especial, áreas externas sofrem com o carregamento de texturas, que às vezes simplesmente não aparecem como deveriam.
Outro ponto que pode incomodar são os cenários excessivamente escuros. Mesmo ajustando o brilho ao máximo, algumas regiões continuam difíceis de explorar, o que compromete a experiência, especialmente em ambientes fechados ou noturnos.

Além disso, para quem jogou o primeiro título, certas mecânicas repetidas podem soar um tanto recicladas. Embora funcionem, elas podem deixar a sensação de que faltou inovação em alguns aspectos da jogabilidade.
No fim das contas, Spirit of the North II ainda entrega uma experiência envolvente, com uma bela direção artística e um mundo rico em mitologia. Mas esses problemas técnicos, embora pontuais, podem afastar jogadores mais exigentes — tanto os veteranos quanto os recém-chegados.
Review de Spirit of the North 2 – VALE MUITO A PENA!
Spirit of the North II não tenta reinventar a roda, mas sim refinar e expandir uma fórmula que já era cativante. É um jogo para quem gosta de explorar com calma, prestar atenção nos detalhes e se perder em paisagens que parecem saídas de uma pintura. A mitologia nórdica não é só pano de fundo aqui — é a alma da aventura.
Apesar dos problemas de desempenho e problemas nas texturas, o game entrega uma experiência imersiva para todos, entretanto, recomendo comprá-lo em uma futura promoção após o seu lançamento com alguns patches.
Spirit of the North 2 será lançado em 8 de maio de 2025 para PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC.
Apesar dos problemas de desempenho, Spirit of the North é um jogo envolvente e emocionante, colocando os jogadores em um mundo vasto e repleto de surpresas. Com seus problemas de desempenho, é recomendado aguardar uma futura promoção para comprá-lo.
- História
- Gráficos
- Trilha Sonora
- Desempenho
- Jogabilidade