Confiram a nossa review do Trident’s Tale, jogo com a temática de pirata que está sendo lançado agora, e eu quero estar trazendo para vocês tudo sobre a gameplay, mecânicas, gráficos e muitos outros aspectos, positivos e negativos.
Trident’s Tale é um jogo indie do gênero de ação e aventura de mundo aberto e que está sendo lançado agora dia 22 de Maio para as plataformas Playstation 5, Playstation 4, Xbox Series, Xbox One, PC e Nintendo Switch. Foi Desenvolvido e publicado pela 3DClouds na Unreal Engine, estúdio italiano responsável por títulos como King of Seas e Transformers: Galactic Trials, Nesse jogo você irá mergulhar em um mundo de piratas, cheio de mistérios, magias, combates navais, e é claro, tesouros para serem descobertos e saqueados.
A história
No Trident’s Tale você irá assumir o controle da personagem Ocean Tern, uma jovem pirata que anseia por se tornar a rainha dos mares encontrando o Tridente da Tempestade, um objeto mágico e poderoso que concederá o controle do mar de quem o possuir.

Segundo a lenda pirata, o Tridente da Tempestade pertencia a Thaloq, um espírito do mar que nutria ódio aos humanos e que após provocar uma calamidade contra os homens, outros espíritos do mar resolveram baní-lo do seu reino e o aprisionaram em Hoctal.
Eles também tomaram o Tridente da Tempestade, fonte de poder do Thaloq, e o partiu em 6 fragmentos, espalhando cada pedaço por Hoctal a fim de que Thaloq nunca mais conseguisse se reerguer e se libertar do seu cárcere.
Com o passar do tempo, a lenda só cresceu, o que fez com que os fragmentos do tridente se tornassem o sonho de todo pirata, afinal de contas, quem possuísse o tridente teria o poder de governar os mares e se tornaria um rei pirata. Enquanto isso, os pedaços do Tridente repousam em algum lugar nos recantos mais remotos de Hoctal.
A pequena Ocean Tern, após perder seus pais, foi resgatada e criada por um famoso pirata de nome Laertes. Ele foi o responsável por ensinar tudo sobre a vida pirata à Ocean. Nossa protagonista então cresce, e enquanto vivia sua vida tranquilamente acaba encontrando uma relíquia escondida no depósito da sua própria casa.

O que ela não sabia era que essa relíquia era na verdade um dos fragmentos do Tridente da Tempestade, o que acabou atraindo um exército de esqueletos comandados pela pirata Cornélia. Enquanto invadem a ilha à procura do fragmento, Laertes explica para Ocean que na verdade essa relíquia é uma das partes do tridente, e que ela deve protegê-lo custe o que custar.


Ele irá explicar também que os fragmentos são fontes de armazenamentos de Divinorum, uma espécie de energia mágica que flui por todo o mundo. Diante disso, Ocean se vê obrigada a fugir da ilha e abandonar Laertes enquanto ele chama a atenção do exército de esqueletos.

Ocean então ganha a missão de proteger e reunir todos os fragmentos do Tridente da Tempestade, para assim evitar que ele caísse nas mãos de Cornélia, ou coisa pior, na mão de Thaloq, possibilitando que o espírito retornasse com toda sua fúria.
Enquanto sai em sua aventura, Ocean irá conhecer e reunir uma tripulação que acaba se tornando sua família e que serão fundamentais no sucesso da sua jornada, a ajudando em diversas situações diferentes.
Mecânicas e jogabilidade
Com relação às mecânicas e gameplay do Trident’s Tale, eu devo confessar que estava esperando muito mais do que foi apresentado no jogo. Infelizmente o game apresenta uma gameplay e movimentação extremamente arcaica e datada, sendo bastante travada e sem muita fluidez.
Então você pode andar com o analógico esquerdo, correr com o L3, pular, interagir e lootear com o X, fazer ataque leve com o quadrado, fazer ataque pesado com o triângulo, no botão bola você faz a esquiva, usar a pistola com o botão R2, dar Lock nos inimigos com o R3, usar habilidade especial com o R1 e L1, a seta direcional para cima permite acessar o menu de acesso rápido de inventário, permitindo usar consumíveis de forma ágil, e o touchpad permite acessar o menu que possui o mapa, inventário, equipamentos da Ocean, equipamentos do navio e o livro de jornadas com as missões.


Eu já gostaria de falar que uma das mecânicas que mais me incomodou nesse jogo foi a de pulo, pois quando você faz o comando de pular a Ocean simplesmente perde velocidade e trava no ar. É como se o pulo literalmente fizesse ela subir apenas na vertical em vez de fazer a trajetória de uma parábola, mesmo se você estiver correndo. Isso muitas vezes ocasionou que eu não conseguisse alcançar locais elevados, ou pior, caísse desses locais e acabasse morrendo.
Outra mecânica que apesar de ser mais sutil me incomodou muito foi o de acessar o mapa, pois ao você apertar o touchpad, ele tem uma animação que dá um delay de aproximadamente 2 segundos para finalmente mostrar o mapa. Isso acontecer enquanto você ta tentando se localizar na região ou localizar o ponto da missão se torna insuportável durante a gameplay.

E falando em localizar pontos das missões, esse foi outro quesito que deixou a desejar demais no Trident’s Tale. Me peguei por diversos momentos simplesmente travado em uma região ou cenário que você vê que é fácil de explorar, porém não é nada intuitivo. Então muitas vezes o jogo marcava o ponto da missão no mapa, mas você perdia muito tempo tentando achar como chegar ao local.
E não me entendam mal aqui. Eu não estou reclamando da dificuldade de exploração, eu gosto de explorar os jogos, por exemplo mesmo, o Elden Ring, que eu sei que não tem nada a ver com o tipo de jogo.
Mas o que estou querendo trazer aqui é que o Elden Ring é um jogo com um mapa enorme, que praticamente nenhuma vez vai te auxiliar em como chegar nos lugares ou o que fazer nas quests, porém ele consegue fazer a exploração ser fluida e divertida. Bem diferente do que acontece no Trident’s Tale, onde a exploração é maçante e cansativa.

Infelizmente explorar nesse jogo não é nada divertido, tendo a situação piorada por possuir cenários mortos e NPCs sem vida. Você chega nas ilhas e vilas piratas e você encontra simplesmente os NPCs travados no mesmo local, ou simplesmente andando de um lado para o outro sem rumo. Você simplesmente não consegue ficar imerso no jogo, o que prejudicou muito até a minha vontade de querer explorar todas as regiões do game.

Esse próximo item aqui com certeza entrou como um dos que me incomodou demais durante minha gameplay que foi a sincronização de falas e expressões faciais dos personagens totalmente desconexas.

Então durante as cutscenes a boca se mexia totalmente dessincronizado com os diálogos, além de muitas vezes a dublagem apresentar algum tipo de emoção, como raiva ou alegria, mas a expressão facial dos personagens continuarem exatamente a mesma. Esse aspecto nos NPCs conseguia ser ainda pior, o que me fazia querer pular a maioria das cenas.

Um dos poucos pontos positivos que dou aqui na gameplay foi a de exploração com o navio, onde você pode navegar por todo o mapa, explorando as diversas ilhas espalhadas pelo jogo que possuem recursos e tesouros para ajudar na sua jornada.
A jogabilidade no navio é bem simples, onde os botões bola e triângulo servirão para içar ou recolher as velas do navio, aumentando ou diminuindo sua velocidade. Com o L2 você consegue mirar os canhões e com o R2 disparar. L1 e R1 também servirão para usar as habilidades especiais definidas por você.


Outro ponto positivo é que o jogo possui uma quantidade de personalização razoável. Então você poderá acessar sua bancada de criação dentro do seu navio e lá poderá criar espadas, armas, chapéu e roupas para alterar a aparência da Ocean e conceder diversos atributos diferentes também, tanto para ataque como para defesa.
Você também poderá personalizar o seu navio, criando canhões, proas, convés, cascos e velas diferentes que também irão te dar atributos variados para o seu navio, aumentando seu dano, defesa e velocidade. Você também poderá criar recursos e poções a partir dos materiais de criação que você encontrar durante sua gameplay.

Uma outra mecânica que o jogo explorou muito e que, apesar de ser simples, funcionou direito foi a exploração de templos, que basicamente funcionava como “dungeons”, onde você precisará resolver alguns puzzles para conseguir avançar, até encontrar a relíquia ou o boss da área.

Durante o jogo, principalmente na história principal, você irá encontrar vários companions que serão fundamentais para sua jornada, além de conceder novas habilidades especiais que poderão ser usadas tanto nos combates em terra, como no combate marítimo. Sendo importante você upar seus aliados para melhorar os efeitos dessas habilidades.

Um adendo importante é que você consegue nadar no jogo! Então você pode explorar as praias das ilhas nadando em volta delas. Porém se você se afastar demais irá surgir o alerta que você está entrando em águas profundas, e caso continue seguindo, Ocean irá morrer afogada. Ainda assim, já fez mais que o jogo de pirata da dona Ubisoft “Skull and Bones” onde o personagem não conseguia nadar, mas apenas ficar no raso. Então ponto positivo para o Trident’s Tale aqui.

E falando em morte, outro ponto que poderia ter sido mais polido foi esse. Ao morrer, simplesmente aparece a tela de carregamento e você volta para seu último check-point, não tendo ao menos uma animação quando a Ocean leva um dano fatal.
O combate
Com relação ao combate, infelizmente o Trident’s Tale deixou a desejar também. O combate do jogo se torna extremamente repetitivo do início ao fim da sua gameplay, isso porque você não tem uma variedade de golpes e combos, ficando limitado a ataques rápidos e ataques pesados com a espada, o uso da pistola e o uso de habilidades especiais.
Além disso, há pouquíssima variedade de inimigos, se limitando a esqueletos, que poderão estar usando espadas, rifles, bombas e até mesmo varinhas mágicas, soldados da marinha e golens mágicos.



As habilidades especiais, conforme comentado, serão adquiridas ao você conseguir liberar novos aliados que entrarão na sua tripulação. Você poderá subir o nível desses companheiros, melhorando as habilidades especiais e concedendo novos efeitos ao liberar eles na árvore de skills de cada aliado. Para isso, deverá ir ao navio e conversar com o personagem que deseja melhorar e usar o item Grogue, uma espécie de bebida que será necessária para upar os aliados.

Cada habilidade especial poderá aplicar um efeito de status diferente, podendo ser eles o efeito de maldição, onde você receberá mais dano ao estar amaldiçoado. Embriaguez, que causa dano contínuo e reduz o dano dos inimigos. Eletrificado, que causa dano e te paralisa por um período de tempo no mesmo lugar. Queimadura, que causa dano contínuo nos inimigos. E atordoamento, que também irá te deixar paralisado por um curto espaço de tempo.

Para usar essas habilidades especiais, você deverá consumir a sua energia de Divinorum. Essa energia será representada no seu HUD como o círculo com o emblema de uma onda no canto inferior direito da tela. À medida que você causar dano nos inimigos, você irá carregar essa barra, até deixar ela completamente azul. Com isso, será possível usar as habilidades especiais, assim como sua pistola, ao custo do uso dessa energia.

Durante sua gameplay, você poderá achar fragmentos de pedra de Divinorum, onde ao coletar 3 unidades irão aumentar sua capacidade de energia mágica, permitindo que você use mais habilidades na mesma hora. Além disso, você poderá coletar também os fragmentos de pedra da vida, que assim como Divinorum, ao coletar 3 pedras sua barra de vida será aumentada permanentemente.
O jogo também possui alguns chefes e inimigos especiais, o que foi o ponto positivo do combate aqui. Apesar de não serem chefes e batalhas super arrojados, cada boss tinha habilidades, pontos fracos e mecânicas diferentes para você descobrir e conseguir derrotá-los. Então isso conseguia quebrar um pouco a mesmice do combate no geral.
Os dois chefes que mais me marcaram nesse game foi o Thaloq, o espírito do mar que você deverá enfrentar no final e que tinha mecânicas divertidas de aprender para vencê-lo e o Kraken, onde você enfrenta ele no meio de vários tornados com o seu navio.

E por falar em navio, o combate marítimo também possui pouca variedade. Dentro do navio você poderá usar os canhões frontais, do fundo e das laterais, além de usar as habilidades especiais escolhidas, mesmo dentro do navio. Apesar disso, eu conseguia me divertir mais nos combates com o navio do que o em terra.
Para finalizar, um aspecto que me incomodou demais nos combates foi o hitbox. Tive várias ocasiões onde ataques com a espada não acertavam o inimigo, mesmo estando praticamente do lado, assim como tive várias situações onde um chefe fazia um ataque especial e que aparentemente só passava perto de mim, mas mesmo assim conseguia me atingir e causar dano.
Visuais
Sobre os gráficos, foi outro aspecto negativo do jogo. O jogo foi desenvolvido na Unreal Engine, porém nas minhas pesquisas não consegui encontrar qual foi a versão utilizada. Mesmo assim, os gráficos do game são bastante ultrapassados também e visualmente ruim. É um estilo de gráfico que seria completamente aceitável em um jogo da geração Ps2 ou Xbox ou início de geração do Ps3 ou Xbox 360. Porém encontrar esse estilo de gráfico na geração atual dá ao jogo um ar de datado.

E aqui eu quero ressaltar que a questão não é que o jogo não tem os gráficos de última geração estilo GTA VI, por exemplo. Temos aí exemplos recentes de jogos como o First Beserker: Khazan que usa a técnica de Cel Shading, dando um ar cartoonesco ao jogo, porém ficando com uma qualidade estética bonita e agradável. Outro exemplo recente também é o Mandragora: Whispers of the Witch Tree, que possui também gráficos mais simples, porém muito bem trabalhados, com uma ambientação muito bonita.
No caso do Trident’s Tale, ele falhou em trazer gráficos minimamente agradáveis e apesar de eu achar que a atmosfera de um jogo seja mais importante que gráficos, quando o game já tem outros aspectos técnicos defasados, pesa ainda mais quando nem o gráfico consegue agradar e trazer uma mínima qualidade.
Ambientação e cenários
A ideia central da ambientação e cenários é legal, porém infelizmente ela não conseguiu ser bem executada. Isso porque os ambientes são sem vida, com NPCs que parecem que só estão lá por estar. Você olha para os NPCs e ao interagir parece que está falando com bonequinhos de massa de modelar.

E como dito anteriomente, os gráficos do jogo também não é dos melhores. O game também não conseguiu puxar minha curiosidade para explorar os lugares, perdendo qualquer justificativa que te fizesse querer explorar todo o mapa. Somando tudo isso você encontra um jogo que não consegue te fazer imergir em sua gameplay e que não consegue te manter motivado a continuar jogando.
A parte sonora
Para finalizar, vamos falar da trilha sonora do Trident’s Tale que também não é nada marcante. Durante sua exploração e combates em terra você não encontra nenhuma música que te empolgue ou que, assim como outros fatores, te façam imergir na sua gameplay naquele momento específico do jogo, sendo mais um dos pontos que ajudou na impressão que eu tive do jogo ser vazio. Mas calma, nem tudo foi negativo.
Durante a exploração com o navio esse cenário da trilha sonora muda um pouco. As músicas durante as viagens e combates com o navio são animadas, alegres e te fazem sentir como se estivesse no próprio navio, navegando pelos mares, ou combatendo outros navios piratas. Além disso, elas são músicas características de enredos de piratas, te fazendo se sentir mais imerso nesses momentos.
Review de Trident’s Tale – Aguarde promoção
Trident’s Tale infelizmente manteve a “maldição” que as desenvolvedoras de jogos tem em conseguir trazer um game de piratas bem trabalhado, imersivo, com físicas realistas e gameplay arrojada. Óbvio que sabemos que esse jogo é indie e que tem recursos limitados, porém queria trazer a reflexão que já vi muitos jogos indies que são tecnicamente bons e divertidos de jogar.
Além do seu estúdio, a 3DClouds não ser novata na produção de jogos, o que já deveria dar um certo grau de experiência para trazer jogos muitos mais arrojados tecnicamente falando do que foi o Trident’s Tale.
Eles produziram recentemente o Transformers: Galactic Trials que possui uma gameplay e gráficos bem mais agradáveis que o Trident’s Tale, além desse jogo não ter sido o primeiro na cartela de games do estúdio a explorar essa temática pirata, o que já deveria dar um conhecimento maior para eles trazerem um jogo mais arrojado tecnicamente e imersivo.
Em vez disso, eles trouxeram um jogo com um mau desempenho, onde experimentei quedas de frames constantes, principalmente nos combates (Framerate ruim), além do jogo ter crashado algumas vezes comigo.

O design do fogo também foi um dos pontos que mais chamou minha atenção, por além de não conseguir segurar os frames, ainda ser esteticamente feio.

Praticamente todos os aspectos técnicos principais, como a gameplay, combate e mecânicas estão recheadas de pontos negativos, o que tornou a minha jogatina e experiência com o Trident’s Tale ruim e cansativa, onde em certo momento eu só queria rushar a história principal, que apesar de ser genérica, ainda conseguia despertar certa curiosidade para finalizar ela.
E falando nisso, eu consegui zerar o jogo em 14 horas de gameplay, mas dá para zerar mais rápido caso você vá focado 100% na história principal.
Trident's Tale mantém a maldição das desenvolvedoras de trazer um jogo de pirata mundo aberto tecnicamente bom.
você pode nadar
- personalização razoável
Gráficos ultrapassados
- movimentação travada
- Desempenho e framerate ruins
- História
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visuais
- Som