Godbreakers chega oficialmente em 23 de outubro, e nesta review testamos o jogo no PlayStation 5 base. O título do estúdio To The Sky mistura elementos de roguelike em terceira pessoa, lembrando Returnal.
Em cada run, você escolhe habilidades diferentes dependendo do encontro que enfrenta, e cada partida se desenrola de forma única, garantindo que nenhuma sessão seja igual à anterior.
A promessa é clara: focar em um combate viciante, recompensas rápidas e um sistema de habilidades que te faz querer morrer (no jogo) só pra voltar mais forte.
O resultado é um roguelike que entende o básico: o combate precisa ser satisfatório. Mas será que Godbreakers vai além disso? Confira a resposta para essa pergunta na minha review de Godbreakers.

Um sol morrendo e três irmãs nada piedosas
A trama é simples, mas cumpre seu papel. A humanidade foi responsabilizada pela lenta morte do sol. Para tentar salvar o que restou, três irmãs sobrenaturais decidem trazer alguns humanos de volta à vida. Guerreiros armados até os dentes, encarregados de caçar monstros e prolongar a chama solar à base de violência.

Não há longas cutscenes nem narrativa pesada. Godbreakers prefere contar sua história no ritmo da ação, com fragmentos de diálogo e cenários que sugerem mais do que explicam. Funciona.
O jogo nunca tenta ser mais profundo do que precisa, e isso deixa espaço para o que ele faz de melhor: o combate!
O combate é o coração pulsante
A primeira impressão é familiar. Ataques leves e pesados, combos, golpes carregados e esquiva, tudo está aqui. Mas o jogo encontra sua própria identidade ao permitir cancelar qualquer movimento a qualquer momento. É uma daquelas decisões de design que parecem pequenas, mas mudam tudo.


Você pode atacar e, no meio da animação, interromper o golpe para correr, esquivar ou contra-atacar. Isso dá ao combate um ritmo muito mais responsivo e reduz a frustração típica de roguelikes mais punitivos.
Outra boa sacada é que Godbreakers não tenta ser um “soulslike”. Não há barra de estamina, embora o jogador tenha uma capacidade de uso da esquiva, tendo que esperar para que ela recarregue com o tempo. Portanto, o jogo favorece a agressividade. É sobre atacar, se adaptar e continuar se movendo.
As armas e os arquétipos mudam o jogo
Cada arma em Godbreakers muda completamente o estilo de jogo. Logo de início, o jogador tem acesso a algumas opções, e conforme morre (algo inevitável) ou faz alguns desafios, novas são desbloqueadas. Algumas classes e armas disponíveis:
- Lanceiro – equilíbrio entre velocidade e dano, ideal para quem quer aprender o ritmo.

- Pilar – golpes lentos, mas com alto impacto. Pode conceder escudos temporários à equipe.
- Lâmina Gêmea: Muita velocidade, porém com pouco alcance e vida
- Duelista: Muito alcance nos golpes, porém possui pouca defesa

- Ceifador: Bastante força e alcance nos golpes, mas a lentidão atrapalha muito
- Golpeador: Muito poder e velocidade, mas zero de alcance.

Cada arma vem com um conjunto próprio de habilidades e combos, o que incentiva experimentação a cada nova tentativa. E sim, morrer faz parte, no entanto, é recompensador. No entanto, durante a minha jogatina para a realização desta review de Godbreakers, viciei no Lanceiro, justamente por ser mais equilibrados que os demais.
A “Ruptura Divina” é o maior diferencial
O diferencial do jogo está em sua mecânica principal: a habilidade “Ruptura Divina”. Quando um inimigo está enfraquecido, você pode ativar essa técnica para literalmente explodi-lo por dentro. Além de causar uma explosão em área, essa ação concede habilidades temporárias roubadas do inimigo.


Matar um robô pode te dar um golpe subterrâneo poderoso; derrotar uma criatura energética libera um raio devastador. É uma ideia divertida, mas limitada.
No entanto, você só pode usar uma habilidade roubada por vez e precisa esperar um longo tempo de recarga antes de fazer outra quebra. O sistema adiciona variedade, mas raramente muda o rumo da luta.
Ainda assim, o impacto visual e o som metálico que acompanha cada execução tornam essas sequências satisfatórias, especialmente em lutas contra chefes.
Estrutura e Progressão de The Godbreakers
O título mantém a estrutura clássica de um roguelike, mas de forma bastante linear. Assim, os mundos são organizados em portais: você só pode avançar para o próximo após eliminar todos os inimigos daquela área. Essa progressão lembra jogos como Doom e Quake, em que você precisa limpar uma arena antes de seguir adiante.
Portanto, antes de cada chefe, há uma loja. Ela permite melhorar habilidades que você pegou durante o percurso ou comprar novas com a moeda do jogo.

Embora seja possível adquirir mais encontros, o padrão é sempre um único antes da batalha principal. Isso torna a progressão previsível, mas a loja adiciona uma camada estratégica interessante, permitindo escolher como evoluir sua build.

Os mundos seguem um esquema que se repete a cada tentativa. No início de cada run, você escolhe entre dois planetas. Após matar o chefe, surge novamente a escolha entre dois mundos, e assim por diante, até chegar ao destino final daquele mapa.

Esse sistema dá a impressão de variedade, mas os inimigos, padrões e chefes permanecem os mesmos a cada tentativa. Entretanto, isso pode tornar o jogo repetitivo em algumas runs, especialmente para quem busca mais diversidade no design dos mapas.
Durante a tentativa, você vai acumulando habilidades que aumentam seu dano, velocidade, condições aplicáveis nos inimigos como queimadura ou envenenamento, lentidão, entre outros.


Chefes: um dos pontos altos do jogo

As batalhas contra chefes são o destaque do jogo. Assim, cada chefe tem seu estilo próprio, ataques e padrões de movimentação. Um dos mais memoráveis lembra um lutador de WWE: a interação com ele é intensa e divertida, mas peca por ser única fase.

O chefe tem uma barra de vida e você precisa quebrar sua proteção antes de causar dano na barra principal, enquanto os inimigos menores continuam atacando. Esse formato funciona, mas poderia ter fases adicionais para aumentar a complexidade e a variedade.
Pontos fortes e limitações
Godbreakers se destaca no combate e na evolução da build, mas peca na repetição dos mundos. Como os inimigos e chefes não mudam, cada tentativa acaba se sentindo parecida.
Ainda assim, o jogo recompensa o jogador pela progressão: habilidades coletadas e melhorias permanentes incentivam novas tentativas, como acontece em outros roguelikes do estilo Hades.

O equilíbrio entre estratégia, timing da esquiva e uso das habilidades roubadas mantém cada run interessante, mesmo com a linearidade dos mapas. É um título que mistura familiaridade e inovação, principalmente com o sistema de Ruptura Divina e escolhas de arquétipos.
O modo cooperativo dá vida longa ao jogo
Apesar de funcionar bem no solo, o foco real está no modo cooperativo online. As habilidades e armas foram claramente pensadas para o trabalho em equipe. Jogadores com armas pesadas, por exemplo, podem proteger o grupo, enquanto outros oferecem buffs e ataques à distância.
Contudo, o jogo roda de forma estável no PS5 base, sem quedas perceptíveis de desempenho, mesmo com vários inimigos e efeitos de partículas na tela. A To The Sky acertou na otimização.
Vale o tempo?
Finalizo minha review de Godbreakers declarando que ele não reinventa o gênero, mas entrega algo que muitos roguelikes esquecem: diversão imediata. O combate é ágil, o progresso é recompensador e o modo cooperativo adiciona longevidade real.
A habilidade “Ruptura Divina” é um ótimo diferencial e muito divertida. Porém, a ausência de uma história marcante talvez afaste quem busca narrativa. Mas como experiência de ação rápida, o jogo cumpre tudo o que promete.
Se você gostou de Returnal e Hades, vai se sentir em casa aqui. O título é um daqueles jogos que não tentam ser grandiosos, só querem ser bons no que fazem. E conseguem.
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Quebre deuses nesse roguelike divertido
Godbreakers entrega um roguelike sólido e divertido, embora ele não arrisque em nada, você irá depositar boas horas de jogatina nele. A mecânica de Ruptura Divina é um bom diferencial, além das batalhas contra os chefes. A linearidade dos mundos e a repetição de inimigos podem cansar, mas a evolução de habilidades e a estratégia das escolhas de arquétipos equilibram bem essa limitação.
Ruptura divina, eu te amo!
- Combate: responsivo, dinâmico e ágil
- Chefes: interessantes com estilos únicos
- Ruptura Divina: habilidade que vicia
- Coop: a cereja do bolo
Nem tudo são flores
- Mapas repetitivos
- Poucos Arquétipos
- Mecânica dos planetas e dos chefes muito simples
- Os visuais poderiam ser mais caprichados
- Visuais
- Desempenho
- Jobabilidade
- Efeitos Sonoros
- História