Títulos como SIFU e Sleeping Dogs trouxeram perspectivas quase revolucionárias sobre as artes marciais nos games. Coreografados e bastante fieis ao que foi produzido pelas milenares lutas, eles se impuseram como referências dentro de seus próprios estilos e cativaram milhões de fãs por todo o mundo.
Rapidamente, essas adaptações foram levadas para blockbusters maiores, como Black Myth: Wukong, e já aparecerão em 2026, com o aguardado Phantom Blade Zero. Mas para que esperar tanto se teremos Forestrike já nos próximos dias?
Publicado pela Devolver Digital e desenvolvido pela Skeleton Crew Studio, o título mistura estratégia, repetição e combates intensos em uma aventura fortemente inspirada pelos clássicos filmes de artes marciais. E assim como em todo roguelite de respeito, você precisa se adaptar muito para sobreviver.
A libertação de um país
O Império foi fortemente influenciado pelos poderes de um Almirante maligno. Após dominar os exércitos do país, o vilão colocou forças opressoras em cada local, e com o tempo os apoiadores do antigo líder passaram a ser massacrados.
Dominado por um senso de justiça, o artista marcial Yu embarca em uma jornada para libertar seu país. E, através de uma técnica misteriosa conhecida como Presciência, o protagonista não descansará, mesmo que as chances de sobrevivência sejam mínimas e que ele recomece tudo do zero.

Forestrike é um jogo de ação em pixel-art, com foco no combate. Os destaques do game ficam por conta do versátil sistema de luta e dos visuais, que contam com uma arte totalmente feita à mão, seja em relação aos personagens ou aos cenários.
Ao longo da campanha, os jogadores precisam atravessar quatro mapas. Cada um deles contém quatro a cinco fases com dinâmicas próprias, bem como com pistas que vão formulando a narrativa principal e, especialmente, a história por trás do Almirante.

Além disso, Forestrike conta com mecânicas únicas de jogabilidade, destacando a Presciência. Através dela, a dinâmica de combate é totalmente alterada a favor do protagonista, criando um senso de urgência por meio de um gameplay mais estratégico e quase tático.
Pense antes de agir
A Presciência de Forestrike exige que os jogadores pensem bastante (ou ao menos o suficiente) antes de darem o próximo passo. No game, ela funciona quase como uma dança, onde o personagem executa uma série de movimentos de acordo com o que a situação pede.
As hordas de inimigos escalam consideravelmente durante a jornada, mas a Presciência impede que isso ocorra de forma injusta. E a própria ideia roguelike do título acompanha bem essa mecânica: aprenda e se adapte.

Como ela funciona? Basicamente ela permite testar diferentes abordagens nos confrontos. Por meio dela, Yu visualiza a zona de combate antes de ter espaço para suas ações no “mundo real”. Dessa forma, a ideia é mostrar como a mente de um artista marcial também deve ser preservada e respeitada; pois tudo começa por lá.
Vale reforçar que isso não ocorre por turnos. Toda a ação em Forestrike é em tempo real, ou seja, com uma grande janela para a improvisação. Além disso, os desenvolvedores criaram uma forma de garantir que tudo seja usado ao seu favor.
Especialista e criativo
Seja nas lutas contra chefes ou no combate contra inimigos comuns, Yu tem um grande arsenal de vantagens. Ao todo, ele consegue dominar cinco estilos de luta, cada um com seus próprios movesets, upgrades e animações.
O sistema roguelite de Forestrike permite que aprimoramentos sejam obtidos de forma permanente. Assim, há uma forte sensação de recompensa, visto que muito pouco é perdível em comparação com o que realmente há de vantajoso.

Além disso, Yu tem acesso a objetos do cenário e armas, como galhos, ferramentas, pedras e outros itens de improvisação. A ideia é tornar a aventura ainda mais cinematográfica e orgânica, trazendo referências aos clássicos filmes de artes marciais que popularizaram nomes como Jackie Chan e Jet Li.
Os desafios de Forestrike também podem ser expandidos por meio de configurações de acessibilidade. Novatos no gênero têm a chance de testar suas habilidades em um modo mais casual, enquanto veteranos e corajosos podem sofrer e aprender no modo Realidade, que remove a mecânica de Persistência.
Forestrike não é simplesmente apertar botões
Novo jogo de artes marciais, Forestrike é muito mais do que se propõe. Combar, eliminar inimigos e sobreviver não exige que os jogadores apenas apertem botões, mas sim que sejam estratégicos antes de cada ação.
O título indie se destaca pelos visuais em 2D e pelas belas animações coreografadas, oferecendo meios para que os jogadores se aproveitem de toda a liberdade criativa. Além disso, ele conta com uma trilha sonora estimulante que parece acompanhar as lutas e transformá-las em danças.
Infelizmente, Forestrike possui um forte senso de desbalanceamento. Ficar com pouca vida no início dos mapas pode facilmente comprometer uma run bem executada e promissora, visto que o jogo não dá muitos meios para a recuperação. Já a curva de aprendizagem é alta, especialmente quando não há muitas habilidades destravadas.
Não há como negar que o título é um roguelite diferenciado e, em certos aspectos, inovador. Fãs de artes marciais e de games com rolagem lateral devem curtir logo nos primeiros instantes, mas pessoas fora do nicho têm pequenas chances de serem afastadas devido ao próprio conceito.
Esteticamente atraente e brutal em seu combate, Forestrike cumpre bem seu papel de roguelite ao recompensar a criatividade e persistência.
- Narrativa
- Jogabilidade
- Desempenho
- Visual
- Som
- Diversão