Estamos em uma época incrível para apreciadores de jogos de estratégia; Europa Universalis 5 é sensacional, Crusader Kings 3 acabou de lançar sua mais aguardada DLC e temos finalmente a última estreia na franquia de sucesso da Ubisoft, Anno 117: Pax Romana.
Se você já jogou o famoso Sim City ou Cities: Skylines, entenderá rapidamente do que se trata Anno; porém, ao invés de cuidar da distribuição de energia, tratamento de água e trânsito em sua moderna cidade, iremos gerenciar um loteamento romano na época da Pax Romana, um período de cerca de 200 anos onde Roma vivenciou seu ápice de prosperidade e desenvolvimento.
Por fim, ao contrário de jogos como os já citados Europa Universalis e Crusader Kings em que controlamos países e nações inteiras, nesse jogo o foco total se encontra apenas em sua vila/cidade, mas não se engane, isso não significa que seu trabalho será simples.
Uma viagem no tempo

Anno 117 contém duas campanhas bem similares entre dois irmãos, com Marcia Tertia, sendo encarregada de ajudar a cuidar da vila de seu marido em um casamento arranjado, e Marcus Naukratius, invocado por um governador a gerenciar do zero uma nova cidade. leves toques de narrativa nessas campanhas servem tanto para ensinar os novos jogadores como para acostumar os veteranos às novas mecânicas. A história e personagens são bem básicos, sendo basicamente um pano de fundo para o verdadeiro foco do jogo: a construção e administração de sua cidade.
O looping de gameplay principal do jogo pode ser resumido em obter uma população maior, para ter mais mão de obra com o objetivo de suprir as necessidades da mesma e assim conseguir suportar mais pessoas em sua cidade, afinal, quanto maior for a quantidade de habitantes, mais ouro de transações e impostos nos seus cofres.
No meio disso tudo, temos que balancear a construção e ligação das ruas, ter cuidado de não colocar instalações poluidoras perto de habitações, encontrar locais perto de rios ou montanhas para edifícios exclusivos etc. A decisão de onde e como colocar construções está mais importante do que nunca, e finalmente ter a opção de colocar ruas na diagonal abre um leque absurdo de customização, acompanho alguns criadores que postam suas cidades nas redes sociais e algumas são genuinamente assustadoras de tão planejadas e belas

O jogo também contém aspectos de combate, mas é bem simples e claramente não é o foco, já que, como encontrado no próprio nome do jogo, paz é algo que beneficia muito mais que guerra no longo prazo, mas admito que ver os navios romanos em batalha chama muita atenção e pretendo fazer uma jogada focada em militarização no futuro
A parte mais impressionante do jogo para mim, sem dúvidas, foi no aspecto visual, os gráficos de Anno sempre foram bons, mas esse em particular com certeza está entre os melhores do gênero com folga. As montanhas rochosas, as ondas espumosas na praia, os rios dançando entre os vales revelam um belo contraste com os centros mercantis recheados de mercadores, as longas estradas com inúmeras casas e zonas industriais lotadas de fuligem. O emaranhado de casas, praças, aquedutos, lojas, ferrarias e tantas outras edificações vistos de longe resulta numa sensação maravilhosa após dezenas de horas em sua cidade.

A quantidade de NPCs no mapa também é excepcional, principalmente como o realismo de zonas rurais terem poucas pessoas em carruagens e carrinhos de mão, enquanto que nas zonas mais urbanas encontramos centenas de cidadãos ao mesmo tempo ao decorrer do jogo.
Entretanto, a direção de áudio do jogo infelizmente me decepcionou, não por ser ruim ou até mesmo mediano, mas a régua desse aspecto no gênero é ridiculamente alta. Eu mesmo tenho dezenas de músicas salvas no meu celular de Stellaris que às vezes uso para estudar ou trabalhar, e entregar apenas um trabalho que “passa de ano” não deixa de ser triste, e a dublagem dos personagens ser amena também não ajuda a elevar a já razoável campanha.
A parte técnica do jogo foi uma grata surpresa, com um desempenho acima do que eu esperava mesmo durante partes com mais demanda no late game, e levando em conta os visuais do jogo isso foi algo bem positivo, além de literalmente não ter encontrado nenhum bug durante toda a jogatina.
Anno 117: Pax romana – Vale a pena?
Anno 117: Pax Romana entrega um ótimo jogo em seu lançamento, com visuais magníficos, mecânicas simples mas engajantes e um limite de customização nunca visto antes na franquia, e com mais conteúdo confirmado no futuro pela Ubisoft como atualizações gratuitas e expansões pagas, acredito firmemente que o trono de melhor da franquia do Anno 1800 poderá ser tomado no futuro e um ótimo ponto de partida para iniciantes nesse gênero.
Anno 117: Pax Romana oferece o equilíbrio quase perfeito entre acessibilidade e customização, entregando um game de estratégia fácil de jogar, com visuais fantásticos e conteúdo para centenas de horas, com potencial de ficar ainda melhor com futuras atualizações e expansões.
Pontos positivos
- Visuais estonteantes.
- Gameplay acessível e dinâmica.
- Desempenho bom.
Pontos negativos
- Trilha sonora amena.
- Campanha pouco desenvolvida.
- Não tão profundo como outros do gênero.
- Narrativa
- Jogabilidade
- Gráficos
- Trilha/efeitos sonoros
- Desempenho/Bugs
