Especialmente para o pessoal que vem do PC, Amanda the Adventurer é mais um projeto independente que não precisou de muito para viralizar. Depois de estrear na Steam, o título logo caiu nas graças dos jogadores, sendo até mesmo o foco de comunidades online que discutem lore e teorias.
Óbvio que a série não pode ser comparada com as franquias de mascotes, que têm muito mais apelo popular. Mas seu sucesso foi o suficiente para que a MANGLEDmaw Games investisse em sequências e planejasse uma trilogia contando as histórias perturbadoras das fitas de Amanda.
E assim nasceu Amanda the Adventurer 2. Lançado recentemente para consoles e PC, o título é sequência direta do game original e traz grandes novidades para os fãs, contemplando desde melhorias na qualidade de vida até mais mecânicas. Ah, e tudo mantendo a simplicidade que marcou a série.
Mais um teste de sobrevivência para Riley
Depois de descobrir os segredos das fitas no sótão da Tia Kate, Riley Park se vê ainda mais por dentro do misterioso universo de Amanda. Ainda antes de sair da casa, ela é surpreendida por uma pessoa mascarada que diz ter encontrado mais respostas na Biblioteca Pública de Kensdale.
Juntas, elas viajam para o local supondo que uma entidade poderosa estaria sendo atraída pelas fitas. E ciente da presença e do esforço de Riley, Amanda, presa no outro lado da televisão e ainda mais furiosa, faz de tudo para se libertar, mesmo que seja em sua pior versão.

Amanda the Adventurer 2 é um “home horror” baseado em narrativa. Com uma campanha de até 2h, o título segue a linha do primeiro game da série, mas com uma história mais profunda e melhor desenvolvida e mecânicas adicionais de jogabilidade.
A ideia é: resolva quebra-cabeças para encontrar fitas perdidas. Cada material explora um novo capítulo da jornada de Amanda e da ovelha Wooly, aumentando gradativamente o grau de perturbação e ativando anomalias de jumpscares ao redor da biblioteca.

No geral, Amanda the Adventurer 2 permanece como uma experiência bem convidativa. Seus fundamentos se baseiam basicamente em interações e não há muito o que fazer além disso. É andar pra lá e pra cá à procura de pistas para avançar na campanha.
História perturbadora e quebra da quarta parede
Em comparação com Amanda the Adventurer, Amanda the Adventurer 2 é muito mais brutal. Como Amanda está mais revoltada, suas ações são mais duvidosas e questionáveis, com algumas delas chocando e surpreendendo pelo grau de maldade: em especial contra a inocente ovelha Wooly.
A história é complexa e funciona muito mais no campo mental do que no real, mas se mostra eficiente por meio de fitas onde cenários, cores, efeitos, diálogos e personagens conversam. Além disso, há fitas secretas com trechos em live-action que desenvolvem ainda mais a lore.

Os quebra-cabeças também se relacionam diretamente com a narrativa de Amanda the Adventurer 2. Isso porque suas resoluções vêm do outro lado da televisão. Assistir os vídeos e pausar no momento certo oferece respostas ou ao menos o caminho do puzzle, mas nem tudo é tão óbvio.
O título possui alguns desafios pontuais que podem estender bastante o gameplay. Jogar às cegas não é tão fácil assim, principalmente por não haver indícios na interface sobre os próximos passos. A ideia é descobrir por conta própria e sempre se atentar aos diálogos de Amanda.

Esses elementos quebram rapidamente o fluxo do gameplay, mas são essenciais para um puzzle game funcional. E Amanda the Adventurer 2 tem isso como parte de sua essência: não dá para separar uma coisa da outra, principalmente por haver essa quebra de quarta parede.
A fórmula da MANGLEDmaw Games
Com o lançamento de Amanda the Adventurer 2, a MANGLEDmaw Games mostra que encontrou a fórmula da franquia. Os visuais são semelhantes em relação ao primeiro jogo, mas o mapa maior oferece mais caminhos e amplia as possibilidades de resolução de puzzles, mesmo que as respostas estejam na sua frente muitas vezes.
Além disso, os gráficos simples permanecem, misturando 3D, pixel art tridimensional, referências às câmeras 4:3 e live-action. Porém, o segundo jogo traz mais detalhes na tela e se enriquece com as brincadeiras de sombras e iluminação, principalmente quando a criatura resolve dar as caras.

A maior evolução em Amanda the Adventurer 2 diz respeito às mecânicas. Além de haver mais interações com os quebra-cabeças, há uma ampliação dos efeitos no mundo de acordo com suas respostas a Amanda, melhorias na percepção de Amanda quando você está longe da TV e muito mais.
Amanda the Adventurer 2 é um jogo de terror quase acolhedor
Amanda the Adventurer 2 é uma evolução natural do primeiro jogo. Com novas mecânicas, puzzles mais complexos e interações com resultados surpreendentes, o título repete a fórmula de sucesso de seu antecessor, mas aprimorando diversos recursos de qualidade de vida.
O foco do game está em contar uma história perturbadora, mas funcional e quase enganosa. Ela se aproveita muito bem da organicidade de Amanda e da quebra da quarta parede, sem perder em essência e carisma.
Já disponível para consoles e PC, o game é uma boa pedida para quem curte experiências de horror “caseiras” e curtas, sem muita profundidade no que diz respeito ao gameplay. E Amanda the Adventurer 2 é interessante para todos que gostam de conhecer múltiplos finais e de explorar possibilidades a partir de suas próprias escolhas.