Graças à um convite para participar do evento Endix, pude me deparar com um jogo surpreendente chamado de Mightreya. Minha primeira surpresa foi quando Rodri, o gerente global de marcas da 505 Games, me contou que o jogo está sendo feito majoritariamente por um único desenvolvedor – Wazen.
Wazen fazia parte da equipe responsável por Devil May Cry e lançou um jogo chamado de Assault Spy em 2018. Agora, 8 anos depois, ele pretende colocar Mightreya no mercado com o apoio da 505 Games.
O que é Mightreya?
Pense em uma fusão de Devil May Cry com Gravity Rush. Essa mistura, que parece louca no papel, é um desenho bem preciso da experiência de jogar Mightreya.
A trama nos coloca no controle de Reya, uma garota colegial super-heroína acompanhada de sua gerente Nio. As duas embarcam em uma aventura cômica e cheia de adrenalina para se tornarem Criadors de Conteúdo Heroico. Ao longo da jornada, Reya participa de batalhas aéreas em ritmo acelerado contra monstros invasores de outra dimensão.

A premissa parece bem inusitada, contudo, ela evidencia a paixão que Wazen tem pela temática de anime e os mangás shonen e isso pode ser percebido tanto nos aspectos narrativos de Mightreya como no combate. A ação é incrivelmente estilosa e os combos são absurdos, lembrando episódios de Dragon Ball. Tudo acontece bem rápido e com uma escala de poder fantástica.
O que difere Mightreya de boa parte dos jogos de ação é que aqui o combate acontece em uma subárea por completo, lembrando os jogos de luta 3D da franquia Dragon Ball. O ato de “voar” até os inimigos e se impulsionar pelas paredes e prédios aproxima bastante Mightreya do extinto Gravity Rush.
Minhas impressões de Mightreya
Joguei duas fases de Mightreya e podemos ver claramente a base construída em Assault Spy, assim como as influências de Wazen graças ao seu trabalho na Capcom. O sistema de notas após os conflitos surge, mas brilhantemente atrelado à lore do jogo.
Se o jogador insistir em repetir os mesmos ataques sempre, a audiência fica entediada, gerando penalidades como diminuição do dano causado. Eu fiquei positivamente assustado com o quanto o combate é prazeroso e responsivo. Já joguei dezenas de jogos com equipes (e orçamentos) bem maiores que não conseguiram entregar nada parecido.
Como contraponto, quando uma área é rodeada de inimigos, a ação pode acabar sendo rápido demais e fica difícil entender o que está acontecendo com tantos elementos visuais na tela. A movimentação e os combos são incrivelmente rápidos e durante certo ponto eu estava destruindo inimigos apenas esmagando botões sem nem ao menos ver direito onde eles estavam.
Durante as fases, podemos obter moedas pelo cenário e ao quebrar cristais, contudo, não achei nenhum sistema de progressão ou compra de cosméticos, logo, ainda não posso tecer comentários sobre esse aspecto do jogo. Visualmente falando, a experiência é satisfatória e condiz com a de um indie/jogo AA, tanto nos gráficos quanto na parte sonora.

Eu só joguei duas fases, logo, é precoce para cravar isso, mas senti falta de uma variedade maior de inimigos. Provavelmente na experiência completa isso seja sanado. O sentimento final é bem positivo e, despretensiosamente, é um jogo que acabou indo para minha lista de desejos.
A 505 Games tem pretensão de lançar ele nos consoles eventualmente, contudo, nada foi definido ainda.

