O Banco Central do Brasil (Bacen) tomou uma decisão que caiu como uma bomba no departamento de marketing das maiores fintechs do país: a proibição do uso das palavras “banco” e “bank” por instituições que não possuam a licença completa de banco comercial.
A medida visa proteger o consumidor, evitando que ele confunda uma Instituição de Pagamento (IP), que possui regras, riscos e garantias diferentes, com um banco tradicional.
No centro desse furacão está o maior neobanco da América Latina: o Nubank.

O Nubank vai mudar de nome?
O Nubank é o alvo mais óbvio e impactado por essa diretriz. Embora gigante, sua estrutura jurídica principal operou por muito tempo majoritariamente como Instituição de Pagamento.
O nome “Nubank” carrega o termo proibido em sua própria identidade global. Diante da pressão regulatória, a mudança de nome surge como uma possibilidade real de rebranding.
O nome “Nu” desponta como a alternativa mais forte e provável. A empresa já vem preparando o terreno para isso há anos:
- Seus produtos já usam o prefixo isolado (NuConta, NuInvest, NuCoin, NuPay).
- A comunicação visual foca mais no logo, o símbolo roxo, do que na palavra escrita.

Por que o Bacen está agindo?
Para o Banco Central, nomes importam porque geram expectativas. Quando um consumidor lê “Bank”, ele assume automaticamente que aquela instituição possui a proteção integral do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para todos os tipos de depósito e segue a regulação prudencial bancária completa.

Muitas fintechs, porém, operam contas de pagamento que, embora seguras, não são juridicamente a mesma coisa que uma conta corrente bancária. A proibição visa alinhar a expectativa do cliente com a realidade legal do serviço contratado.
E o PagBank e afins?
O Nubank não está sozinho. A resolução deve provocar uma revisão de identidade em diversas outras empresas que utilizaram o termo em inglês para ganhar credibilidade rápida.
O PagBank, pertencente ao PagSeguro, é outro gigante que utiliza o termo explicitamente. Embora tenha avançado em licenças, a marca é fortemente atrelada à ideia de “banco”, o que pode exigir ajustes na comunicação visual ou nos termos de uso.

Em nota enviada ao portal Tecnoblog, o PagBank afirmou: “A regulamentação do BC não tem impacto para o PagBank, pois desde 2019 temos licença de banco múltiplo.”
Empresas que já possuem a licença bancária completa, como o Banco Inter, tendem a estar protegidas, pois juridicamente são bancos. O alvo são as Instituições de Pagamento que “parecem” bancos, “agem” como bancos, mas não têm a licença de bancos.
Quando a mudança entrará em vigor
A Resolução Conjunta nº 17, de 28 de novembro de 2025, dá um prazo de 120 dias para que as instituições afetadas apresentem um plano de adequação de nomenclatura, juntamente com um cronograma de implementação.
A partir disso, dentro de um ano, as instituições de pagamento precisarão se adequar às mudanças previstas na resolução conjunta do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional.
Para o Nubank, perder o “bank” de seu nome pode parecer um golpe forte, mas a transição para “Nu” pode, ironicamente, fortalecer sua identidade.
Ao se livrar do termo “banco”, uma palavra que remete à burocracia e ao “velho sistema”, o Nubank pode abraçar definitivamente sua vocação de empresa de tecnologia, provando que é possível ser gigante e essencial sem precisar, tecnicamente, ter “banco” no nome.
E, muito provavelmente, os consumidores mais antigos continuarão usando o nome anterior, que já está enraizado na sociedade brasileira.
O que você acha da ideia da Nubank alterar seu nome para “Nu”? Deixe sua opinião nos comentários!
