Em 2020, o lançamento de Genshin Impact foi o estopim para que outros gachas de mundo aberto, com mais investimento, começassem a ser lançados. Após Genshin, tivemos Honkai: Star Rail, Wuthering Waves e Zenless Zone Zero. Todos demonstram ter qualidade igual ou até mesmo superior à de muitos jogos AAA que não são jogos de serviço atualmente.
O próximo jogo dessa leva de gachas atuais é Arknights: Endfield, novo título da franquia Arknights, que promete misturar um sistema de construção de fábricas, com um jogo de ação em tempo real em um mundo semiaberto, com vários locais amplos para explorar.
Eu consegui acesso a segunda beta, e estou jogando em um Android, mais precisamente um POCO F5, com 12 gb de Memória Ram e Snapdragon 7+ Gen 2. O desempenho no geral foi satisfatório, mesmo com o processador do meu aparelho sendo intermediário, consegui jogar no médio a 60 fps em boa parte do tempo, houve sim algumas quedas mas elas não atrapalharam a experiencia. Isso demonstra que a empresa vem trabalhando bem na otimização e que o jogo final pode estar melhor ainda.

Vale lembrar de que por ser uma Beta, qualquer coisa que eu citar aqui poderá ser modificada até o jogo final ser lançado, e que todo o progresso nesta beta será excluido quando ela for finalizada, infelizmente.
Em Endfield, controlamos um personagem principal chamado Edministrator, cuja missão é explorar e colonizar Talos-2. A história já começa de forma impactante, com o protagonista enfrentando um monstro gigante, sofrendo um poderoso ataque. Alguns anos depois, ele é encontrado sem saber o que aconteceu no passado. A partir desse ponto, descobrimos que o Endministrator é uma figura extremamente importante para toda a operação.

O jogo possui uma mecânica de gameplay de ação em tempo real na qual podemos alternar o controle de até quatro personagens. Aqui já existe um diferencial em comparação a Genshin e Wuthering, pois em Endfield, controlamos apenas um personagem porem os outros três ficam na tela e participam ativamente de toda a batalha, já em Genshin e Wuthering, fica somente 1 personagem ativo na tela.

Os personagens jogáveis possuem diversas habilidades que podem ser combinadas, gerando ataques e reações bem poderosas. Cada personagem possui uma habilidade especial que, após estar disponível para uso, aparece na tela para escolhermos qual e quando usar.
Como falei mais acima, uma das mecanicas principais de Endfield é a construção das nossas fábricas, onde podemos construir diversas estruturas, e boa parte do nosso tempo no jogo será controlando-as. Podemos construir diversos itens e recursos que nos ajudarão na exploração de Talos-2, como extratores e tirolesas. Os equipamentos, desconsiderando as armas do gacha, são todos craftados nas fábricas.

No geral, achei esse sistema de construção bem interessante e não senti que ele ficou cansativo. As mecânicas parecem bem divididas, boa parte para a ação e exploração, e boa parte para a construção e gerenciamento de nossas fábricas e recursos, apesar de o tutorial inicial ser um pouco extenso.
Durante as explorações, passamos por diversos locais, com paisagens bem bonitas e inimigos diferenciados. No geral, o visual de Endfield é extremamente bonito. Os personagens controláveis possuem visuais bem diversos, a movimentação de cada um é bem fluida, além de a dublagem japonesa estar, como sempre, excelente.
O polemico Gacha
Para quem chegou “de paraquedas” e não sabe o que é um jogo gacha, esses jogos possuem uma espécie de banner onde conseguimos novos personagens e armas (no caso de Endfield). Porém, precisamos usar um item para fazer uma tentativa nesse banner; chamarei essa tentativa de “pull”. Podemos conseguir esses itens para fazer as pulls apenas jogando ou comprando com moeda real.

Um diferencial importante é de que, no banner de personagem, não é possível vir armas, somente personagens, que são divididos em personagens de 4 estrelas, os mais fracos, 5 estrelas que já são mais fortes, e os 6 estrelas, que são os mais fortes do jogo. 10 Pulls nos garante um personagem 5 ou 6 estrelas.

Nos jogos gacha, costuma existir uma quantidade máxima de pulls para se conseguir um personagem de 5 ou 6 estrelas, que normalmente são os mais fortes. No caso de Arknights: Endfield, para garantir um personagem de 6 estrelas, precisamos fazer 80 pulls.
Ao chegarmos a essa quantidade de tentativas, temos 50% de chance de obter o personagem de 6 estrelas do banner atual e 50% de chance de obter um personagem de 6 estrelas padrão do jogo. Isso é comum em praticamente todos os gachas, mas a principal diferença está na forma de garantir o personagem 6 estrelas do banner limitado: precisamos fazer 120 tentativas para garanti-lo.
Até aí, tudo bem. É bem menos que 180, que é a quantidade garantida para conseguir um personagem limitado em Genshin Impact, por exemplo. O problema é que, caso o período do banner atual termine e outro personagem entre em seu lugar, essa contagem das 120 pulls é resetada e ela não passa para o próximo banner. Portanto, qualquer um que queira um personagem precisa se preparar bem e não usar pulls à toa, pois pode acabar perdendo todo o investimento.

Felizmente, o banner de armas é bastante diferente do de outros gachas. Não usamos o mesmo item do banner de personagens. Ao fazermos pulls nos banners de personagens, conseguimos recursos para obter as armas. Na prática, quem consegue um personagem limitado tem a arma praticamente garantida, o que é bastante animador.
Potencial pra competir com os grandes
No geral, ao testar por algumas horas essa segunda beta, reconheco que Arknights Endfield tem muito potencial pra competir de igual pra igual com os grandes gachas do mercado. Confesso que fiquei bem animado em colocar as mãos no jogo completo, que está previsto para ser lançado dia 22 de janeiro de 2026, para Android, IOS, PC e Ps5. Aliás, uma adição valiosa para nós brasileiros é de que o jogo final terá tradução para português.
