E vamos para mais uma review de um jogo que poucos conhecem, mas deveriam conhecer, UNBEATABLE. Ele chama atenção logo de início com seu visual punk, sua proposta rítmica e uma apresentação que parece simples demais para o que promete entregar.
Só que, assim como aquela banda indie que você ouve sem grandes expectativas e acaba guardando na memória, o jogo cresce aos poucos e termina deixando marca.
Desenvolvido por uma equipe pequena, a D-CELL GAMES e publicado pela Playstack, UNBEATABLE deixa claro desde o primeiro minuto que é um projeto movido por paixão. Lançado no dia 09 de dezembro de 2025, o título custa (no momento da publicação desta análise), R$ 159,50 na PSN, já no Steam ele custa R$ 72,89 e no Xbox, R$ 80,95.
Nem tudo funciona perfeitamente, mas o conjunto final acaba sendo mais interessante justamente por conta dessas imperfeições. Quando os créditos sobem, fica evidente que há algo especial aqui. Quer saber mais sobre o game? Fica comigo nesta review de UNBEATABLE e saiba se ele pode ter um lugar em sua biblioteca.
Uma banda que ficará em sua memória

UNBEATABLE se divide em dois modos principais: história e arcade. Começando pela campanha, assumimos o papel de Beat, uma jovem de 21 anos tentando entender seu lugar em um mundo onde a música é proibida.
Ao lado de Quaver, Treble e Clef, ela forma uma banda em meio a um cenário dominado pela HARM, uma instituição que combate qualquer forma de expressão musical.

Durante boa parte da campanha, a narrativa segue um caminho previsível, focado na rebeldia contra o sistema e na construção da relação entre os personagens. Confesso que, até perto do capítulo cinco, eu seguia mais pela curiosidade e pelos minigames do que pela história em si. Ela funciona, mas não prende de imediato.

Isso muda completamente no ato final. Sem entrar em spoilers, há um momento pessoal e emocional que transforma toda a experiência. É ali que UNBEATABLE encontra seu verdadeiro peso narrativo e dá sentido a tudo que veio antes. A jornada é irregular, mas a recompensa compensa.
Personagens e narrativa
O elenco principal é carismático e fácil de gostar. Treble e Clef funcionam bem como dupla, Quaver é o coração do grupo, e Beat se destaca como uma protagonista cheia de conflitos internos. Ela alterna entre firmeza e insegurança com naturalidade, o que ajuda a criar empatia.
Nem tudo funciona tão bem fora do núcleo principal. Algumas cenas de corte sofrem com edições abruptas e transições confusas, o que prejudica a compreensão em certos momentos.
Em situações mais específicas, essas cenas acabam interferindo na jogabilidade rítmica, escondendo a câmera ou atrasando comandos. Nada que destrua a experiência, mas são problemas que incomodam e que merecem ajustes futuros.
Ritmo, exploração e criatividade
A estrutura do modo história mistura exploração 2D, elementos leves de plataforma e uma série de minigames rítmicos. O game tem duas opções de dificuldade: Normal e Difícil, além disso, podemos ajustar a velocidade dos desafios rítmicos.
Explorar os cenários é agradável, embora nem sempre fique claro como avançar. Ainda assim, os minigames são um dos grandes acertos do jogo.

As atividades paralelas usam ideias simples de formas criativas: pular corda contando números, acertar bolas em um campo de beisebol ou preparar drinks como bartender. São momentos que quebram o ritmo da campanha e ajudam a manter o jogo sempre interessante.
Embora em um pequeno minigame na fábrica me deu vontade de jogar o controle na parede e excluir o jogo, confesso! Quando você jogar, vai se lembrar dessa minha frase.

No geral, o modo história passa a sensação de uma banda que sobe ao palco pela primeira vez: no começo todos estão nervosos e podem errar algumas batidas e, até mesmo, a letra da música, mas, quando tudo se encaixa — trilha sonora, comandos e ritmo — o jogo brilha, assim como o desempenho do grupo.

Onde UNBEATABLE realmente brilha
A jogabilidade rítmica é o grande destaque. O sistema é simples: um botão para golpes baixos, outro para golpes altos. A partir disso, o jogo constrói desafios que exigem atenção, reflexo e precisão, especialmente nas dificuldades mais altas.

Algumas variações de combate, com notas vindo de direções menos intuitivas, não me agradaram tanto. Ainda assim, depois que você entende cada mecânica, a experiência se torna extremamente prazerosa.

Quando tudo funciona como deveria, a resposta dos comandos é precisa e satisfatória. Portanto, nos melhores momentos, você se sente no controle total; nos piores, erra tudo e percebe que ainda tem muito a aprender. É exatamente o tipo de sensação que esse gênero deve provocar.
Modo Arcade
O modo arcade é robusto e muito bem servido de conteúdo. Há dezenas de músicas, versões alternativas, remixes e variações que aumentam bastante o fator replay do jogo. Modificadores permitem ajustar a dificuldade, e o sistema de rankings incentiva a evolução e o aprendizado.

Assim, após concluir a história, esse modo se torna o principal motivo para continuar jogando. É ali que UNBEATABLE mostra todo o seu potencial como jogo de ritmo.
UNBEATABLE é agradável no visual e surreal na trilha sonora

No entanto, apesar dos muitos acertos, o jogo apresenta problemas técnicos pontuais. Durante minha experiência, enfrentei travamentos, perda de controle e quedas de desempenho que exigiram reinicializações.

Visualmente, UNBEATABLE aposta em um estilo anime vibrante, com cores fortes e identidade própria. Há falhas ocasionais nas bordas dos cenários, colisões estranhas e personagens “entrando” em coisas, mas nada que comprometa o conjunto. A trilha sonora, por sua vez, é excelente e sustenta toda a proposta do jogo.

Considerações finais
Finalizo esta review de UNBEATABLE dizendo que ele é um daqueles casos em que o conjunto fala mais alto do que suas partes individuais.
Ele tem problemas, escolhas questionáveis e momentos que vão te cansar e querer fazer parar, mas também entrega criatividade, personalidade e um final que dá novo significado à jornada.
O jogo é dividido em capítulos. Levei em torno de 7-8 horas para finalizar UNBEATABLE e produzir esta review. E vale ressaltar que ele não possui localização para PT-Br, ou seja, é preciso ter um certo conhecimento de outra língua.
Por fim, é um jogo que arrisca, tropeça e acerta e isso fica claro do começo ao fim. Para quem gosta de jogos de ritmo e experiências autorais, é uma aposta que vale a pena acompanhar de perto.
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Um jogo rítmico que me surpreendeu
UNBEATABLE não é um jogo perfeito, nem tenta ser. Ele é irregular alguns pontos, mas movido por uma direção criativa clara, uma trilha sonora que sustenta e uma personalidade forte. Para fãs de jogos de ritmo e projetos autorais, é uma experiência que vale ser conferida.
Acertando a batida
- Visuais agradáveis
- Minigames variados
- Ótima trilha sonora
- História começa devagar, mas surpreende no final
- Momentos rítmicos bem legais
- Fator Replay é gigante com o Modo Arcade
Errando a letra da música
- Alguns problemas de desempenho
- A jogabilidade, as vezes, não é responsiva
- Alguns minigames são tediosos
- História demora a engrenar
- Visuais
- História
- Desempenho
- Trilha Sonora
- Jogabilidade
