Durante a BGS 2022, conversamos com Felipe Funari, fundador e diretor da W7M, organização de eSports patrocinada pelo Banco do Brasil.
Você pode falar um pouco sobre como a organização surgiu?
Felipe Funari: A BGS é um momento importante pra gente né, começamos a fazer estudos de mercado em 2017 dentro do grupo pra decidir o que íamos fazer no mercado de publicidade digital e um dos lugares que a gente veio estudar foi a BGS de 2017. Em Outubro daquele ano a gente já tinha definido o que íamos fazer, a gente ia pro mercado de games e eSports e também pro mercado de investimentos, mas a BGS foi um fator final pra definir se a gente ia ter um clube de eSports. Em Outubro de 2017 a gente tava aqui e em Novembro a gente anunciou nossa primeira line que foi o campeão do campeonato de Counter-Strike que foi o bootcamp na época pra gente entrar nesse segmento. Então é muito importante pra gente desde 2017 e agora em 2022 dando novos passos.
O que te incentivou a investir no cenário brasileiro?
Felipe: O que incentivou o grupo foi o mercado de publicidade, a gente desde 2013 atua nesse segmento, existiam novas verticais surgindo, investimentos em games era o que tava em evidência em 2017 nesse passo de estudo. Além de eu particularmente gostar muito de games, sempre joguei a minha vida inteira, comecei no RPG e depois fui pro CS, aí foi degringolando, World of Warcraft, Tíbia, e aí com esse estudo, trabalhando com o mercado de games, foi meio natural a gente seguir por esse caminho.
Você pode falar sobre as modalidades, sobre o processo de escolhas que vocês fizeram pra decidir no que investir?
Felipe: CS foi a nossa primeira modalidade em 2017, era bastante jogado pelas pessoas e éramos bem próximos de pessoas do mercado, aí a gente conhecia o pessoal da Gamers Club, do Counter-Strike, alguns jogadores em evidência na época, foi nosso primeiro passo e desde então estamos trazendo pessoas do segmento de games e eSports pra ir passando pra gente as informações. Não só isso, conversamos com todas as publishers, a Ubisoft, a Riot, a própria Valve, algumas pessoas da ESL, pra gente entender melhor como funcionava o mercado. Hoje o processo é muito natural, toda vez que a gente vai pra alguma modalidade, conversamos com a publisher pra entender o quanto ela tá olhando pro cenário. Não adianta nada a gente investir em um projeto que pode acabar terminando de maneira precoce. Com todos os estudos que a gente trouxe aqui pra estar no Valorant feminino, conversamos sobre Wild Rift, sobre League of Legends, abrimos algumas negociações pra estar na franquia e a gente entendeu que ainda não é o momento pra estar nessas modalidades aqui na W7M mas a gente passa segurança pros nossos patrocinadores e também pros nossos atletas pela responsabilidade financeira que a gente tanto preza.
E o Valorant, como foi pra vocês começarem a investir, principalmente no cenário feminino?
Felipe: A gente abriu uma conversa com a Riot sobre isso, pra gente tentar entender quais eram os movimentos, a gente viu uma franquia com um cenário misto surgindo pra América do Norte e com apenas três times brasileiros e aí o mercado nacional ia ficar muito aberto, o que ia acontecer, de qual forma, a audiência nacional ela existe ainda, mesmo existindo uma franquia. O cenário feminino pra gente foi uma escolha não só de valor, estamos investindo cada vez mais, mas estratégica. Pensamos: olha, vamos ter um cenário misto, muito em evidência por causa da franquia, mas o nacional vai precisar de alguma coisa. Conversando com a Riot a gente entendeu que ia ser interessante estarmos no cenário feminino.
Qual a expectativa que você tá pra essa line?
Felipe: Estamos com uma expectativa boa, as meninas são muito novas, se profissionalizando, então nosso objetivo é dar oportunidade pra elas. A gente tem 8 times muito consolidados no cenário, o nosso tá sendo o nono, então é um primeiro passo pra oportunidade que a gente tanto cria aqui. Nossa expectativa é elas evoluírem ano a ano. A iniciativa é muito parecida com o que a gente fez com nosso time de Rainbow Six que a gente foi muito mal no primeiro ano e agora no segundo ano estamos conquistando tudo. Então a gente vai dar essa estrutura pra que se Deus quiser a gente conquistar tudo através do trabalho.
Pode falar um pouco em relação ao salário, existe uma equidade na equipe?
Felipe: A equidade foi um passo que a gente sempre quis desde que a gente entrou no mercado feminino em 2021. Mas financeiramente isso não era viável pra gente manter a responsabilidade financeira pra fazer nossa iniciativa durar. Estamos a 5 anos no mercado e de lá pra cá diversas organizações acabaram não indo pra frente justamente por essa questão de responsabilidade financeira. Então pra gente é um orgulho estar com isso dentro da criação. O Banco do Brasil graças a Deus acreditou em nosso projeto e ajudou a tornar isso uma realidade. É o que a gente sempre quis, a gente sabe que é uma obrigação mas não era uma realidade nesse segmento. Então pra gente, não só como time, mas pro mercado é super importante conseguir construir isso.
Como é a sinergia da equipe com o Banco do Brasil?
Felipe: É uma grande oportunidade para a galera do W7M e todos os atletas que passam pelo Banco do Brasil. Atualmente nós temos a Rayssa Leal, Bob Burnquist e toda a galera do vôlei. Eles querem gerar essas oportunidades para todos.
Qual a importância da BGS para os negócios e a parte business?
Felipe: Esse ano a BGS está mais forte como time, além de ser extremamente emblemático, onde lançamos o uniforme Rosa por conta do Outubro Rosa. Nós também tentamos beneficiar o nosso parceiro e passar o que a W7M busca realizar como time.
Você pode falar um pouco sobre a campanha do Outubro Rosa?
Felipe: Na sexta-feira nós lançamos a Campanha do Outubro Rosa e todas as vendas dos uniformes rosas que estão no estande e no site serão revertidos para instituições e o combate do Câncer de Mama. Nós não quisemos colocar apenas algo rosa, nós tentamos oferecer informativos sobre a campanha para as pessoas entenderem sobre a importância e combate do Câncer.
Como foi realizada a escolha e composição das jogadoras?
Felipe: Nós temos alguns managers da comissão técnica e usamos todos eles para realizar a seleção. Nós trouxemos os técnicos e o Jorge que é responsável pelas lineups femininas. Além disso, a Dai está chegando para realizar essa seleção. Dessa maneira fizemos uma seleção que poderá dar resultado para o time de alguma forma.
Apesar das mulheres serem a maioria nos games, elas são minoria nos eSports. Você acredita que trazendo mais meninas para o cenário, mais irão acompanhar?
Felipe: Nosso objetivo é exatamente esse! 55% do mercado de games são compostos pelas mulheres mas ao mesmo tempo nos eSports elas são minoria. Nós pensamos além do ganho de audiência. Fazer as meninas jogarem e competir é algo extremamente importante para nós, dando ainda mais oportunidades para todas.
Siga o Felipe Funari e a W7M nas redes:
– Instagram da W7M
– Twitter do Felipe Funari
– LinkedIn do Felipe Funari