Entrevistamos a Renata Bagnato, mais conhecida como Reehplays, durante a Brasil Game Show 2022. Renata é conhecida pelo seu trabalho como apresentadora e comentarista de eSports. Confira a entrevista abaixo:
Como foi o seu começo no universo dos e-sports?
Renata Bagnato: Eu sempre fui gamer e em 2015 eu comecei a fazer live e conheci o mundo de streams. Em 2018 eu senti a necessidade de ter uma mulher caster no cenário. Nós precisávamos ter essa representatividade, onde eu comecei no Counter-Strike (CS).
O que te incentivou a começar fazer live?
Renata: Eu acho que foram os meus amigos mesmo! Eles sempre falaram que eu iria me dar bem, até porque eram poucas mulheres que faziam live. Comecei me aventurar logo que terminei o ensino médio. Eu não tinha nada a perder, tentei e se não tivesse dado certo eu tentava outra coisa. Por enquanto está dando certo. [risos]
Por ser mulher nesse meio, você já passou muita dificuldade ou foi mais tranquilo?
Renata: Sim, com certeza! Eu acho que até hoje as pessoas acabam duvidando e pensando que se fosse uma mulher ali não teria a mesma expectativa do público. Eu costumo dizer que tenho sorte de não ter haters, talvez apareçam um ou outro infelizmente.
O que te atraiu no Counter-Strike (CS) para começar nele?
Renata: Nossa, boa pergunta! Eu jogava CS 1.6 quando eu era criança com meus amigos e quando surgiu o CS GO (Counter-Strike Global Offensive) eu comecei a jogar também já que eu sempre gostei de jogos de tiro. Eu tinha uma “certa facilidade” nesses jogos e agora veio o Valorant, que ganhou meu coração. Mas acho que é isso, jogar com a galera e ter os amigos sempre te chamando pra jogar, talvez isso que me chamou a atenção.
Durante a pandemia Valorant cresceu muito! Você sentiu algum impacto na criação de conteúdo?
Renata: Eu senti falta na questão de eventos já que não tínhamos mais, então para caster foi algo mais difícil. Ainda bem que a BGS está voltando com tudo e o Valorant eu senti que trouxe uma novidade para a galera. Em relação ao caster, eu senti falta dos eventos, onde cobri apenas 2.
O que você achou da BGS esse ano?
Renata: Ah, tá incrível. To aqui no stand da Dell sendo host, cara, a BGS é tudo, não é atoa que é o maior evento de games. Muito bom!
Como é a experiência de ser apresentadora no maior evento de games da América Latina?
Renata: É incrível, é a segunda vez que eu faço, tá sendo muito legal, eu já to quase ficando sem voz. A gente fica na emoção, daí acaba gritando. Mas tá sendo uma experiência muito legal, tô gostando muito.
Qual dica você daria pra quem tá querendo começar?
Renata: Ah, começa, não tem nada a perder. Os games vão dominar o mundo com certeza, já é maior do que Hollywood po, por que você não tá aí no meio, vem com “nós”!
Por ser mulher, você acredita que existe alguma barreira para entrar nesse meio?
Renata: Infelizmente existe sim. Às vezes a menina faz o mesmo conteúdo que um cara, mas o público prefere assistir o cara. O mundo dos games ainda é muito machista, só que aos pouquinhos a gente vai quebrando isso, temos mais mulheres e tem muita menina que tá representando bastante. Citando inclusive o time da Liquid feminino, elas são absurdas. É muito importante a gente ter cada vez mais mulheres, minorias, LGBT, pessoas pretas, PCDs, e eu acho isso incrível, o cenário nos propõe isso.
Qual a importância do cenário feminino na sua vida?
Renata: O cenário feminino foi onde eu comecei. Foi por causa do cenário feminino que eu tô aqui hoje. Em 2018 a gente tinha um grupo de CS feminino no Facebook, falecido Facebook, e foi por lá que eu comecei a me interessar por ser caster, e agora apresentadora também, então o cenário feminino é muito importante. A gente precisa desse espaço pra começar pra depois ter a oportunidade igual e ir pro cenário misto. É importante ter o cenário feminino, cada vez novos talentos aparecem, tantas jogadoras, casters, apresentadoras e tudo graças ao cenário.
Como você vê a posição das empresas em relação ao cenário feminino?
Renata: Eu penso que as coisas estão melhorando muito. Quando eu comecei em 2015, não lembro de ver Dell, Liquid e outras empresas apoiando o cenário feminino. E agora esse apoio mostra pra todo mundo que o cenário feminino é tão grande quanto o cenário misto. Eu só quero que mais empresas venham, que mais marcas venham e que a gente consiga crescer o cenário ainda mais.
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