Até agora, a segunda temporada de The Last of Us resolveu contar a história em linha reta, sem aqueles saltos no tempo que deixavam a gente tentando juntar as peças, como no jogo. Mas foi justamente o 6º episódio da série The Last of Us que mudou o jogo — ele quebrou esse ritmo mais direto e mergulhou de cabeça nas lembranças do passado, trazendo de volta momentos que a galera estava sentindo falta.
Na realidade, muita coisa querida pelos fãs ficou de fora até agora: aquele passeio de aniversário da Ellie no museu de Wyoming, por exemplo, ou a cena inesquecível do Joel tocando Future Days. Só que, olha só, o 6º episódio da série The Last of Us veio como quem não quer nada… e entregou tudo isso de uma vez só.
Em vez de espalhar os flashbacks como migalhas ao longo da temporada, o episódio reuniu várias lembranças importantes num pacote só — como se abrisse uma cápsula do tempo com o passado da Ellie. E não foi qualquer lembrança, não. Eles trouxeram três momentos bem impactantes do jogo original, adaptados com aquele capricho que a gente gosta.
E aí vem a pergunta: o que mudou e o que continuou igual? Bom, se você é do tipo que gosta de comparar cena por cena, fica tranquilo que a gente também descomplicou tudo no texto abaixo. Então, bora mergulhar nessas memórias e ver como o passado da Ellie ganhou vida na tela?
Prólogo

O 6º episódio da série The Last of Us volta no tempo e mostra um momento especial da vida da Ellie: um de seus aniversários. Agora vivendo em Jackson, ela recebe um bolo e um presente para lá de simbólico de Joel — um violão.
Essa cena é inspirada na segunda sequência de The Last of Us Part II. No entanto, aparece bem mais tarde na história do que no jogo original. A série resolveu dar uma cara nova à situação. No game, não era aniversário da Ellie — só uma noite qualquer, daquelas que mudam tudo sem aviso.
Na versão do jogo, Joel visita Ellie logo depois de um papo sério com Tommy. Ele aparece na porta com o violão em mãos, como quem carrega o peso do mundo nos ombros. Já na série, o clima muda. A escolha de mostrar tudo no aniversário dela torna o momento mais leve e íntimo.
Apesar da mudança no contexto, a essência permanece. Joel toca Future Days, do Pearl Jam, nas duas versões. E olha, tanto Troy Baker quanto Pedro Pascal mandam bem demais. No jogo, Joel oferece a música. Na série, Ellie que o incentiva, cheia de entusiasmo.
Tem uma diferença sutil no jeito dela reagir. A Ellie do programa escuta com um brilho no olhar. Já a do jogo é mais contida, quase fria. Mesmo assim, a cena termina igual nas duas versões. Ela solta um: “Bem, isso não foi ruim”, com aquele jeitinho só dela.
Para fechar, Joel entrega o violão e promete ensiná-la a tocar. No jogo, esse presente já estava subentendido. Afinal, ali era o aniversário dela. Na série, tudo fica ainda mais claro — e tocante.
O presente de aniversário

Neste episódio, a gente mergulha de cabeça num dos momentos mais amados pelos fãs: o flashback conhecido como Presente de Aniversário.
Joel leva Ellie para comemorar seu aniversário no Museu de Ciência e História de Wyoming. E olha, é aí que começa a mágica. Ela encara um T-Rex de frente e, logo depois, embarca numa “viagem” para o espaço.
Entre todos os flashbacks que aparecem no episódio, esse é o que mais se aproxima da versão original. É praticamente um clone, linha por linha, gesto por gesto. A única coisa que ficou faltando foi aquela parte das caretas no espelho.

A sequência começa do lado de fora do museu. Ellie dá de cara com uma estátua gigante de um Tiranossauro Rex e não pensa duas vezes: escala o bicho e sobe na cabeça dele. As falas são quase idênticas às do jogo, e até as roupas e mochilas dos dois estão no mesmo estilo.
Logo em seguida, a dupla entra na exposição espacial. O detalhe impressiona: a sala do orrey, com o sistema solar mecânico, funciona igualzinho à do jogo.
Mas é na sala seguinte que tudo realmente brilha. A recriação da cabine do ônibus espacial está impecável. Ellie consegue seu capacete de um jeito diferente, quebrando o vidro de um armário. No jogo, ela só pega direto de uma vitrine.
Dentro da cabine, Joel entrega a fita com o som da decolagem. Ele manda aquele mesmo diálogo marcante: “Isso exigiu um esforço enorme para conseguir.” E aí vem o momento mais simbólico do episódio.
A câmera foca no rosto de Ellie enquanto a luz inunda o espaço, simulando o lançamento. Na série, rola um jogo de câmera um pouco diferente, com ângulos laterais mostrando a janela do ônibus espacial. Ainda assim, a essência é idêntica.
Epílogo

O 6º episódio da série The Last of Us fecha com um soco no estômago. A cena final recria o epílogo de The Last of Us Part II, mas aparece bem antes do que no jogo. Em vez de encerrar a história, aqui ela soa como um adeus antecipado.
A sequência volta à noite em que Ellie beija Dina pela primeira vez. Logo depois, Joel se envolve numa briga com Seth. É nesse contexto que os dois, finalmente, colocam os fatos expostos.
No jogo, essa conversa é guardada como revelação final. Uma maneira de mostrar que, apesar de tudo, Ellie e Joel não se separaram brigados. Já na série, a mesma cena parece muito mais com uma despedida.
Mesmo com essa mudança de lugar na linha do tempo, a cena foi mantida quase intacta. Ellie encontra Joel na varanda, tomando café, do jeitinho que a gente lembra. O diálogo é praticamente o mesmo. Joel até solta aquela frase clássica, dizendo que sente vergonha do que trocou pelo café.
Eles relembram o baile, trocam farpas sobre Dina, e aos poucos chegam no ponto que realmente importa: o que aconteceu no final da primeira temporada — e do primeiro jogo.
Na série, o emocional vem à flor da pele. Joel fala entre lágrimas. Diz que faria tudo de novo, sem pensar duas vezes. E vai além: admite que Ellie talvez nunca entenda o quanto ele a ama. Depois, ainda deixa uma frase que pesa: “Espero que você faça melhor que eu, se um dia tiver um filho.”

A resposta de Ellie é igual nas duas versões. Ela diz que não consegue perdoá-lo, mas quer tentar. E aí, na série, a tela escurece. No jogo, tem uma linha a mais. Joel responde, baixinho: “Eu gostaria disso.”