Em dezembro passado, durante o The Game Awards 2024, a Capcom surpreendeu ao anunciar Onimusha: Way of the Sword, marcando o retorno da série Onimusha. Com o primeiro jogo lançado em 2001, a franquia estava esquecida desde 2006, quando Onimusha: Dawn of Dreams chegou ao mercado.
Enquanto o novo game ainda está em produção, a Capcom teve a ideia de trazer ao público uma remasterização de Onimusha 2: Samurai’s Destiny, original de 2002, e que estará disponível no próximo dia 23 de maio. Dessa forma, os fãs nostálgicos podem matar a saudade da franquia, enquanto novos jogadores terão a oportunidade de conhecer o universo de Onimusha.
Na semana de lançamento do remaster de Onimusha 2: Samurai’s Destiny, a República DG traz um especial relembrando uma das séries de jogos clássicas do PlayStation 2. Confira.
Resident Evil ninja
Onimusha teve origem em 1997, com a ideia de criar uma versão ninja de Resident Evil, ambientada no período Sengoku da história do Japão. O jogo seria uma “casa ninja” cheia de armadilhas, em que batalhas seriam travadas com espadas e shuriken (arma de arremesso). Um conceito bem similar a Resident Evil. Inicialmente planejado para o PlayStation 1, o primeiro game foi lançado no PlayStation 2, em 2001.
Onimusha pode ser traduzido como “Guerreiro Oni” e se encaixa em um gênero narrativo chamado ficção histórica. Ou seja, o jogo utiliza personagens e eventos reais para contar uma história de ficção. Uma série em que esse recurso está presente, por exemplo, é Assassin’s Creed. A história de Onimusha gira em torno de guerreiros que usam o poder dos Oni (demônios ou ogros, em português) para enfrentar criaturas demoníacas conhecidas como Genma.
Embora o protagonista mude em cada game da série, a premissa básica é sempre a mesma: controlamos um espadachim em uma missão que envolve matar inimigos durante o período Sengoku, no Japão feudal. O personagem principal possui capacidade de absorver almas Genma dos inimigos, restaurando saúde e aumentando o poder de armas e equipamentos.
O jogador controla seu personagem de forma bastante linear. Ações comuns em muitos jogos, como agarrar, pular e escalar obstáculos, não estão presentes em Onimusha. O game é voltado para a ação, com ênfase no combate e alguns elementos de terror. Possui um vasto arsenal de armas brancas. Além de ataques mágicos, que variam de acordo com a arma equipada e de outros atributos ofensivos.
Todos os jogos
Onimusha: Warlords (2001)
O primeiro Onimusha acompanha a jornada de Samanosuke Akechi, um samurai, que luta e mata o senhor feudal Nobunaga Oda. Na sequência, ele parte para resgatar a princesa Yuki, que foi sequestrada por misteriosas criaturas demoníacas conhecidas como Genma.
Akechi descobre, então, que Nobunaga Oda vendeu sua alma aos Genma em troca de ser ressuscitado e conquistar o Japão com um exército demoníaco. Para deter os inimigos demoníacos, o samurai Akechi conta com a ajuda dos Oni, que dão a ele uma manopla capaz de absorver a alma dos Genma. Dessa forma, o protagonista pode seguir sua missão de salvar a princesa Yuki.
Em termos de jogabilidade, Onimusha: Warlords lembra muito os primeiros Resident Evil. Utilizando câmera fixa, resolução de puzzles e os “tank controls” ou controles tanque (sistema de movimento em que controlamos o personagem em sua própria direção e não em direção à câmera). No entanto, enquanto a série de zumbis tinha foco em terror e sobrevivência, aqui o que predomina é a ação, com combate rápido e dinâmico (para os padrões de 2001, evidentemente).
O game foi um sucesso, se tornando o primeiro título do PS2 a vender mais de 1 milhão de cópias. Em 2019, a Capcom lançou uma remasterização para PS4, Xbox One, PC e Switch. Recentemente, a nova versão ganhou legendas em português.
Onimusha 2: Samurai’s Destiny (2002)
Pouco mais de um ano após o primeiro jogo, o segundo Onimusha era lançado no Japão, em 2002. O protagonista, dessa vez, é Jubei Yagyu é a trama gira em torno de uma história de vingança, na qual Yagyu enfrenta um exército demoníaco liderado por Nobunaga Oda, o vilão do primeiro jogo, e que foi responsável por eliminar o clã de Yagyu. É então que o herói descobre ter herdado poderes Oni de sua mãe, capazes de deter os demônios Genma. Assim, Yagyu parte para concluir sua missão de vingança.
Onimusha 2: Samurai’s Destiny ainda mantêm elementos do original, como os controles tanque e os puzzles, mas trouxe algumas novidades na jogabilidade. Uma das principais inovações foi a introdução de múltiplos personagens jogáveis ao longo da campanha, além do protagonista Jubei Yagyu.
Para aprimorar o combate, foram introduzidos os ataques “issen”, que permitem eliminar o inimigo com um único golpe, desde que o jogador aperte o botão no momento exato. Também é possível executar múltiplos ataques “issen” quando estamos cercados de inimigos. Onimusha manteve um combate lento e estratégico, diferente de Devil May Cry, outra franquia da Capcom em alta na época. Temos ainda a transformação Onimusha de Jubei Yagyu, na qual ele se torna invencível e seus ataques ficam mais poderosos. Essa habilidade acontece quando ele absorve orbes roxas.
Sucesso no Japão quando lançado originalmente para o PS2, Onimusha 2: Samurai’s Destiny receberá um remaster para PS4, Xbox One, PC e Switch em 23 de maio. Entre as novidades estão gráficos em HD, controles modernos, salvamento automático, novo nível de dificuldade e legendas em português.
Onimusha 3: Demon Siege (2004)
As vendas de Onimusha 2 foram abaixo da média na Europa. Então, a Capcom resolveu prestigiar o público ocidental em Onimusha 3. Trouxe de volta o protagonista do primeiro jogo, Samanosuke Akechi, além de introduzir pela primeira vez um personagem não japonês.
Na história, seguimos Samanosuke Akechi em sua jornada para deter seu maior inimigo, Nobunaga Oda. No entanto, de forma misteriosa, ele troca de lugar no tempo e espaço com Jacques Blanc, um francês do século XXI que também possui a capacidade de exterminar os demônios Genma. Dessa forma, ambos os personagens devem se adaptar aos seus novos ambientes, enquanto enfrentam um inimigo demoníaco que ameaça as diferentes épocas em que vivem.
Onimusha 3 ainda mantêm a câmera fixa, mas deixou para trás os “tank controls”, trazendo uma gameplay mais fluida e moderna. Além disso, havia alternância constante entre os personagens, com Akechi explorando a França contemporânea e Blanc o Japão feudal. Ambos matavam inimigos, recebiam novas armas e podiam ativar o modo Onimusha introduzido no segundo jogo, que lhes deixavam mais poderosos.
Uma das principais novidades tecnológicas foi a transição para cenários renderizados em tempo real, diferente dos cenários pré-renderizados dos jogos anteriores. Onimusha 3: Demon Siege recebeu notas altas e elogios da crítica. Foi lançado em 2004 para o PS2 e portado posteriormente para o PC. Com as remasterizações do primeiro e segundo Onimusha, fica a esperança da Capcom também trazer a terceira parte para os consoles modernos em breve.
Onimusha: Dawn of Dreams (2006)
O quarto título da franquia se passa anos após os eventos de Onimusha 3, trazendo uma nova ameaça ao Japão. Na história, Hideyoshi Toyotomi, general do vilão da trilogia original, Nobunaga Oda, assumiu o controle e unificou o Japão utilizando um exército de demônios Genma, o que Oda não havia conseguido fazer nos três primeiros jogos. Cabe agora ao novo protagonista, Hideyasu “Soki” Yuki, a missão de deter o novo inimigo. Para isso, Soki contará com a ajuda de diversos aliados.
Em Dawn of Dreams, tivemos várias mudanças na jogabilidade de Onimusha. O combate foi aprimorado, trazendo maior variedade de ataques e combos. O jogo agora funcionava por fases e o jogador pode revisitar fases concluídas para desbloquear novas habilidades. A câmera fixa ficou no passado e, pela primeira vez, era possível controlar a câmera. Soki ainda contava com companheiros controlados por IA que lutavam ao seu lado.
O quarto Onimusha surgiu como uma espécie de soft reboot, trazendo uma nova história, novos personagens e mecânicas reformuladas. Foi comparado na época a Resident Evil 4, que também sofreu várias mudanças quando olhamos os primeiros jogos da consagrada franquia de zumbis.
Onimusha: Dawn of Dreams foi lançado em 2006 para PS2. Mesmo elogiado pela crítica, teve um baixo número de vendas. Isso fez a Capcom priorizar outras franquias ao longo do tempo e deixar a série Onimusha esquecida até o surpreendente anúncio de um novo jogo no último The Game Awards.
Onimusha: Way of the Sword (2026)
Anunciado em 12 de dezembro de 2024 com um trailer que não trazia muitas informações, o novo Onimusha teve novas informações reveladas pela Capcom no Capcom Spotlight, realizado em 4 de fevereiro desse ano.
Onimusha passará por uma reformulação completa, com o objetivo de se adequar aos jogos modernos. Oferecerá um sistema de combate dinâmico e refinado. O foco da equipe responsável pelo jogo está na fluidez dos golpes de espada, no uso estratégico da manopla Oni e inimigos imponentes, além do enfoque na construção profunda de personagens e na ambientação.
O cenário será a cidade de Kyoto e o protagonista Miyamoto Musashi, uma das maiores lendas samurais do Japão feudal e conhecido por derrotar inúmeros adversários na vida real. Ele terá a missão de dominar o poder Oni e salvar Kyoto na batalha contra os Genma.
Ainda sem uma data definida, Onimusha: Way of the Sword chega em 2026 ao PS5, Xbox Series X|S e PC.
Spin-offs e anime
Além dos jogos da série principal, Onimusha também teve alguns spin-offs. Por exemplo, Onimusha Tactics é um RPG tático lançado para o Game Boy Advance. Já Onimusha Blade Warriors é um game de luta com os personagens da série lançado para o PS2.
Em 2023, a Netflix lançou um anime de oito episódios baseado nos jogos de videogame.
E você já jogou ou pretende jogar Onimusha? Conta pra gente nos comentários.