Escrever a crítica de Às Vezes Quero Sumir foi um trabalho árduo. Esse é um daqueles filmes que você precisa estar no dia certo e humor certo para apreciar. E, felizmente, quando eu tive a oportunidade de vê-lo, eu estava.
Diferente de Star Wars, que catapultou Daisy Ridley para a fama, aqui ela usa todo o seu gigantesco talento para interpretar uma pessoa “comum”. O uso das aspas foi proposital. Fran, a personagem interpretada por Daisy, é bem longe de ser alguém comum.
Ela tem uma dificuldade gigantesca de se conectar com as pessoas, levando uma vida monótona em uma cidade pacata dos Estados Unidos. É diante desse contexto que o título do filme faz jus à obra.
A solidão de Fran é tão grande que chega a ser palpável mas o filme é engenhoso em apresentar a solitude de diferentes formas, seja ela com um aspecto sereno ou com um aspecto depressivo. Isso é reforçado pela própria construção do filme.
A palheta de cores é composta por cores frias, temos diversas cenas desgarradas das outras e que, em primeiro momento, fazem pouco sentido. Essa desconexão e desprendimento estão cirurgicamente conectadas ao jeito de Fran enxergar a vida. A estrutura do filme também é bem simples, com poucas locações e personagens. A ideia aqui é a reflexão e a introspecção nos dilemas de Fran.
Inesperadamente, Às Vezes Quero Sumir acaba flertando com uma estrutura de filme de romance. O personagem Robert, interpretado por Dave Merheje, ajuda a adicionar um novo olhar sobre Fran e dar um pouco de injeção de vida na personagem.
É diante desse contexto que um dos principais argumentos do filme é colocado em destaque: como uma pessoa com dificuldade de se conectar com os outros consegue se relacionar? A resposta, você descobre assistindo Às Vezes Quero Sumir, o filme chegou hoje nas telonas.
Às Vezes Quero Sumir é um filme bem peculiar sobre a dificuldade de se conectar com outros humanos e viver a vida à deriva.
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