O apoio mútuo entre pessoas de uma mesma comunidade é essencial para o crescimento coletivo, algo testemunhado desde o início da humanidade. Este apoio é mostrado na solidariedade, no compartilhamento de dores e alegrias e também na sensação de pertencimento que ocorre nas conversas e nos espaços. É esta a espinha dorsal de David Contra os Bancos (no original, Dave Against Bank), filme de comédia britânica que promete aquecer os corações dos espectadores e é baseado em uma história real. Mas do que exatamente trata o filme?
Somos apresentados a um elenco que possui como intérprete de David o experiente Rory Kinnear (Bill Tanner nos filmes de 007 com Daniel Craig e o Primeiro Ministro Callow de Black Mirror). Também chamado de Dave, ele é um vendedor de vãs com relativo sucesso que empresta dinheiro para pessoas em Burnley, uma cidade de tamanho médio no norte da Inglaterra. Em determinado momento, ele e sua esposa Nicola têm a ideia de fundar um banco, uma vez que muitas pessoas da região não conseguiam empréstimos justos por meio de instituições financeiras tradicionais. Para poder dar início aos negócios, Dave decide recorrer a um escritório de advogados.
É aí que somos introduzidos a Hugh (Joel Fry), o verdadeiro protagonista do filme. O jovem advogado é instruído a orientar Dave a não dar continuidade à sua empreitada de criar um banco, uma vez que existem grandes riscos e o sistema financeiro quer se proteger a todo custo de novos jogadores no mercado. Hugh se sente desnorteado ao ir para Burnley, que parece ter uma atmosfera totalmente diferente. As pessoas, a comida, os espaços, tudo é diferente e mais solidário em Burnley, o que se prova um choque para Hugh. É lá que ele conhece Alexandra (Phoebe Dynevor), profissional de saúde que busca ampliar o atendimento na região e é um dos principais personagens secundários. Hugh ainda deve lidar com Henrietta (Naomi Battrick), um antigo interesse amoroso.
Boa parte da jornada do filme é despojar Hugh de seu ar de estranheza para com Burnley, levando-o para dentro da comunidade e ao mesmo tempo perceber que o sonho de Dave é honesto, sincero e produtivo para a realidade local. Nesse sentido, os grandes bancos se sentem ameaçados com a iniciativa de Dave e tentam utilizar todos os subterfúgios possíveis para frustrar a criação do banco.
Todos os personagens estão muito bem posicionados aqui, não servindo em nenhum momento para criar barrigas no enredo. É interessante notar também que as cenas envolvendo Hugh e Alexandra não sequestram a trama geral do filme, permitindo que a jornada de Dave seja bem apresentada e obtenha uma conclusão satisfatória.
Confesso que não conhecia muito sobre Burnley a exceção de saber que possuía um time de futebol. Ver mais da cidade e algumas de suas nuances foi muito satisfatório e me colocou, por vezes, na pele de Hugh. Ainda sobre o protagonista, o filme acerta ao não se prender em fórmulas do Direito e leis escritas e privilegia muito mais o pensamento fora da caixa e a criatividade que o advogado usa para resolver qualquer tipo de situação. É verdadeiramente inspirador!
Um detalhe, porém, é que embora o filme se trate de uma comédia, esta está nos moldes do humor britânico. Isto significa que o longa mostra muito menos as típicas situações mais pastelonas que poderíamos ver em uma comédia americana, tornando tudo um pouco mais dramático. Detalhe importante de se pontuar.
O veredito para David Contra os Bancos é muito positivo! Trata-se de um filme que relembra os valores da solidariedade comunitária e faz acreditar que um sonho pode ser possível. Tendo muito coração e ótimos personagens, é uma crítica ao sistema financeiro atual e também um filme progressista que busca colocar a pessoa em um papel mais central do que o do dinheiro. Vale muito a pena!
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David Contra os Bancos é um ótimo filme que inspira sonhos e um grande senso comunitário. Vale a pena demais!
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