Eu não sou um grande fã de animes. Não me entenda mal, eu já vi os que são considerados os principais como Dragon Ball, Inuyasha, Digimon, Naruto, mas não é uma mídia que costumo consumir com frequência.
Agora, você deve estar se perguntando – por que diabos ele está falando isso justamente em uma crítica de um anime? O motivo é simples. Kaiju No. 8 é tão bom que me fez repensar isso, criando apetite para mais obras desse estilo.
Os visuais são excelentes e ficaram a cargo dos estúdios Production I.G com o Studio Khara (responsáveis pelos Kaijus). Os embates são bem viscerais e os Kaijus são cheios de identidade, o que torna as lutas ainda mais épicas.
Toda a lore envolvendo a Força de Defesa e os Kaijus torna Kaiju No. 8 viciante e as informações são derramadas de maneira gradativa entre os episódios, permitindo que o telespectador mergulhe aos poucos no universo criado por Naoya Matsumoto.
Podemos ver diversos paralelos entre Kafka Hibino, o protagonista de Kaiju No. 8, com a história de vida de Naoya. Ambos tiveram sucesso em um estágio mais avançado da vida.
Diferente de outras obras do gênero, Naoya foi genial em explorar múltiplas visões da sociedade em sua obra. Conhecemos o lado dos soldados, que se arriscam para deter os Kaijus, e o dos garis, que ficam responsáveis por limpar os restos dos monstros após serem derrotados.
Esses debates filosóficos certamente foram inspirados por Metamorfose, obra escrita pelo lendário Franz Kafka, autor que certamente serviu de inspiração para Naoya. O protagonista, de mesmo nome, é cheio de dilemas e se sente um inútil por não conseguir proteger ninguém.
De repente, Kafka acaba sofrendo uma… metamorfose, transformando-se no Kaiju No. 8 e tornando-se capaz de salvar seus amigos (algo que acontece frequentemente ao longo da temporada).
Um detalhe que adorei no anime é a escala de poder. Não temos um caso similar à One Punch Man aqui. A temporada vai apresentando ameaças cada vez mais poderosas, entregando uma evolução gradativa nas lutas que torna o anime viciante.
Se eu tivesse que apontar um defeito para a temporada, é a falta de desenvolvimento em relação aos outros personagens. Os personagens secundários são tão bons quanto Kafka mas suas motivações e origens não são tão exploradas. Uma justificativa é a quantidade de episódios e duração curta dos mesmos.
Como o anime foi renovado para a segunda temporada, espero que esses personagens sejam melhor desenvolvidos e a gente consiga estabelecer um laço melhor com eles.
Encerro minha crítica de Kaiju No. 8 constatando o óbvio, o anime certamente é um dos melhores de 2024, se não for o melhor desconsiderando as continuações. Super recomendo que você assine o Crunchyroll e assista aos episódios!
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