A estética de um game vai além da tela. Ela se estende, com maestria, aos consoles e dualsenses temáticos inspirados em Ghost of Yotei. Longe de serem apenas acessórios personalizados, essas peças revelam parte do enredo, do cenário e da atmosfera que moldam a experiência do jogador.
Portanto, cada detalhe — seja uma pincelada dourada, um relevo sutil ou um traço monocromático — carrega intencionalidade narrativa. A seguir, destrinchamos os principais aspectos visuais dos quatro itens apresentados: duas versões de controles e duas versões temáticas para o PlayStation 5.
DualSense dourado: onde tradição e elegância se tocam

O primeiro controle exibe um acabamento em branco com detalhes em dourado. O uso desse tom não é apenas estético; ele remete diretamente à cultura visual japonesa tradicional, como os traços de tinta dourada em pergaminhos ou tecidos nobres. Assim, o dourado simboliza nobreza, mas também impermanência.

No touchpad central, a figura de Atsu, a protagonista, aparece em destaque, representada em pleno movimento, empunhando sua arma. As pinceladas que a envolvem parecem formar ondas ou vento, remetendo à técnica japonesa do sumi-ê — pintura com tinta e pincel. Essa estética cria uma sensação de fluidez, como se o controle estivesse em constante deslocamento junto à personagem.
Além disso, os botões tradicionais do PlayStation (círculo, quadrado, triângulo e X) ganham tons de bege claro com traços dourados, tornando-se parte orgânica da composição visual. Essa escolha de paleta dá coesão ao design e contribui para um visual sereno, porém carregado de simbolismo.
DualSense preto: contraste e força

Enquanto o controle dourado inspira contemplação, a versão em preto e branco oferece um contraste mais direto e sóbrio. Embora mantenha a base branca, os traços agora aparecem em preto — uma decisão que transforma a delicadeza em vigor visual. O desenho da personagem permanece o mesmo, mas sua silhueta escura evoca uma sensação de resistência, solidão e foco.
Essa versão parece mais ligada à jornada interna da protagonista, marcada por momentos de enfrentamento e tomada de decisões. Portanto, o preto aqui não representa ausência, mas profundidade. Os mesmos traços orgânicos que no controle dourado sugeriam natureza e espiritualidade, nesta versão ganham o peso do destino.
Ambos os controles preservam a estrutura física padrão do DualSense, mas o trabalho gráfico transforma o dispositivo em parte do universo do jogo — quase como se o jogador estivesse segurando uma extensão do cenário.
Console com mapa monocromático: geografia emocional

O primeiro modelo de console personalizado traz um mapa estilizado de Hokkaido, principal cenário do jogo. No entanto, não se trata de uma simples reprodução geográfica: a arte evoca o estilo dos mapas antigos japoneses, em que montanhas, rios e vilarejos ganham representação simbólica.
No topo, o que se destaca é a silhueta de um vulcão: trata-se do Monte Fuji de Hokkaido, um local inspirado nas formações reais da região. Ele domina a parte superior do console, com suas veias correndo até o final da carcaça, como artérias de um corpo vivo. Essa representação reforça a centralidade do ambiente na narrativa de Ghost of Yōtei, onde a paisagem é tão protagonista quanto Atsu.
Além disso, pequenos ícones espalhados pelo console sugerem pontos de interesse, como templos, portos e vilarejos — elementos que possivelmente se transformam em locações exploráveis no jogo. As linhas que conectam esses ícones formam rotas sinuosas, espelhando o caminho irregular e repleto de escolhas da protagonista.
Console dourado: luz e memória

A versão alternativa do console repete o mesmo layout, mas substitui os detalhes em preto por um dourado vibrante. O resultado é uma leitura completamente diferente da mesma estrutura. Aqui, o Monte Fuji de Hokkaido parece brilhar, transformando-se em símbolo de iluminação e redenção.
Essa abordagem mais clara pode estar associada ao conceito de memória, já que o jogo trabalha com o passado de Atsu como fio condutor. Portanto, o dourado sobre o branco sugere lembrança, espiritualidade e conexão com algo maior — um chamado ancestral. O brasão no canto inferior direito do console, por sua vez, reforça a ideia de linhagem e pertencimento.
O impacto visual desse modelo é imediato. Ele transforma o console em peça de destaque, quase cerimonial, como se fosse um artefato de um tempo distante.
Muito além de um simples Hardware
Os consoles e dualsenses temáticos de Ghost of Yōtei não foram criados apenas para agradar aos olhos. Eles representam uma extensão visual e tátil do próprio jogo. Cada cor, traço e textura foi escolhido para alinhar forma e função, emoção e estética. Assim, esses itens não apenas conectam o jogador à narrativa — eles já contam uma história antes mesmo de o jogo começar.
Seja através do brilho do dourado, da força do preto, da topografia fictícia ou da presença constante de Atsu, o design dos periféricos temáticos prova que videogames também se comunicam através do silêncio visual. E, nesse caso, dizem muito.
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