Os jogos de Hideo Kojima são conhecidos por seus elencos estrelados de Hollywood, com nomes como Norman Reedus, Mads Mikkelsen e Léa Seydoux.
No entanto, muitos fãs já notaram a escassez de atores japoneses em seus projetos, algo curioso considerando que o renomado diretor é um dos maiores nomes da indústria de jogos do Japão.
Em uma recente entrevista ao portal IGN, Kojima abordou diretamente essa questão e explicou que fatores técnicos e logísticos influenciam suas escolhas de elenco.
Segundo ele, rostos asiáticos, especialmente de pessoas mais jovens, costumam ter a pele muito lisa e com poucos contornos, o que dificulta a fidelidade da captura facial em computação gráfica.
Ele explicou que isso é uma questão técnica. Rostos asiáticos muitas vezes não se traduzem bem para CG. Quando são escaneados, não há muito contorno facial, e especialmente no caso de mulheres ou pessoas mais jovens, a pele é tão lisa e clara que acaba parecendo artificialmente brilhante e polida em computação gráfica.
O diretor continuou, destacando que essa dificuldade não se limita aos japoneses, mas também a coreanos e outros povos asiáticos com pele mais refinada. Segundo Kojima, pessoas mais velhas ou com muitas rugas e sardas funcionam melhor, porque esses detalhes visíveis adicionam realismo à imagem gerada.
Apesar dos desafios, Kojima afirmou que os avanços tecnológicos estão mudando esse cenário. A inclusão da atriz japonesa Shioli Kutsuna, que interpreta a personagem Rainy em Death Stranding 2, é um exemplo disso e foi encarada como um experimento bem-sucedido pela equipe.
Como tem sido difícil fazer com que rostos japoneses fiquem bons em CG, desta vez usaram uma tecnologia diferente.
Kojima comentou que convidou a Kutsuna para o projeto e ficou satisfeito com os resultados. Ele disse ainda que espera trabalhar com mais atores japoneses no futuro e que, quem sabe, possa até ambientar um jogo no Japão algum dia.
Outro obstáculo apontado por Kojima é a barreira linguística. Como as gravações são feitas geralmente nos Estados Unidos com equipes locais, os atores precisam falar inglês fluentemente para garantir boa comunicação no set, o que limita as opções de elenco asiático.
Ainda assim, o criador demonstrou interesse em aumentar a diversidade cultural em seus jogos, especialmente à medida que as ferramentas evoluem.
A expectativa agora é que, no futuro, mais atores japoneses possam fazer parte do universo cinematográfico criado por Kojima e, quem sabe, protagonizarem histórias ambientadas em seu próprio país.
Você gostaria de ver jogos do Hideo Kojima ambientados no Japão, com elencos totalmente japoneses? Deixe sua opinião nos comentários!