Na maioria dos jogos de terror, a fórmula é bem conhecida: jogadores lutam para sobreviver em ambientes opressivos, fugindo de criaturas implacáveis e assassinos sanguinários. No entanto, nem todos os títulos seguem essa receita tradicional.
Alguns jogos de terror onde você é o assassino invertem completamente o papel do protagonista, colocando o jogador no controle da ameaça — seja desde o início ou como parte de uma revelação chocante no final.
Essa mudança de perspectiva não apenas desafia a moralidade do jogador, como também adiciona uma camada psicológica densa à narrativa. A seguir, exploramos obras marcantes que colocam o terror do ponto de vista do predador.
Obs. Esta lista pode conter spoilers, portanto siga por sua conta e risco!
Silent Hill 2 – Quando o vilão é você
Em um dos maiores clássicos do horror psicológico, James Sunderland retorna a Silent Hill após receber uma misteriosa carta de sua esposa Mary, que havia morrido anos antes. A cidade está vazia, exceto por horrores sobrenaturais e um silêncio opressor.
Entretanto, a verdade devastadora se revela perto do final: James foi o responsável pela morte de Mary. A revelação transforma completamente a jornada emocional do personagem e deixa o jogador encarando uma realidade incômoda — o verdadeiro monstro estava diante do espelho o tempo todo.
Carrion – O terror nasce de dentro
Carrion subverte a estrutura tradicional de sobrevivência ao permitir que você controle a criatura monstruosa, não suas vítimas. Neste terror reverso, você escapa de um laboratório enquanto devora cientistas e soldados que tentam impedir seu avanço.
Assim, o jogador evolui ao longo do jogo, adquirindo novas habilidades e aumentando de tamanho, tornando-se praticamente imparável. Assim, Carrion oferece uma experiência visceral e inquietante, onde a violência grotesca ganha um novo significado: você é a entidade implacável que todos temem.
Dead by Daylight – A escolha entre caçar e sobreviver
No popular multiplayer assimétrico Dead by Daylight, os jogadores podem escolher entre ser um dos sobreviventes ou o assassino. Enquanto os primeiros precisam trabalhar juntos para escapar, o segundo deve caçá-los e sacrificá-los à temida Entidade.
Portanto, o diferencial está na ampla gama de assassinos disponíveis — desde figuras originais até ícones do terror como Michael Myers e Ghostface. Portanto, a experiência como vilão é variada e estratégica, oferecendo uma abordagem única ao gênero.
BioShock 2 – Um Big Daddy sob nova perspectiva
No primeiro BioShock, os Big Daddies eram ameaças assustadoras, verdadeiros tanques que protegiam ferozmente as Little Sisters. Já em BioShock 2, o jogador assume o papel de um deles, invertendo completamente a lógica do jogo original.
Agora, é sua vez de caçar inimigos e garantir a segurança da sua protegida. Portanto, essa virada coloca o jogador no controle de um dos personagens mais temidos da franquia, revelando uma camada de humanidade inesperada por trás da armadura.
Slay the Princess – Uma missão moralmente ambígua
Com estética desenhada à mão e atmosfera sufocante, Slay the Princess começa com um comando direto: entre na cabana e mate a princesa. A justificativa? Se ela escapar, o mundo pode acabar.
Entretanto, à medida que os ciclos narrativos se repetem e mais verdades revisitam, o jogador se vê em um dilema: será que a princesa é realmente uma ameaça, ou apenas uma vítima de manipulação? Assim, o jogo levanta reflexões profundas sobre culpa, sacrifício e o peso da escolha.
Visage – O inferno pessoal de um assassino
Inspirado por P.T., Visage mergulha o jogador em uma jornada arrepiante através de uma casa assombrada. No controle de Dwayne Anderson, descobre-se logo no início que ele cometeu um familicídio antes dos eventos do jogo.
Assim, o cenário grotesco da casa, repleto de manifestações sobrenaturais e ecos do passado, se torna um reflexo do tormento interno do protagonista. Visage é um dos jogos de terror onde você é o assassino mais sombrios e perturbadores já criados.
Manhunt – Assassinato como espetáculo
Manhunt leva o conceito de violência a um novo extremo. No papel de James Earl Cash, um condenado supostamente executado, o jogador é forçado por um misterioso “Diretor” a cometer assassinatos brutais em troca da própria sobrevivência.
O jogo foi banido em vários países por seu conteúdo gráfico e sua crítica direta à espetacularização da violência. Ainda assim, representa uma experiência brutal e provocadora, onde matar não é uma opção — é uma ordem.
The Beast Inside – A verdade escondida na mente
Neste thriller psicológico, Adam, um criptoanalista da CIA, muda-se com sua esposa para uma casa remota durante a Guerra Fria. Lá, encontra o diário de Nicholas Hyde, antigo morador da propriedade, e começa a ter visões perturbadoras.
O desfecho surpreende: Adam, o marido devotado que controlamos, é também o interrogador de Emma. Em muitos finais, ele a assassina. Portanto, o jogador é levado a encarar a realidade de que, mesmo acreditando estar no controle de um herói, talvez estivesse guiando um assassino desde o início.
Quando o terror nasce do protagonista
Esses jogos mostram que o horror pode emergir não apenas de ameaças externas, mas também do próprio jogador. Assumir o papel do vilão proporciona uma experiência emocionalmente densa, às vezes perturbadora, e sempre memorável. Ao transformar o protagonista no algoz, esses títulos desafiam nossas percepções sobre certo e errado dentro do universo dos jogos.
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