Aqui estou eu pra falar sobre mais um jogo mobile da Ubisoft. Confesso que fiquei maravilhado com os esforços da publisher após testar Assassin’s Creed Jade, logo, as expectativas para The Division Resurgence eram altas. Após jogar o game por algumas boas horas, fico feliz em cravar que a Ubi conseguiu novamente, contudo, diferente de AC, tenho algumas ressalvas. Vem comigo nesse preview!
Um agente em construção
Vou pular as explicações básicas sobre a lore de The Division. A história aqui segue a linha dos dois jogos principais. Você é um agente novato que estava dormente e precisa ajudar os Estados Unidos. Narrativamente falando, o tom das missões e objetivos seguem fielmente as experiências presentes nos consoles. As únicas alterações são, claro, nos visuais devido aos limites técnicos dos smartphones.
A progressão acontece através de dois caminhos: conquistando XP, concluindo missões e eliminando inimigos e aumentando o nível de poder, coletando equipamentos de raridade e nível maior.
O loop do jogo basicamente consiste nessa troca constante de equipamentos, funcionando como um looter shooter. Existe uma “campanha tradicional” com missões numeradas mas tenha em mente que o DNA do jogo é de um live service focado na progressão do nosso personagem.
Além das missões principais e secundárias, temos a conhecida Zona Cega, funcionando da mesma forma que nos consoles e modos focados em PvP. Em suma, falando de maneira específica sobre modos de jogo, Resurgence oferece uma experiência 360, trazendo conteúdos pra todos os tipos de jogadores. Como a Ubisoft tem um excelente histórico de atualizar seus jogos, dificilmente o jogador vai ficar sem ter o que fazer no game.
Um GaaS agressivo
Lembra que mencionei lá em cima que fiquei com algumas ressalvas em relação ao jogo? Pois então. Elas estão relacionadas à possível monetização agressiva que a Ubisoft pode aplicar. Como joguei um teste fechado, a loja ainda não estava ativa e os valores não eram os finais, mas fiquei preocupado com o que eu vi.
O jogo conta com uma loja que vende itens avulsos, além de vender pacotes e um Passe de Temporada. Se os itens fossem cosméticos, tudo bem, mas algumas das recompensas do Passe pago são armas de raridade alta que podem facilitar o jogo tanto nas modalidades PvE quanto nas de PvP. De novo, joguei um teste fechado, logo, é necessário ver como o game vai se comportar em relação a isso após lançado. Mas deixo aqui meu receio de que ele pode se tornar um Pay to Win.
Desempenho
Durante os meus testes, usando um iPhone 13 padrão, notei que o jogo consome 5% de bateria a cada 10 minutos. Um problema em relação a bateria é que a aplicação fez meu celular esquentar consideravelmente em momentos de confrontos intensos. Isso é péssimo pra saúde da bateria do aparelho. Mas o jogo consumiu menos bateria e ficou em temperaturas menores do que em games como Call of Duty: Mobile e League of Legends: Wild Rift, destacando uma melhor otimização no jogo da Ubi.
Um problema estranho é que o jogo ficava mudo caso eu não conectasse um fone de ouvido. Tentei de todas as formas mexer nas configurações mas nada resolveu o problema, nem mesmo apagar e instalar a aplicação novamente.
No quesito controles, a experiência usando o touchpad foi surpreendentemente satisfatória. A disposição dos ícones não gera uma poluição visual na tela e tudo funciona de maneira intuitiva. O único porém vai pro uso dos consumíveis. Os ícones estão um pouco distantes das habilidades e dos botões de mirar e atirar e por muitas vezes me vi esquecendo de acionar eles.
Outra ressalva vai pro PvP. Como o combate é mais dinâmico e envolve alterar constantemente de cover, será ideal usar um controle para ter a melhor experiência possível e não ser prejudicado no combate. Claro que com treino e tempo, não é impossível se habituar ao touch.
The Division: Resurgence é mais um grande acerto da Ubisoft
Quase que na surdina, a Ubisoft está trilhando um caminho muito promissor e largando na frente de outras publishers premium. A empresa francesa tem conseguido, com maestria, transportar suas principais IPs dos consoles para o universo mobile, preservando todos os “pilares sagrados” na perspectiva dos fãs.
Contudo, isso não significa necessariamente que a iniciativa terá sucesso. O público mobile é bem diferente e, além disso, precisamos ficar atentos às estratégias de monetização que a companhia pretende implementar, demandando um ambiente sem práticas predatórias e que não beneficia os jogadores com bolsos cheios.