Jogos com a temática sci-fi envolvendo a salvação da humanidade não são exatamente uma novidade no mercado. Estando presentes em diversas plataformas e premissas, eles colocam o jogador no papel de um guerreiro que deve lutar contra forças malignas e impedir nossa extinção. Entretanto, não é pelo fato da temática ter diversos representantes que não há espaço para levar uma boa experiência ao consumidor. Foi o que pude sentir com The First Descendant, game desenvolvido pela NEXON e empoderado pela Unreal Engine 5. Confira nosso preview!
Primeiramente, é importante mencionar que o game é free-to-play, o que significa que basta baixá-lo e ter uma assinatura (caso você jogue em consoles) ativa para aproveitá-lo. Excelente acerto dos desenvolvedores que deve atrair bastante jogadores para o título!
The First Descendant se passa em uma realidade distópica na qual a humanidade foi atacada por uma horda violenta e agressiva de seres denominada Vulgus. A estes se seguiram os Colossos, máquinas de guerra de destruição. A humanidade, porém, conseguiu se reorganizar e batalha contra o inimigo através dos Descendentes — pessoas com enormes poderes que são o trunfo na luta contra as forças malignas. Com a ascensão de um novo líder do Vulgus, o perigoso Karel, é preciso que os Descendentes se aliem e protejam o que restou da humanidade.
Mas como essa história se aplica em termos de gameplay? Nós somos Descendentes, escolhendo um herói em uma perspectiva de terceira pessoa com câmera acima do ombro. Nesse sentido, The First Descendant é um looter shooter cooperativo. E o que isso significa? Você vai atirar contra os adversários, coletar recompensas que eles dropam e o melhor, fazer isso com os seus amigos. E como jogo online não se pausa, a conexão para se jogar The First Descendant é bem importante aqui.
O que mais me surpreendeu no game não foi exatamente a jogabilidade em si, mas seus gráficos. São nada menos do que excelentes. Fiquei muito positivamente surpreendido nas texturas das roupas, das armas e principalmente do cenário. Os ambientes do jogo são totalmente estonteantes, com diversos focos. Por exemplo, em determinado momento do jogo invadi uma base inimiga com iluminação e texturas impressionantes, com um visual que lembra uma versão turbinada do maquinário dos Isu de Assassin’s Creed. Já em outra área temos um cenário pós-apocalíptico, com construções semidestruídas e tomadas por folhas, enquanto ao redor a vegetação floresce. Já em Albion, nossa base, temos uma vista de montanhas gélidas e uma perspectiva de imensidão. Em suma, está tudo muito bonito. Há um bônus que para muitos pode não ser tão importante, mas que é digno de nota: a vegetação interage com o protagonista, se mexendo enquanto andamos. A isso se soma um trabalho de áudio excelente, disposto tanto no voice-over quanto nos elementos do solo reagindo às pisadas do protagonista e aos sons de tiros das armas, e temos um pacote realmente interessante. O ponto negativo fica por conta das expressões faciais dos NPCs.
Somado a tudo isto temos um excelente trabalho de otimização, com o jogo mantendo uma jogabilidade perene e sem nenhuma queda de frames problemática. Também não tive problemas com crashes em minha experiência, ou seja, o game realmente está rodando muito bem.
Quanto à jogabilidade, eu gostei bastante! O gunplay é satisfatório, com armas divididas em três categorias principais. Temos armas com boa cadência, rifles de precisão e armamentos com baixa cadência, mas alta possibilidade de impacto. Me diverti bastante operando todo esse aparato e conseguindo itens mais poderosos à medida que os inimigos iam sendo derrubados nas missões. Outra coisa que me surpreendeu positivamente foi que os inimigos não arremetem contra você desordenadamente. Alguns deles vão buscar proteções e barreiras, obrigando o jogador a se mexer no campo de batalha. Outros virão com escudos e ataques à distância. Existem diferentes formas de enfrentar os adversários e elas exigem uma adaptação ao ambiente. É aí que entra o gancho, uma ferramenta que permite uma gameplay estilosa e dinâmica, nos fazendo saltar e percorrer distâncias maiores. Tudo isso é aperfeiçoado pelo Dual Sense, com o qual podemos sentir o mundo ao redor com o feedback tátil e os gatilhos adaptativos. Por exemplo: o disparo das armas apresenta maior ou menor resistência dependendo do equipamento usado, coroando a experiência.
Mas quando tudo isso não for suficiente, o poder dos Descendentes entra em ação. Na maior parte da jogatina utilizei Viessa, a qual escolhi por ter uma semelhança com a Ciri de The Witcher — não só na aparência, mas também nos poderes que lembram um pouco a Geada Branca que é o maior desafio que Ciri enfrenta em The Witcher 3. Cada Descendente possui quatro habilidades ativas e uma habilidade passiva. A criatividade no campo de batalha ajuda a tornar tudo mais dinâmico e divertido. Com Viessa, consegui lançar projéteis de gelo à distância, usar o gelo para um ataque próximo, deixar uma trilha congelada entre outros golpes.
Como em outros jogos do gênero, The First Descendant também tem suporte a um chat e a emotes que podem tanto demonstrar como o jogador se sente na batalha como indicar uma ação a ser feita pelo grupo, como avançar ou ficar à espreita dos inimigos.
Os menus do jogo são bastante intuitivos e estão lá para ajudar o jogador. Fiquei bem feliz quando, passando pelos mapas, vi que antes de começar as missões há uma estimativa de tempo que elas levam. Existem missões que ocupam menos de 5 minutos de nosso tempo, mas há as mais complexas que podem demorar bem mais. Este tipo de recurso é muito importante para jogadores que não possuem tanto tempo disponível e não podem pausar o game, podendo usar isso ao seu favor para terem mais controle sobre a própria jogatina.
Um ponto que se deve observar é que o game não possui localização para PT-BR, o que pode influenciar negativamente na maneira como o jogador consume a história ou se familiariza com os menus. Uma pena.
Nas missões em si, me deparei com objetivos que vão desde o extermínio das criaturas que aterrorizam nosso mundo até a proteção de alvos importantes para os humanos. Não há nada de muito inovador, com The First Descendant seguindo uma fórmula feijão com arroz – mas que ainda é capaz de funcionar muito bem.
Em Albion, a base da humanidade, temos inúmeros pontos de acesso que nos levam a descobertas e nos introduzem mais das mecânicas do jogo. É possível, por exemplo, melhorar nossos Descendentes com as mecânicas de masterização. Elas incluem, após determinado tempo, ir a uma nada ortodoxa câmara de evolução e aumentar os poderes do seu campeão, por assim dizer. Também conseguimos informações sobre módulos mecânicos que, quando implantados, ampliam os benefícios nas lutas. Temos slots específicos para que o jogador possa colocar estes módulos havendo sempre possibilidade de atualização. Há NPCs que vendem itens e até um robô de caixa de correio que te informa das novidades e entrega bônus por logins diários.
O jogo busca uma monetização através principalmente de skins, as quais estão disponíveis em grande número para personagens e armas. Para quem curte, é um prato cheio. O game possui diferentes moedas com usos diversos, e é sua venda que provavelmente manterá The First Descendant ativo no longo prazo.
Em resumo, eu gostei muito do que vi até aqui em The First Descendant. É um game que possui ambição e potencial, surgindo com gráficos exuberantes e com grandes chances de fisgar o jogador que esteja órfão de experiências como Warframe e Destiny. Aos que estão ansiosos pelo game, ele terá uma beta para o PlayStation disponível entre os dias 19 e 25 de setembro. Vale a pena conferir!
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