Para a surpresa e felicidade de todos, uma demonstração de Wo Long: Fallen Dynasty foi disponibilizada hoje (16) pela Team Ninja. O teste do novo RPG de ação do estúdio japonês foi liberado tanto no PlayStation 5 quanto no Xbox Series. Como sou um fã de carteirinha de NiOh e consequentemente do estúdio, decidi aproveitar a demo para escrever esse texto de primeiras impressões.
Narrativa vai direto ao ponto
Diferente dos seus outros irmãos do gênero, Wo Long: Fallen Dynasty aposta numa história contada de maneira direta. Esqueça a subjetividade que vemos nos jogos da FromSoftware. Felizmente, todos os detalhes são entregues de bandeja ao jogador. Infelizmente, por ser um teste, os trechos de história são bem curtos mas podemos avaliar alguns aspectos. Caso você não saiba, o título é baseado no Romance dos Três Reinos, período de grande turbulência na China.
A ambientação está extremamente fiel, assim como as facções inimigas e as personalidades históricas. É claro que o estúdio tomou liberdades para deixar a história com seu DNA, inserindo elementos sobrenaturais e de fantasia para justificar o gameplay frenético. Zhang Liang, chefe final da demo, é uma personalidade histórica bem conhecida e nos livros é retratado como um dos três grandes heróis do início da dinastia Han.
Wo Long: Fallen Dynasty é muito mais do que um NiOh aprimorado
Não é novidade que muitos dos elementos de NiOh estão presentes no novo projeto da Team Ninja. Após anos lidando com a franquia, é natural que diversos sistemas tenham sido transportados para essa nova IP. Contudo, o time fez um trabalho impecável na construção de identidade de Wo Long, fazendo com que ele seja facilmente reconhecido como um projeto único. As diferenças são enormes, mudando completamente a forma de se jogar. Se o primeiro NiOh incentivava um gameplay mais estratégico, Wo Long segue uma filosofia ainda mais agressiva do que o segundo jogo, beneficiando os jogadores que partem pra cima sem medo.
Logo no começo da demonstração, após a tela de criação do personagem, temos uma escolha importante para ser feita: as Fases. As fases basicamente são escolas elementais que afetam nosso espírito e o estilo de jogo, são 5 ao todo: Metal (focada em enfraquecer inimigos), Madeira (focada em suporte e recuperação), Água (focada em furtividade e agilidade), Fogo (focada em dano) e Terra (focada em proteção). Ao fazer a escolha, o jogador ganha automaticamente 10 pontos na “escola” escolhida. Muito provavelmente no jogo final isso não aconteça. Existem altas chances de começarmos no nível 1. Além da escolha afetar a distribuição dos pontos de atributos, também escolhe nossa Fera Divina equipada. As Feras Divinas basicamente são summons com efeitos diversos que se assemelham bastante aos Espíritos Guardiões de NiOh.
Durante minha jogatina foquei na Fase de Fogo, causando dano contínuo nos inimigos. Após progredir um pouco, comecei a distribuir um pouco os pontos em outras escolas, como a de Terra e Madeira. Surpreendentemente, consegui usar magias das três escolas, o que ajudou bastante no embate contra o chefe final. Uma das magias da Fase de Madeira concede um buff ao jogador que recupera HP por cada dano causado. Definitivamente é uma das magias mais fortes da beta, afinal, como mencionei acima, o jogo incentiva bastante a agressividade. Curiosamente, o sistema de Magias me lembrou bastante o sistema de Talismãs que vemos em NiOh, contudo, o uso dessas magias aqui é bem diferente. Elas consomem a Barra de Espírito do jogador.
A Barra de Espírito é preenchida ao causar dano nos inimigos. Um medidor azul vai se enchendo, permitindo o uso de magias e de artes específicas das armas. Curiosamente, os jogadores também podem consumir a barra de superarmor para lançar magias, contudo, se você for golpeado e a barra chegar ao limite, isso te deixará paralisado e muito provavelmente vai resultar em uma morte. O sistema funciona muito bem e traz uma excelente dosagem de risco e recompensa ao jogo. Vale destacar que os inimigos possuem a mesma barra. Ao causar dano, a barra vai sendo preenchida e ao chegar no final, o inimigo ficará exposto para um ataque crítico que causa dano massivo.
Sistema de moral é importantíssimo
Outra novidade implementada pela Team Ninja é um sistema de Moral peculiar. Ao derrotar inimigos, ganhamos as tradicionais “almas” usadas para mudar de nível e pontos de Moral. Em toda fase o jogador inicia com a Moral 1 e o rank vai subindo a medida que os inimigos são derrotados. O máximo é 20. A principal mudança causada pela moral é no dano causado e recebido pelo jogador. Os inimigos também possuem ranks de moral, o que ajuda a identificar quando um adversário é muito mais poderoso do que o jogador. Por exemplo, se você estiver com a Moral no nível 2 e o inimigo ter a Moral no nível 15, ele vai te matar com dois ou três golpes.
Caso um inimigo te elimine, ele ganha um boost expressivo na Moral e ficará lá no mesmo lugar. Você vai precisar voltar ao local e eliminar o inimigo com poder amplificado para recuperar a metade das almas perdidas e ganhar um boost expressivo em sua Moral pela Vingança realizada. Um item de cura também é concedido. O sistema é muito criativo e reforça o militarismo dos Três Reinos. Ele também lembra um pouco o Nemesis que vimos em Sombras de Mordor.
Outras mudanças impactantes é a existência de um botão de pulo. Existem muitos ataques que só podem ser desviados ao pular. Além disso, isso traz uma verticalidade interessantíssima, permitindo que diversos adversários sejam despachados ao pular sobre eles e lançar um ataque crítico. A outra novidade é que agora o sistema de Parry é acionado com o mesmo botão da esquiva. Isso se casa com o que mencionei acima. O jogo recompensa muito os players mais agressivos e o novo sistema de parry só destaca isso ainda mais.
O sistema de equipamentos segue o padrão tradicional de RPGs. Os itens tem graus de qualidade que é determinado pela quantidade de estrelas. Cada equipamento se adequa a uma das Fases, o que permite a criação de builds diversas.
Wo Long: Fallen Dynasty deve ser o jogo mais redondo da Team Ninja
Os visuais de Wo Long: Fallen Dynasty impressionam. A fase da demonstração, localizada numa região montanhosa, é deslumbrante. O nível de imersão aumenta ainda mais graças a trilha sonora com diversos sons característicos de instrumentos musicais chineses. Como eu joguei no modo focado nos framerates, não percebi nenhuma queda na taxa de quadros, algo de extrema importância para um jogo pautado no combate veloz.
O único ponto que me deixou um tanto decepcionado foi o uso, ou melhor, não uso do DualSense pela Team Ninja. Ele fica quase imperceptível, o que acaba sendo uma pena. Vale destacar que a equipe pode não ter dado muita atenção a isso por ser uma beta e que a situação mude no lançamento final.
Por fim, mas não menos importante, preciso destacar aqui o excelente trabalho realizado pela dublagem chinesa. Optei pelo áudio em chinês e pelas legendas em PT-BR para ter uma experiência mais imersiva e sai extremamente satisfeito. Arrisco até a dizer que é a melhor forma de se jogar o game.
Wo Long: Fallen Dynasty – Pode hypar!
Com base em tudo que eu experimentei na demonstração, falo sem medo que Wo Long: Fallen Dynasty tem tudo pra ser um dos melhores jogos de 2023 e certamente o melhor soulslike do ano. A Team Ninja implementou com maestria uma boa quantidade de sistemas inéditos, além de fazer o uso de características que os fãs se apaixonaram em NiOh, criando um RPG de ação de grande qualidade. Mal posso esperar para colocar as mãos na versão final do jogo. Vale mencionar que o título chegará Day One no Game Pass para a alegria dos donos de um console da marca!