A expansão de Horizon Forbidden West, Burning Shores, foi muito importante para a trama. Servindo como um epílogo do jogo base, tivemos novas informações e possibilidades para um terceiro jogo da franquia. Algo que se destacou na DLC foi a presença de uma nova personagem, Seyka. Mas qual a sua relação com Aloy? (Atenção: Spoilers de Horizon Forbidden West: Burning Shores à frente)
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Quando vai ao Litoral Ardente procurando Walter Londra, o último remanescente da Far Zenith, Aloy é atacada por uma de suas torres e encontra Seyka. Ambas lutam juntas e o destino de suas jornadas, a base de Londra, as une. Seyka serve como um excelente companion, prendendo e aplicando danos elementais a máquinas. A garota é uma soldado Quen, sendo parte da segunda metade da frota que partiu para o continente americano. Como sabemos, a outra metade se encontra em São Francisco e conta com a espirituosa Alva, vidente da tribo.
Seyka tenta salvar sua irmã da dominação de Londra e, nesse processo, ela e Aloy precisam aprender a confiar uma na outra. Ambas guardam segredos que são aos poucos revelados: a irmã de Seyka segue Londra voluntariamente, enquanto Aloy deve contar sobre a ameaça da IA Nemesis. Alguns pontos unem ambas, como a rejeição pela própria tribo por quebrarem regras e o fato de ambas se preocuparem com suas irmãs (sim, Beta é agora chamada de irmã por Aloy).
Nossa protagonista e Seyka desenvolvem um cuidado próprio e se aproximam, havendo flertes ao longo de toda a jornada dispostos em gestos e palavras. Ao final da DLC, após uma espetacular batalha contra um Horus, a morte de Londra e a salvação de sua irmã e dos demais Quen, Seyka admite seus sentimentos para Aloy. Neste momento o jogador possui três escolhas. É possível escolher retribuir o flerte explícito ou rejeitá-lo usando as outras duas opções. A justificativa de Aloy no último caso é de que toda sua vida foi lutar e que está apenas começando a entender as pessoas que defende, ou que tudo isso é muito para ela.
Mas, se Aloy retribuir os sentimentos de Seyka, ela também se declara e as duas se beijam. Aloy afirma que tem uma longa jornada pela frente e que não sabe quando vai ver a jovem novamente. Seyka responde que, de todo modo, é bom saber que Aloy também sente o mesmo e pede para que a protagonista não a esqueça. “Nunca”, responde Aloy.
Ou seja, mesmo que Aloy tenha sentimentos por Seyka, ambas terão que esperar para dar continuidade ao romance com a chegada de uma IA que pode destruir o mundo.
Por que Seyka?
Não precisa haver uma explicação exatamente. Seyka foi uma grande aliada de Aloy na DLC, além das duas jovens mostrarem compatibilidade em interesses, visões de mundo e situações pelas quais passaram.
Mas a escolha dos desenvolvedores pode também ter a ver com o fato dela ser uma Quen. Durante os eventos de Forbidden West e Burning Shores esta nova tribo foi abordada como um grupo de origem longínqua. Embora saibamos de detalhes como o fato de haverem castas e uma idolatria aos humanos do século XXI (chamados de Ancestrais pelos Quen), ainda há muito a conhecer. São respostas a serem deixadas para um terceiro jogo e Seyka pode ter um papel central nisso.
Qual é o final canônico para Aloy e Seyka?
Um terceiro jogo da franquia terá que levar em conta a DLC, de todo modo. O implante na cabeça de Walter Londra possui dados para deter Nemesis, por exemplo. O amor entre Aloy e Seyka deve ser abordado, mas qual dos finais será escolhido pelos desenvolvedores?
No final das contas, a escolha final pode não ser tão importante assim (diferentemente, por exemplo, de uma possível sequência de Ghost of Tsushima). Todas as opções indicam que Aloy deixou o Litoral Ardente e só verá Seyka no futuro.
Se o romance entre as duas vai seguir adiante, mesmo que ambas estejam apaixonadas uma pela outra, é algo que só o terceiro jogo pode e provavelmente irá abordar.
Faz diferença?
Burning Shores é marcante para a trajetória de Aloy porque mostra uma batalha contra um Horus e também por ser a primeira vez em que a jovem demonstra interesse amoroso por alguém, caso o jogador assim decida. Outros personagens já mostraram sentir algo a mais por Aloy, como o rei dos Carja, Avad. Aloy, no entanto, não chegou a retribuir. Não haveria problema em ela não se relacionar com nenhuma pessoa, mas é legal ver como o romance com Seyka é retratado de uma maneira bonita, delicada e fraterna.
Faz diferença Aloy ser lésbica ou bissexual? No universo do jogo, não. Na vida real, ela se torna um novo símbolo de representatividade para pessoas que por tanto tempo foram marginalizadas e que até hoje sofrem com preconceitos infundados.
Não há nada de estranho ou anormal no romance. Não é como se não tivéssemos personagens femininas dos jogos integradas à comunidade LGBT anteriormente. Ciri e Ellie são dois grandes exemplos cujas orientações sexuais não mudaram em nada a qualidade de suas franquias, como é possível inferir após um simples raciocínio.
É preciso lembrar também que personagens LGBT existem em Horizon, assim como na vida real. Podemos citar Elisabet Sobeck, cientista da qual Aloy é clone genético, e Tilda.
Ao final das contas, a escolha reflete negativamente na franquia? Não. É uma opção da Guerrilla.
O que esperamos é que independentemente de onde a Aloy deposite seu amor, que ela possa encontrar um final feliz. Afinal, já se foram muitas lutas e no futuro provavelmente teremos a última, contra Nemesis. Nossa protagonista enfim encontrará paz? Vai demorar ainda um pouco para descobrirmos.