A Plague Tale: Requiem finalmente está entre nós. Após alguns anos de espera, o seguimento da história de Hugo e Amicia traz cenas carregadas de sentimentalismo, visuais estonteantes e uma trilha sonora inesquecível. Apesar das claras qualidades técnicas, será que a sequência produzida pelo Asobo Studio entrega sistemas inéditos o suficiente pra justificar uma sequência? É isso que você vai descobrir neste review.
Um passeio pela França
Diferente do jogo anterior, Requiem aposta em cenários mais abertos, apostando em cores vibrantes à medida que introduz vilarejos e cidades que ainda não foram tocadas pela temida praga que assola a Europa. A porção inicial do jogo apresenta os irmãos adorados em um clima de férias em família, fazendo até a gente esquecer dos duros momentos do game anterior. Amicia, apesar de mais experiente, surge mais leve, se permitindo curtir um pouco mais a vida.
Como já era de se esperar, logo a praga cobra seu preço, fazendo com que o Rei Hugo e a Amazona Amicia voltem para sua realidade. A infecção causada pela Mácula está acelerando, fazendo com que Hugo piore e a preocupação de Amicia atinja um grande estado de urgência.
A Plague Tale: Requiem não esconde que seu maior foco e objetivo é contar uma história. E, bom, o jogo anterior da equipe prova que eles sabem muito bem o que estão fazendo. As cutscenes estão ainda mais belas, os cenários, mais abertos, permitem uma liberdade maior no que diz respeito a movimentação, tornando os combates ainda mais letais.
Apesar dos visuais estarem absurdos, o ponto forte da narrativa é a trilha sonora que dita os tons da história. Com um ritmo orquestrado, diversos trechos são carregados de emoção e ecoam no coração de quem joga por um bom tempo. O único defeito que encontrei é que o jogo quase dobrou de tamanho, fazendo com que os capítulos apresentem uma duração longa e deixando a aventura um pouco cansativa as vezes.
Grandes jogos, poucos ajustes
Em time que está ganhando não se mexe. A Asobo levou isso à risca em Requiem. O jogo segue a mesma estrutura e sistemas do primeiro, contudo, alguns detalhes pontuais foram aprimorados com a finalidade de proporcionar uma experiência mais agradável pro jogador. Agora Amicia conta com uma quantidade infinita de pedras, favorecendo os jogadores que preferem adotar um estilo mais agressivo nos combates.
Falando nisso, agora Amicia conta com uma árvore de habilidades com três categorias: Prudência, Alquimia e Agressividade. Como os nomes já indicam, essas habilidades evoluem mediante o estilo adotado pelo jogador nos capítulos. Apesar de fugir um pouco do sistema tradicional de um RPG, a medida funciona bem e o jogo é longo o suficiente para maximizar os três estilos.
Como falei mais acima, os cenários estão mais abertos, possibilitando um leque maior de opções para o combate. Se inspirando fortemente em The Last of Us, Amicia está mais letal e com um novo leque de apretechos. Podemos esfaquear inimigos até a morte por exemplo. Não existe mais a hesitação do primeiro jogo e a nossa heroína fará de tudo para manter o irmão a salvo.
Nem só de combate se vive um jogo narrativo e os puzzles voltam com força em A Plague Tale: Requiem. Curiosamente, boa parte deles funcionam de maneira similar ao primeiro jogo. Derrubar carnes para atrair ratos, apagar ou acender lamparinas para afastar os roedores e por aí vai. Penso que a equipe poderia ter sido um pouco mais criativa nesse aspecto, trazendo novas soluções e mecanismos inéditos para lidar com os roedores e os soldados mais letais.
O poder da nova geração?
Visualmente, A Plague Tale: Requiem é um colírio aos olhos. As cores estão mais vibrantes, os cenários estão mais detalhados e temos um senso maior de vida. As técnicas de iluminação foram aprimoradas, tornando alguns trechos bem realistas. Infelizmente, o jogo dá algumas derrapadas no que tange o desempenho.
As quedas de frames estão presentes e o jogo roda em apenas 30 FPS no console, algo bem desconexo da realidade da atual geração de consoles. Apesar do deslize, é nos sentidos que o jogo se eleva e proporciona uma experiência marcante. A trilha sonora está sublime, emocionando facilmente quem joga. Por fim, mas não menos importante, o DualSense brilha, ampliando o senso de imersão no game. O som da atiradeira por exemplo é emitido pela saída do alto falante do controle. Os gatilhos tensionam durante a corrida e por aí vai.. Esses detalhes parecem ser pequenos mas aprimoram e muito a experiência.
A Plague Tale: Requiem – Vale MUITO a pena!
O papel principal de uma sequência de um jogo com foco na narrativa é, sem dúvidas, expandir a narrativa e torná-la grandiosa. Para a minha feliz surpresa, o mais novo projeto da Asobo Studio vai além, aprimorando o gameplay e transformando a agora franquia em algo grandioso. Não restam dúvidas de que A Plague Tale é um case de sucesso assombroso, provando que AAs podem entregar uma qualidade e experiência bem próxima ou até melhor do que a de muitos AAA.