Quando eu vi o primeiro trailer de Absolum, fiquei completamente rendido à proposta do jogo. No papel, ela parece tão óbvia que me vi pensando: por que não tinham pensado nisso antes?
O jogo mescla dois dos gêneros mais hypados da atualidade – beat ‘em up com roguelite – para entregar uma aventura acessível, com visuais fantásticos e que tem um gostinho de infância, ao menos, pra este que vos escreve.
A sensação durante minhas 11 horas pra fazer o final verdadeiro de Absolum foi a de jogar um episódio de Caverna do Dragão, mas com animações belíssimas e personagens tão marcantes quanto aos do desenho que marcou gerações.
Clichê que funciona
Absolum conta com a típica narrativa de fim de mundo. Na trama, o mundo do jogo foi destruído por um cataclisma mágico causado por magos. Em virtude disso, os magos se tornaram párias e começaram a ser escravizados e mortos pelo Rei Azra, o líder da Ordem Carmesim.
Como a tirania e o apetite de Azra por poder foi crescendo, a Alta Feiticeira Uchawi, carinhosamente chamada de mãe pelos rebeldes, reuniu um grupo de especialistas portadores de magias proibidas para retomar o controle e colocar um fim no regime brutal do Rei Sol.

Certamente já vimos essa história dezenas, se não centenas de outras vezes, em filmes, séries e outros jogos. O clichê é compreensível e, o que torna Absolum especial, são seus personagens. O design é maravilhoso e a troca de diálogos e a contextualização no mundo ocorre de maneira formidável, deixando o jogador imerso no mundo de Talamh.
A fusão entre os gêneros beat em up com roguelites ajuda a enriquecer a trama, trazendo plotwists para a narrativa principal e várias subtramas que aparecem nos cenários na medida que exploramos as ilhas. Em jogos dessa natureza, cada run precisa ser verdadeiramente única para manter o jogador engajado e Absolum entrega bem esse sentimento.
O elenco de personagens jogáveis é maravilhoso, onde cada um apresenta motivações próprias que acabam se entrelaçando e servindo como um nó que amarra o grupo em prol de colocar um fim no regime tirânico do Rei.
Altamente viciante
Quando se pensa em Dotemu, automaticamente pensamos no gênero beat em up. O estúdio praticamente revitalizou a fórmula, tornando-a mainstream novamente. Agora, a Dotemu se uniu à Guard Crush Games e a Supamonk para entregar uma IP original altamente divertida.
Em Absolum, a progressão acontece como em todo roguelite – temos a progressão permanente, onde usamos recursos para desbloquear novas habilidades para os personagens jogáveis, aumentar a vida máxima e desbloquear novos efeitos para as runas mágicas e a progressão temporária, ou seja, que é perdida ao morrer ou concluir a run.

Na progressão temporária, precisamos gastar moedas de ouro para comprar acessórios que garantem bônus passivos, recrutar mercenários para lutar ao nosso lado e destruir cristais para obter runas mágicas que garantem efeitos elementais nos golpes.
Por ser um beat’em up, a construção de combos é algo importantíssimo em Absolum e para isso podemos usar habilidades, itens arremessáveis e efeitos elementais obtidos através das runas de magia. A variedade de builds é OK. O leque não é muito amplo mas dá pro gasto. Também é possível subir em montarias temporariamente para atropelar, literalmente, os inimigos.
O DNA mais predominante de Absolum é o beat’em up e, em virtude disso, o game é altamente intuitivo e divertido. Os sistemas de gerenciamento e evolução são propositalmente simples por que o estúdio não quer que você perca muito tempo montando builds e coisas do tipo, o foco é a diversão desenfreada.
Essa dualidade pode gerar um certo problema a depender do que o jogador busca. Se você for jogar Absolum procurando predominantemente um roguelite com uma progressão rica e várias possibilidades de builds, você pode acabar se frustrando. Como mencionei acima, a estrutura principal do jogo é de um beat’em up e é imprescindível embarcar na jornada com isso em mente.

O game é altamente divertido, contudo, a progressão é limitada, o que consequentemente prejudica o fator replay. Apesar de ter 4 personagens jogáveis e vários tipos de magias elementais, em cerca de 15, até no máximo 20 horas você vai ter feito/visto absolutamente tudo do jogo. Para um beat’em up, essa duração está excelente, contudo, quando analisamos sob o ponto de vista de um roguelite, acaba deixando a desejar.
Praticamente perfeito
Eu joguei Absolum no PS5 Pro e não tive qualquer tipo de problema técnico. O jogo é bem leve, logo, era de se esperar que um console parrudo desse conta, contudo, é preciso elogiar o excelente trabalho de otimização feito pelos estúdios envolvidos.
Outra coisa que merece exaltação é a direção de arte do jogo. Os cenários, personagens, inimigos e animações gritam identidade e qualidade, algo raro de se ver, principalmente se tratando de IPs inéditas.
Os chefes são mecanicamente ricos e a dificuldade aumenta progressivamente a cada novo chefe encontrado. A luta contra o último demanda que o jogador reúna todos os conhecimentos prévios e dê o melhor de si, caso contrário, a situação se complica bastante. Felizmente o jogo conta com um menu de acessibilidade que pode aumentar o dano causado pelo jogador e reduzir o dano causado pelos inimigos, fazendo com que gamers de qualquer idade e experiência consigam desfrutar de Absolum.

No lado negativo da parte técnica, senti que a parte sonora acaba ficando bem tímida. A trilha não combina com vários cenários e os efeitos sonoros acabam passando despercebidos em muitos momentos. É uma pena, afinal, a parte visual é primorosa.
Review de Absolum: Vale a Pena!
Para a minha surpresa, Absolum é um dos jogos mais divertidos que eu joguei em 2025. Arrisco a dizer que a briga é boa entre ele e Shinobi: Art of Vengeance. O curioso é que podemos traçar várias semelhanças entre ambos, mas, a mais importante é na pureza da proposta de ambos os estúdios envolvidos.
Em um mercado onde jogos carregam várias mensagens ou usam de n artifícios para atrair os jogadores, como visuais de ponta e outras parafernálias tecnológicas, Absolum entrega simplicidade, originalidade e clareza para se destacar perante uma concorrência gigantesca.
Vale muito a pena colocar o jogo em sua lista de desejos e dar uma chance a ele o quanto antes, dificilmente você vai se arrepender!

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Absolum é um dos jogos mais divertidos do ano, se não, o mais divertido. A fusão de beat'em up com roguelite funcionou muito bem, alavancada por animações excelentes e personagens marcantes.
- História
- Jogabilidade
- Visuais
- Desempenho
- Som