Jogos com batalhas entre monstros não são exatamente uma novidade. O maior expoente deste gênero é Pokémon, série de games de criaturas que ganhou diversos produtos com o passar dos anos. Lembro-me, quando criança, de assistir a Bakugan na finada TV Globinho, outra grande franquia com esta temática. Entretanto o gênero nunca foi realmente esgotado, sempre com novas possibilidades. Talvez, pensando nisso, a Cadabra Games e a QUByte Interactive lançaram Adore, jogo brasileiro que pode ser uma boa pedida para os fãs de títulos indies. Será que o game vale a pena? Vamos conferir.
Visuais
Em se tratando de visuais, é tudo muito mágico e bonito em Adore. Temos diversos biomas com um visual cartoon de alta qualidade. Árvores, plantas, pedras, obeliscos e muito mais formam paisagens bonitas e relevos realmente bonitos. Os personagens também estão caprichados, com suas personalidades facilmente identificáveis. O destaque fica para as criaturas, muito bem trabalhadas e cada uma com um visual único. Em suma, os visuais de Adore são de qualidade e possibilitam uma boa imersão.
Jogabilidade e história
No que se refere à jogabilidade, Adore é um prato cheio para os fãs de câmera fixa isométrica, oferecendo uma visão de cima para o jogador. Controlamos Lukha, um jovem escolhido para um destino envolvendo uma batalha entre o bem e o mal. Lukha vai encontrar diversas criaturas amaldiçoadas pelo caminho, mas ele, como um adorador, deve enfrentá-las e não raro, salvá-las. Lukha não realiza ataques, estes são realizados por criaturas que ele invoca. O jogador deve capturar criaturas utilizando partículas mágicas e depois lançá-las, já domadas, contra os adversários.
É uma fórmula que obviamente lembra Pokémon, mas Adore também sabe se lançar para além das inspirações óbvias e construir um mundo seu. Todas as criaturas possuem um grau de originalidade muito interessante, além de animações e poderes úteis. Há as que atacam no corpo a corpo e outras que utilizam ataques à distância. De acordo com o vigor do personagem é possível lançar um certo número de criaturas (ao limite de quatro) que proporcionam confrontos verdadeiramente épicos.
O jogo tem um formato roguelite onde devemos explorar áreas geradas de maneira procedural para obter recursos, matar monstros ou ativar dispositivos. Uma crítica que pode ser feita aqui é que Adore acaba repetindo algumas de suas missões, tendo dificuldade em encontrar um dinamismo que não torne tudo mais do mesmo. Entretanto, é um quesito que pode eventualmente ser ignorado pelo jogador enquanto ele se envolve em combates cada vez mais interessantes e frenéticos.
Lukha também possui uma base onde pode obter vantagens para enfrentar os inimigos, o que inclui elementos de RPG no game. Temos combinações de poderes, o uso de runas e também o preparo de refeições que auxiliam o nosso herói. Há também uma central para verificar as feras domadas e organizá-las para uso posterior.
Quanto à história ela não possui nada de muito surpreendente, sendo um feijão com arroz tradicional envolvendo um garoto e uma batalha entre deuses ancestrais. Temos Draknar e seu nêmesis, Ixer, e uma luta por poder. Aos poucos conhecemos mais e mais do mundo onde estamos inseridos e nosso papel nessa batalha. Ixer, aliás, desempenha boas batalhas de boss onde se deve utilizar a estratégia.
Desempenho e trilha sonora
No que se refere ao desempenho, não tive problemas no PlayStation 5 com o game. Entretanto, é de se notar que algumas telas de carregamento poderiam ser mais rápidas. Na trilha sonora, achei tudo muito muito cativante. É uma trilha tranquila, aventureira, me lembrou alguns jogos mobile como o incrível Trials Frontier, da Ubisoft. Entretanto, é uma trilha que peca pela repetição.
Outro ponto que pode ser negativo é a falta de vozes durante a gameplay. Vemos diálogos, mas os personagens em si não falam. Entendo que é um jogo independente, mas acredito que poderia haver um trabalho nesse sentido para que Adore apresentasse dublagem. É uma oportunidade perdida.
Veredito
Jogos independentes sempre podem surpreender e Adore é um game que pode facilmente conquistar os jogadores com sua gameplay ágil e a diversidade de criaturas e animações referentes a elas. A falta de carisma dos personagens e a repetitividade da gameplay e da trilha sonora, porém, podem acabar se tornando uma barreira para o jogador. Contudo, o saldo final é positivo. Adore é uma boa experiência e um título de qualidade que merece ser jogado. Vale a pena!
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Adore é um jogo que possui tropeços, mas ainda assim é capaz de entregar uma boa e refrescante experiência
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